quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Filme: Abençoai as feras e as crianças

Abençoai as feras e as crianças: este é um filme de 1971. Marcou demais a adolescência de marmanjões da atualidade... Isso inclui a mim mesmo. É um filme do diretor Stanley Kramer.
O que pode ter marcado tanto? Bom... Há a trilha sonora que é muito bonita... Há as paisagens naturais de região do Grand Canyon... Há uma história de rebeldia e dramas adolescentes... Há um fundo hippie e ecológico...
Na época em que foi feito havia ainda muita contestação dos jovens e adolescentes norte-americanos em relação ao estilo de vida que suas famílias reverenciavam (o consumo de bens duráveis, a propaganda anticomunista, a guerra no Vietnã...). A falta de sintonia entre pais conservadores e filhos questionadores levava a relação a inevitáveis conflitos.
O filme apresenta um “acampamento correcional”. Quer dizer, era algo como um centro para “formação de cowboys”. Os meninos vinham de diversas partes dos Estados Unidos. No acampamento havia vários grupos instalados em chalés, cada um possuía um adulto monitor, um professor do lugar... As atividades no acampamento eram de competições em diversas modalidades... Do tipo para ver quem são os mais fortes, ágeis, espertos...
Acontece que um desses grupos era formado por seis garotos “desajustados”. Eles haviam sido enviados pelos pais para ver se no acampamento “tomavam jeito”, “se tornavam homens de verdade”... Conforme o filme se desenvolve vamos percebendo a realidade de cada um deles... Vamos percebendo que, na verdade, são os pais que parecem não saber lidar com a formação de seus filhos... Pelo que me lembro, havia problemas conjugais; o pai de um deles só se importava com os negócios da Bolsa de Valores; outro tratava o filho como um “bebezão”; dois eram irmãos que, sem terem o amparo dos pais, viviam discutindo; a mãe de um deles só pensava em si mesma... Essas coisas.
É claro que, no acampamento, esses meninos acabam constituindo um fracassado grupo. São constantemente derrotados nas provas e, por isso mesmo, são humilhados pelos demais... Há uma ocasião em que são pegos furtando o troféu da equipe de maior destaque e, como premio ganham um banho de xixi e o penico utilizado pelos maiorais... É triste.
Pois bem... Um dia o monitor adulto resolve levá-los a um passeio. Eles chegam a um descampado onde está ocorrendo uma festa tradicional. Em síntese, os visitantes são convidados a atirar em búfalos indefesos... O visitante levava o animal abatido como brinde e a cabeça do bicho como troféu a ser pendurado numa sala elegante... Umpf...
Os nossos desajustados meninos ficam intrigados com aquilo, que consideram uma bestialidade. Não conseguem dormir durante aquela noite e, na madrugada, decidem fugir do acampamento para libertar os búfalos restantes...
Eu tinha um VHS (isso é fita de vídeo... Tenho de registrar isso porque há um pessoal aí que nem sabe o que é isso) que fiz quando passou em um dos canais abertos de televisão. Reproduzi para um grupo de alunos da EMEF Teodomiro para que eles refletissem sobre a organização deles (eles eram bem desorganizados). Queria mostrar que, apesar de serem constantemente criticados, eles podiam perceber alguma causa que ainda valesse a pena...
Voltando ao filme: temos uma grande aventura... Os meninos roubaram cavalos do acampamento, depois um jipão... Enfrentam intimidações de uns tipos cafajestes numa lanchonete... São perseguidos... Até chegarem ao descampado. Tudo isso entremeado por cenas dos traumas pessoais de cada um e pelo fundo musical...

Eles conseguiram libertar os búfalos, mas de tão acostumados ao cercado os animais permaneceram por ali, pastando... O problema é que o dia está amanhecendo e os atiradores estão chegando... Sem alternativa, o líder do grupo adolescente pega uma caminhonete e em alta velocidade passa a espantar os animais... É neste ponto que os “destemidos atiradores” chegam. Vou parando por aqui esta narrativa.

Colei algumas imagens de cenas do filme de http://www.adorocinema.com/filmes/abencoai-as-feras-e-as-criancas/ e deixei este pequeno trailer para complementar meu comentário.

Um abraço,

Prof.Gilberto

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