quarta-feira, 6 de outubro de 2010

A Primeira Missa - Victor Meirelles - e implicações pedagógicas

Da leitura dos fragmentos que sugeri na postagem de ontem podemos depreender que Victor Meirelles pintou o Primeira Missa no Brasil com a expectativa de fazer “uma cousa digna de si e do país”; e que está nesse contexto, além do que foi afirmado anteriormente, a formação de uma identidade nacional.

Observem a reprodução da obra de Meirelles:


http://www.infoescola.com/historia/a-primeira-missa-no-brasil (6/10/2010;2 0:00)

Agora leiam o que Caminha relata em sua carta ao rei:

“E quando veio o evangelho, que nos erguemos todos em pé, com as mãos levantadas, eles se levantaram conosco e alçaram as mãos, ficando assim, até ter acabado; e então tornaram-se a assentar como nós. (...), que nos pusemos de joelhos, eles se puseram assim todos, como nós estávamos com as mãos levantadas, e em tal maneira sossegados, que, certifico a Vossa Alteza, nos fez muita devoção.”

Percebam que a pintura faz com que aquele que a contempla sinta retratado o momento que foi descrito por Pero Vaz de Caminha.

Leiam os fragmentos abaixo:

"Parece-nos não haver dúvida alguma de que Victor Meirelles usou então a arte como auxiliar de educação, procurando chamar, atrair à sua exposição, os escolares, para que esses aí recebessem conhecimentos novos. (...) consideramos ´Victor Meirelles o precursor da utilização da arte como fator educativo entre nós', isto é, aquele que, dentre nossos patrícios, primeiro teve a idéia de empregar a arte como meio de divulgação e de complemento da educação".

ROSA, Angelo de Proença; MELLO JÚNIOR, Donato; PEIXOTO, Elza Ramos; SOUZA, Sara Regina Silveira de. Victor Meirelles de Lima: 1832-1903. Rio de Janeiro, Pinakotheke, 1982.

Esses últimos fragmentos revelam-nos que esse tipo de arte teve (mesmo) o papel de complementar o que era ensinado nas escolas.

Eu me lembro de livros didáticos (Rocha Pombo; Borges Hermida) da época em que fiz o “Ginásio”. Eles eram carregados de imagens assim... Lembro que, para muitas crianças, a fisionomia dos personagens passados e os cenários dos “grandes fatos históricos” eram aqueles "fielmente" reproduzidos nas páginas dos livros.

Um abraço,
Prof.Gilberto

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