sábado, 29 de outubro de 2011

Filme: Sócrates - Sacrifícios aos deuses; Beleza; Piedade

Talvez seja interessante acessar http://aulasprofgilberto.blogspot.com/2011/10/filme-socrates-polemicas-com-sofistas.html antes de ler esta postagem:


Vemos Sócrates e os discípulos passarem por um ritual de sacrifício ao deus Asclépio, um galo era a oferenda... A referida cena é que aparece em http://aulasprofgilberto.blogspot.com/2011/10/filme-socrates.html. Era certo Teodoro quem solicitava a celebração pedindo a cura do filho que beirava à morte. Sócrates diz aos discípulos que a oferenda parece algo muito insignificante ante a grandeza dos deuses e suas benesses... Será que os deuses precisam dessas oferendas? O homem pede muita coisa e a satisfação dos próprios desejos... “Com um galo esperam até ser poupados da morte.” Críton, um de seus fiéis discípulos, diz entender o apuro pelo qual os seres humanos passam quando a questão central é a morte... Mas o filósofo diz que a morte pode ser suave se for “próxima da Verdade”.
Os cidadãos tomaram conhecimento das acusações contra Sócrates feitas por Meleto. A caminho da porta do Arconte para saber sobre as acusações que sofre, Sócrates encontra Hípias (que segue a um Ginásio onde proferirá um “belo” discurso). Este o convida para que possa ouvir sua bela retórica... Sócrates lamenta não poder participar, mas permite-se algum tempo para discutir com o outro o conceito de Beleza. Sócrates deixa Hípias tão confuso com suas indagações que o encontro termina sem este explicar ao filósofo o que entende por BelezaCom um outro, Sócrates conversa sobre a Piedade. Este abrira um processo contra o próprio pai... A discussão com o filósofo girou em torno do que é (ou não) agrado dos deuses... Então, o que agrada aos deuses seria piedoso... Mas o interlocutor mesmo revela que uma mesma decisão que tomamos pode agradar determinado deus e desagradar outro (já que eles próprios envolvem-se em conflitos), dessa forma não conseguiu chegar a uma conclusão e retirou-se embaraçado.
Sócrates é aconselhado a arranjar um orador/advogado que possa defendê-lo no tribunal. Lísias é chamado. O orador mostra como fará a defesa do filósofo que, em síntese, concentra-se em legitimar os rituais atenienses e garantir que o acusado é um inofensivo, possui um passado patriótico, e já é velho demais. Sócrates não concorda com a proposta. Para Sócrates, não é possível permitir o ataque aos acusadores com mentiras (apenas) para garantir a continuidade de sua vida ameaçada . A vida só merece ser conservada se estiver balizada na Verdade. A procura da Verdade é que faz a vida de um homem ser alegre. Lísias diz que Sócrates está louco por dispensá-lo da defesa, já que os atenienses são sensíveis à “bela oratória”. Mas Sócrates está irredutível, ele mesmo fará a própria defesa.
Indicação (14 anos)
Continua em https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2011/11/filme-socrates-julgamento.html

