sábado, 6 de novembro de 2010

A excêntrica família de Antônia - Parte II - (texto sobre)


Indicação (14 anos)
Sugiro que você acesse o link abaixo antes de ler esta parte II

No Café da russa Olga, após o enterro, os aldeões bebem cerveja e gim. Antônia chega com a filha e logo começam os comentários sobre a volta da “filha pródiga”. É nesse instante que percebemos o fazendeiro Dan e os filhos Janne e Pitte. Dan faz referências à filha de Antônia, mostrando que os filhos são “garanhões” e, logo após, apresenta, oferecendo aos homens presentes, sua filha Deedee, que é humilhada e sofre abusos sexuais, inclusive do irmão mais velho, Pitte (Deedee e Pite serão citados mais à frente).

Neste ponto é interessante revelar um pouco sobre o falecido marido de Antônia. Em seu túmulo ela disse à Danielle que tratava-se de Bertie, também muito amigo de Dedo Torto. Acabou morto porque escondeu no porão da casa uma família de judeus na época da ocupação nazista. Todos foram descobertos e assassinados.

Boca Mole era um rapaz humilhado. Era muito desengonçado e todos o julgavam demente. Como não tinha raízes no lugar sofria exploração e desprezo de todos. Ao primeiro contato com Antônia, Boca Mole é acolhido e passa a ajudá-la nos pesados afazeres. Já Deedee passou a conviver com Antônia depois que Danielle flagrou Pitte abusando sexualmente da garota no celeiro da família Dan. O moço foi ferido pela filha de Antônia (observe a cena colada acima), que fugiu imediatamente com Deedee para a “casa rosa”. Assim, a “excêntrica família de Antônia” começou a crescer. O fazendeiro Bas apaixonou-se logo por Antônia. Em seu raciocínio era tudo muito simples. Ela era bela, forte, viúva e precisava de um marido; ele, também viúvo, possuía filhos que “precisam de uma mãe”. Ora, podiam perfeitamente se casar e constituir uma bela família. Antônia foi direta: “mas eu não preciso de filhos” e, marido, “para quê?”...
Apesar disso, Antônia mostrou-se grata e garantiu que todos eram muito bem vindos, sempre que pudessem podiam ajudar nas tarefas e todos festejariam os resultados do trabalho e a alegria de estarem juntos.

Pitte havia se retirado do vilarejo. A comunidade sabia os motivos, todavia ninguém comentava nada. Assim, a vida e os seus ciclos se passaram.
Nas terras de Antônia todos viviam em harmonia. Ela mesma dizia que “todos têm um par” e sua premissa foi se confirmando na medida em que Boca Mole e Deedee se apaixonaram. Danielle pintava e os motivos por ela registrados em tela eram o seu cotidiano e as pessoas da família. Acabou saindo do convívio da comunidade para estudar na escola de arte. As interessantes conversas que tinha com Dedo Torto não satisfaziam a sua formação.
Notem que este Dedo Torto é quem faz referências filosóficas com pitadas de "existencialismo pessimista", também não era para menos, principalmente considerando-se os traumas vividos durante a guerra. Danielle queria outra coisa...

O tempo passou, Antônia plantou, a terra foi fecundada... Danielle chegou com a ideia de ter um filho. Dedo Torto achou um absurdo pois “o mundo está estragado demais”, “não há expectativas”. Antônia por sua vez aprovou, mas aconselhou que “aldeão significa problema”. As duas seguiram para a cidade onde buscaram encontrar um homem apenas para engravidar Danielle.

Na cidade, é Letta quem ajuda Antônia e sua filha a conseguirem um rapaz. As intenções de Danielle foram concretizadas, mas na volta ao vilarejo foram recebidas com muita indignação. O sermão do padre foi de ataque à “vergonha” que era o exemplo de Antônia e sua filha para todos. O fazendeiro Bas mostrou fidelidade à Antônia também nessa situação. Tudo se resolveu depois que o padre rendeu-se à tara por Danielle numa noite na igreja. O sermão da missa seguinte foi bem diferente e, novamente, Danielle “viu” as imagens se manifestarem. Sua filha chamou-se Therese.

Por hoje é isso aí. Não perca a Parte III na publicação de amanhã.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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