domingo, 31 de outubro de 2010

Resistência - A história de uma mulher que desafiou Hitler

Li este livro no começo deste ano. Já deveria ter escrito sobre ele... Suas páginas são uma reprodução do diário de Agnès Humbert, historiadora de arte, uma intelectual francesa. O período descrito vai de 1944 a 1950.

O cenário: O norte francês foi ocupado por tropas nazistas
em junho de 1940. O início da segunda guerra, de fato, havia sido marcado por vitórias fulminantes de Hitler... A queda de Paris mostrava que a histórica rivalidade entre franceses e alemães estava sendo vencida pelos nazistas.

À época da invasão nazista, Agnès trabalhava no Museu de Artes e Tradições Populares, em Paris. Enquanto muitos permaneceram apenas resignados, sentindo-se derrotados ao verem as tropas francesas combalidas, alguns franceses lançaram-se à Resistência.

Agnès ouviu em seu rádio o discurso do general francês, Charles De Gaulle, que, da Inglaterra, conclamava os franceses resistirem como pudessem aos invasores alemães. A partir de então, ela começa a escrever em notas de cinco francos Viva De Gaulle... Assim, o dinheiro que repassa leva a mensagem de resistência.

Juntamente com outros intelectuais, alguns do Museu do Homem, anexo ao Museu de Artes, Agnès forma o Résistance. Esse grupo pretende difundir o jornal e organizar tarefas como a colagem de cartazes em logradouros públicos e até em caminhões nazistas. O grupo reúne-se clandestin
amente e almeja contribuir com a formação de tropas que reuniriam-se a De Gaulle, tudo muito ousado, rudimentar e arriscado demais... Tanto que o grupo é descoberto devido a um ato de espionagem.

Todos são presos e julgados. A 23 de fevereiro de 1942 sete de seus companheiros são fuzilados. Até o final da guerra (1945) Agnès permanecerá prisioneira dos nazistas, sendo transferida para diferentes presídios-fábrica para o trabalho forçado.

Os relatos de Agnès detalham os horrores a que são submetidos as prisioneiras de vários países. Não bastassem as péssimas condições a que eram submetidas, ainda eram utilizadas em tarefas altamente tóxicas, com o constante contato com vapores ácidos, na fabricação de sintéticos... Uma loucura. Várias foram as ocasiões em que Agnès torcia para que alguma bomba atingisse a fábrica em que estava para frear a produção da máquina de guerra nazista ao mesmo tempo que acabasse de vez com o sofrimento a que estavam sujeitas. (a imagem acima é de Agnès Humbert)

Mas o derrota foi inevitável para os nazistas... Graças a seu conhecimento da língua alemã, Agnès ainda colaborou com as tropas aliadas para reajustar localidades bombardeadas e atender aos mais necessitados. Além disso, foi de fundamental importância para a captura de lideranças nazistas.

Mais tarde ela retorna ao seu país (junho de 1945) e recusa-se a reassumir seu antigo cargo no Museu de Artes. Agnès fundou o grupo “Combatentes pela liberdade” e presidiu o grupo “As amigas da Paz”. Visitou países do leste europeu, de orientação socialista e realizou diversas exposições. Agnès faleceu em 19 de setembro de 1963.

Um abraço,

Prof.Gilberto
Leia: Resistência – a história de uma mulher que desafiou Hitler. Editora Nova Fronteira.

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