Um abraço,
Prof.Gilberto

Filme: Sócrates - Polêmicas com Sofistas

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Trasíbulo foi quem liderou os atenienses no combate aos tiranos e seus aliados de Esparta... Crítias foi morto na ação dos insurrectos na batalha do Pireu... Os discípulos de Sócrates viram nesses acontecimentos um alívio para o mestre, que vinha sofrendo perseguições políticas por desobedecer às ordens de Crítias... Sócrates seria condenado à morte pelo tirano... Porém, com o restabelecimento da Democracia, veio a anistia política... O Pritaneu voltaria a reunir os prítanes eleitos pelos diferentes demos. Na prática significava que eles governavam a cidade com os magistrados arcontes.
A cada dia o chefe do Estado (Epístato) era escolhido entre os prítanes, e isso ocorria por sorteio. Qualquer um poderia chegar ao poder supremo (apenas por um dia), guardando os segredos do Estado e as chaves do templo onde se guardava o tesouro público. Os atenienses acreditavam que os deuses definiam os resultados dos sorteios... Sem dúvida, algo complexo... De volta às ruas, Sócrates volta a sofrer provocações sobre sua existência marcada por polêmicas em relação às crenças das “pessoas comuns”. Há um episódio em que um ator narra em público um diálogo de Aristófanes em que o filósofo aparece como um caloteiro e usa de suas argumentações e questionamentos para se livrar das cobranças... Seus discípulos querem impedir a narração, porém o mestre não se importa e até se diverte... Novamente provocado, diz que “aquele Sócrates da narrativa” não existe e que apenas ouve a voz da razão, diferentemente dos demais cidadãos que creem em “presságios”... Os sofistas também pressionam o filósofo e, além de criticá-lo por nada cobrar dos discípulos, de forma a atrair um maior número de seguidores, retomam as críticas em relação a Crítias e seu vínculo passado... O tirano teria aprendido com Sócrates que “os deuses são invenções dos homens”... Mostram que Platão, seu discípulo, estivera a proclamar que o ideal para a cidade seria atribuir o seu governo a filósofos. O mestre afirma que Platão tem razão e pergunta aos sofistas (e entre eles está Meleto) se escolheriam um barqueiro, sapateiro ou médico por sorteio... Sócrates é alertado sobre o desprezo às tradições da pátria...
Ele e suas ideias representavam um risco...
Indicação (14 anos)
Continua em https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2011/10/filme-socrates-sacrificios-aos-deuses.html

Um abraço,
Prof.Gilberto

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Filme: Sócrates - Política

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Pois é... Diziam que o tirano Crítias, e Alcibíades antes dele, ex-discípulos de Sócrates, cometiam injustiças aos atenienses... Muitos eram levados à tortura e à morte. Claro que isso era motivo de críticas ao filósofo.
Sócrates insistia com os discípulos que aqueles tiranos haviam se afastado dos deuses... A Política não deveria consistir em dominar, mas em propagar a Justiça. A maior felicidade seria “ser justo”... A ignorância acerca do Bem leva certos políticos a cometerem injustiças. É isso que os faz permanecer em estado de ânsia constante...
Mas a injustiça, exercida normalmente com o recurso da força que de fato possuem, revela sua fraqueza (o medo que têm de estarem cercados de inimigos). Haverá proveito em exercer poder dessa maneira? Quando tiverem perdido o poder só haverá a lembrança dos crimes que cometeram... E mesmo que tenham assim se enriquecido... Deverão sofrer por desconhecerem o Bem... Essa é uma das loucuras com as quais os políticos corruptos (por exemplo) devem conviver... O que deve contar para o administrador da pólis é servir de exemplo a todos os seus concidadãos... Só o homem de virtude tem condições de assim proceder... Aqueles até darão a vida para defender-lhe. Enfim, Sócrates alerta aos seus discípulos que a Virtude é o conhecimento (e a prática) do Bem.
O filósofo é intimado a comparecer ante o próprio Crítias... Fica sabendo que está proibido de se dirigir aos jovens. Sócrates argumenta que não deseja nenhum poder, que os leva a refletir e a buscar a Verdade e a Justiça... Procura mostrar que o seu cotidiano é o de vivenciar diálogos e “extrair” a Verdade que já está no íntimo daqueles com quem conversa... É algo como o ofício de parteira, exercido por sua mãe... Ele pergunta “até que idade os homens são jovens?” e lhe respondem que até os trinta anos... O velho Sócrates indaga, então, se não poderá conversar com algum comerciante jovem acaso queira (por exemplo) comprar azeitonas... É claro que veem nisso mais uma de suas ironias. Colocam Sócrates e outros cidadãos atenienses intimados numa delicada situação, já que deveriam comprovar fidelidade à pátria e lealdade ao povo ateniense com atitudes. Um certo Cleon de Salamina estava sendo procurado porque fora condenado à morte, então sua tarefa seria capturar o homem... Vemos que o grupo sai determinado a cumprir a tarefa, mas Sócrates recusa-se a fazê-lo.
Continua em https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2011/10/filme-socrates-polemicas-com-sofistas.html
Indicação (14 anos)

Um abraço,
Prof.Gilberto

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Filme: Sócrates - Considerações


Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2011/10/filme-socrates.html antes de ler esta postagem:

No começo do filme vemos Atenas sendo humilhada pelos espartanos, que derrubam suas muralhas... Os episódios se referem à parte final da Guerra do Peloponeso, momento em que alguns tiranos em Atenas assumem o poder apoiados pelos inimigos... Depois ocorre o retorno da Democracia, das assembleias e sorteios para a definição de magistrados...
Assistimos ao velho Sócrates perambulando pelas ruas sempre acompanhado dos jovens, que o seguiam em busca de conhecimento. Xântipe, sua esposa (o filme apresenta apenas ela), vivia a reclamar que os filhos passavam fome... Seu marido passava muito tempo fora de casa, vivia acompanhado de jovens, mas não trazia dinheiro. O pior, dizia, era ouvir por aí que Sócrates estava atraindo a ira de vários cidadãos.
Para seus discípulos, Sócrates ensinava que só há um bem: a Sabedoria... E que o único mal é a “presunção de saber”... E o que sabe Sócrates? Tem consciência da própria ignorância... Afirmava, quando questionado, que a única certeza que tem é a de que “nada sabe”. Por esse tipo de conhecimento não havia o que cobrar.
Para muitos atenienses, porém, o filósofo era o responsável pela decadência da polis. Então, aos poucos, a sua irreverente forma de levar a vida e de lidar com as manias do povo, o fez alvo de perseguição no tribunal. Sócrates foi acusado (por Meleto com o apoio de Ânito e Lícon) de não crer nos deuses atenienses, de propor novas crenças e de corromper os jovens locais. A parte final é reservada ao julgamento em que o próprio filósofo realiza a sua defesa, e os momentos derradeiros na prisão junto aos discípulos.
Talvez seja interessante reservar uma postagem para a defesa e os últimos momentos do filósofo destacados no filme.
Continua em https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2011/10/filme-socrates-politica.html
Indicação (14 anos)
Um abraço,
Prof.Gilberto

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Filme: Sócrates

Sócrates, filme italiano de Roberto Rossellini (1971), apresenta o final da vida do filósofo grego, que viveu entre 470 e 333 a.C.
Para amanhã pretendo registrar algumas considerações...

Indicação (14 anos)
Um abraço,
Prof.Gilberto

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Rabiscos no improvisado papel para rascunho

Entre reflexões e rascunhos sobre Os Mandarins, rabiscos diversos no verso de um papel qualquer:


Um lado





















Outro lado











Um abraço,
Prof.Gilberto

"Os Mandarins", de Simone de Beauvoir. O regresso de Henri e Nadine de Portugal

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A estadia em Portugal revelou as condições precárias em que viviam numerosas famílias... Bairros mal cheirosos e casas insalubres com moradores mal vestidos e alimentados... Henri retornava para a França com certos compromissos assumidos com Das Viernas. Nadine retornava um pouco decepcionada, mas os dias ao lado de Henri trouxeram-lhe certo amadurecimento.
De volta a Paris, o primeiro a encontrarem foi Vincent, que foi recebê-los na estação ferroviária. Ele se espantou com a grande quantidade de souvenires trazidos pelos viajantes. A novidade que revelava era o Rolls Royce, veículo com o qual o L’Espoir podia contar.
Henri seguiu para o encontro com Paule. Ela o recebeu afetuosamente e alegre com os presentes que acabava de receber (meias de seda, sandálias de camurça, bolsa, tecidos, echarpes, luvas). Henri ficou sabendo que o seu livro tornara-se um sucesso no pós-guerra... Paule se mostra ainda mais submissa e diz que sabe que Henri tem uma missão importante como intelectual, e isso é algo que está muito acima dela... Ela quer dizer-lhe que procurará ser digna de ser sua companheira, quer que ele concorde que, no convívio com ela, sua liberdade é respeitada...
Podemos dizer que Paule, em relação a Henri é um ser para o outro... A moça se anula completamente e sua vida só tem sentido se consegue promover, para o outro, satisfação e realização pessoal... Henri quer que Paule admita que o que havia sido dito na conversa entre ambos antes da viagem devia se concretizar. Ela retruca e diz que o companheiro não precisa se instalar num hotel. Ali no estúdio, dadas as mudanças pelas quais Paule passou, Henri teria sua liberdade e teria independência para curtir suas aventuras.
Henri deixou Paule e seguiu em direção ao jornal, queria ver todos os companheiros... Só Lambert não estava presente... Os amigos queriam saber sobre a viagem, os presentes trazidos, se ele trouxera alguma reportagem... Todos se encaminharam para o bar.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/03/os-mandarins-de-simone-de-beauvoir.html...
Leia: Os Mandarins. Editora Nova Fronteira.

Um abraço,
Prof.Gilberto

terça-feira, 11 de outubro de 2011

"Os Mandarins", de Simone de Beauvoir. A viagem a Portugal

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Paule procurava garantir a Henri que ele era um tipo livre. Dessa forma, viver ao lado dela não devia causar-lhe nenhum drama, já que podia fazer o que bem quisesse... Ela fazia questão de dizer que não via nenhum problema no fato de o seu homem partir sozinho para Portugal, onde permaneceria por um mês... Henri imagina que talvez este fosse um bom momento para despachar Paule de uma vez de sua vida... Ele se lembra de como se encantava com a jovem cantora intelectual... Lembra-se também de que os tempos de guerra levaram-no a viver com ela no estúdio.
Paule tenta mostrar-se “desencanada” e até diz saber que Henri anda de encontros com a filha de Anne... O moço ironiza e diz que a liberdade que tem é a que a vida de convívio “a dois” permite. Paule se irrita quando fica sabendo que ele levará Nadine para Portugal... Para ela só havia uma pessoa que pudesse quebrar a solidão de sua viagem: ela mesma. Paule parece irredutível, mostra que se sente traída, que levar a jovenzinha é como destruir o amor entre eles. A situação deixou-a muito magoada... Para Henri, sua conversa resultou em desagradável demais... Tanto é que ele procurava dizer que estava tudo acabado entre ambos, porém saiu dizendo que não levaria Nadine... De sua parte, a instável Paule via que o desagradara e passou a dizer que preferia que ele viajasse com Nadine... Melhor isso do que se tornar ainda mais insatisfeito com ela.
O fato é que no dia seguinte Henri embarcava de trem com Nadine para Portugal...
(...)
O começo da viagem não foi dos mais agradáveis, já que Nadine e Henri mantinham-se dialogando “ofensivamente”... A moça expressava certo orgulho por ter sido a escolhida para a viagem... De certa forma “contava vantagem” sobre a situação de desprezo que Paule deveria estar sofrendo. De sua parte, Henri esperava uma companhia mais afetuosa...
Chama-nos a atenção o fato de os dois ficarem tremendamente admirados ao notarem que nas cidades da Península Ibérica havia a possibilidade de se adquirir artigos (sapatos e bolsas de couro “de verdade”, luvas de pecari, lã autêntica, ternos...) há muito desaparecidos na França recentemente sofrida com a ocupação... Isso sem contar a admiração pela agitação do centro de Lisboa apinhado de pessoas interessadas pelos cinemas e cafés.
Instalaram-se num luxuoso e confortável hotel... De certa forma Henri era uma celebridade... Em visita ao consulado francês recebeu homenagens. Conheceu o velho Mendoz das Viernas, um ex-ministro... Ele revelou a Henri a situação do país governado pelo ditador Salazar... O velho pedia ao visitante que levasse aos franceses as notícias sobre a ditadura em Portugal... E que os ajudassem a tirar Salazar do poder. Para impactar ainda mais o francês, ele e sua acompanhante são levados a visitar os bairros pobres e as habitações mais humildes... Acabam conhecendo uma realidade miserável... Nadine torna-se entediada com a viagem. Para Henri o passeio não foi exatamente o que planejara (descanso e paz para produzir um “romance alegre”)...
O retorno à França foi carregado de pequenas lembranças aos amigos... E de material para redigir críticas à Ditadura em Portugal.
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Leia: Os Mandarins. Editora Nova Fronteira.

Um abraço,
Prof.Gilberto

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Daniel Ortega - Um desenho

Para quebrar (um pouco) a sequência sobre Os Mandarins, decidi postar este desenho do “caderno perdido na estante”. É um Daniel Ortega baseado em fotografia de 1986 publicada em Cadernos do Terceiro Mundo. Na ocasião ele era o presidente da Nicarágua desde 1984. O líder socialista havia conduzido o processo revolucionário, vitorioso em 1979, contra o Regime Militar local. Em 1990 ele foi derrotado no processo eleitoral por Violeta Chamorro... Em 2007 voltou à presidência do país após vitória eleitoral.
O desenho data de 25 de janeiro de 1999.

Um abraço,
Prof.Gilberto

terça-feira, 4 de outubro de 2011

"Os Mandarins", de Simone de Beauvoir. Encontro de Anne com Victor Scriassine

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Depois do chá dos jovens, Anne vai ter com o marido... Os dois falam sobre a possibilidade de Nadine trabalhar com ele. Robert considera que a moça tem potencial além de ler correspondências e preencher fichas... Todavia a maior preocupação de Anne é evitar que a filha viaje com Henri a sós para Portugal... Robert não vê mal algum nisso... E nem no fato de ela levar uma vida “de cama em cama” com os mais diversos tipos. Dubreuilh até releva a situação mostrando que ele próprio tinha esse proceder em sua juventude... Anne considera isso uma insensatez do marido, já que em seu raciocínio Nadine equivalia a um rapaz (?)... Robert consente em ter Nadine como secretária, pelo menos haveria muito trabalho já que ele estava trabalhando no projeto de uma revista do movimento... Anne o convida para acompanhá-la ao encontro com Victor Scriassine... Ele diz que não gostaria de discutir política com o outro, então ficaria muito bem a escrever no escritório.
A noite era fria e Anne lamentou um pouco a situação, mas o encontro devia fazer-lhe bem, já que nos últimos anos tivera sempre as mesmas companhias... Chegou ao Hotel Ritz, onde Scriassine, correspondente de uma revista franco-americana, era hóspede. Dirigiram-se ao bar para beber e Scriassine carregou-a de perguntas sobre o trabalho da Resistência, sobre L’Espoir e sua distribuição... O bar estava cheio de oficiais americanos e de mulheres...
De repente, um certo Manès Goldman reconhece e cumprimenta calorosamente Scriassine. Parabeniza-o e ao mesmo tempo agradece a publicação de Vienne La Brune... O tipo sai quase que do mesmo modo como chegou, e Scriassine passa a lamentar-se para Anne... Confessa o seu sentimento de fracasso, já que nas ocasiões que exigiam maior engajamento acabava refugiando-se em outro país... Anne mostra-se compreensiva, diz que graças a isso ele pôde produzir textos importantes contrários aos totalitarismos, e que, além disso, está acostumada a lidar com remorsos e outros traumas psíquicos...
Entre várias doses de uísque e martine, os dois se tornaram mais familiares... A certa altura Scriassine fala sobre a relação de Anne com o marido Robert, sobre o fato de serem livres, se nunca ocorria alguma traição... Neste ponto Anne se mostra indignada e diz que esse tipo de juízo não faz parte de sua vivência com Dubreuilh... Em suas reflexões percebemos que, para ela, nunca causou espanto o fato de o marido pernoitar com moças encontradas em boates.
A conversa encaminha-se para uma proposta de passarem a noite juntos no quarto de Scriassine... Anne concordou... Exercia sua liberdade... Ninguém a forçara... A empatia foi suficiente. Durante as horas seguintes houve certo desconforto... Scriassine mostrou-se dominador e exigente em querer saber se satisfazia a outra... Dormiram e, no dia seguinte, ao se reencontrarem decidiram não repetir os episódios.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2011/10/os-mandarins-de-simone-de-beauvoir_11.html...
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Um abraço,
Prof.Gilberto

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

"Os Mandarins", de Simone de Beauvoir. Henri e Nadine; morte de Chancel

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Depois daquele Natal, Henri e Nadine se encontram... Os dois saem para comer, beber, dançar... Conversam sobre os rumos que darão às suas vidas de pós-guerra... Os encontros nos Cafés e restaurantes eram frequentes entre os intelectuais franceses engajados, os existencialistas eram os mais assíduos... Rascunhos diversos foram desenvolvidos nesses ambientes... Nadine estava a fim de uma boate onde pudessem contemplar dançarinas nuas... A noite foi de muita bebedeira... Henri acorda numa cama ao lado de Nadine, está sofrendo com dores na cabeça e diz que não se recorda dos detalhes das últimas horas... A relação tornou-os mais cúmplices... A despedida é marcada pela promessa de Henri de tentar acertar a viagem de um mês com Nadine até Portugal... Isso incluía convencer Paule... Essas coisas.
No dia seguinte, Anne pensa sobre seus pacientes... Há casos bem complicados e ela reflete sobre os desenhos de um garoto, Fernand... Se a casa desenhada tem telhado, chaminé com fumaça ou se é cercada... Em seu ofício esses exercícios fazem parte do processo de descobrir a chave da felicidade para o paciente. Nadine chega próximo da mãe, a moça está pronta para receber os amigos para um chá. As duas conversam e Nadine espera que Anne a ajude a fazer o pai a admiti-la como secretária dele. Elas não se entendem muito bem...
Nadine fala sobre os detalhes do encontro que teve com Henri na noite anterior, inclusive antecipa que é certo que irá com ele para Portugal. Anne teme pela filha, acha que ela se apegará ao Henri, mas a moça pousa de resolvida e como quem quer apenas se divertir. A mãe lamenta que o cotidiano da filha seja o de “cama em cama”... Nadine escancara sua opinião em relação à mãe, um tipo que nada sabe a respeito dos homens, que nunca se olha no espelho ou tem pesadelos, que “vive conversando com loucos”...
Lambert, Sézenac, Vincent e Lachaume são os amigos de Nadine que chegaram para o chá. A notícia ruim é a de que Chancel havia morrido. Anne assiste à conversa dos jovens sobre a situação que estavam vivendo. Sézenac era um tipo mais calado, enquanto Vincent e Lambert eram de discutir... Esse Lambert era o preferido de Anne para um eventual compromisso mais sério com a filha. Ele era um tipo “mais família” e questionava o ocorrido... Até que ponto tudo aquilo valia o sacrifício com a própria vida? Chancel teve razão? Partira ele para uma espécie de martírio? Nadine rebate as reflexões de Lambert e, para agredi-lo, diz que irá com Henri para Portugal...
Neste ponto Anne retira-se e é seguida por Sézenac. O moço diz que está pensando em se relacionar firmemente com uma jovem, porém tem dores que resultam em distúrbios comportamentais que só se resolvem com supositórios de eubina. Ele diz que não tem receita para adquirir o remédio... A psiquiatra sabe que trata-se de medicação tóxica e que o rapaz deve estar viciado... Sabe que ele percebe que ela pode conseguir para ele... Pede, então, que o procure no próximo dia.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2011/10/os-mandarins-de-simone-de-beauvoir_04.html
Leia: Os Mandarins. Editora Nova Fronteira.

Um abraço,
Prof.Gilberto

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