sexta-feira, 18 de novembro de 2011

"Defesa de Sócrates", de Platão

Depois dessa “overdose” do Sócrates de Rossellini, é natural sugerir aqui Defesa de Sócrates, texto relativamente curto que está em Sócrates, da coleção Os Pensadores, Nova Cultural, 1991. A seleção dos textos do volume é de José Américo Motta Pessanha, que idealizou a coleção.
Defesa de Sócrates é de autoria de Platão... Sua leitura leva-nos às emocionantes palavras do filósofo por ocasião de sua defesa no processo que sofreu em 399 a.C. Notamos que o filme de Rossellini tem como base esse texto e o Apologia de Sócrates, de Xenofonte, que também faz parte do volume... As Nuvens, de Aristófanes, finaliza a edição.
No filme vemos Sócrates censurar Xântipe que chora os momentos finais do marido... Ela dizia lamentar o fato de Sócrates ir injustamente para a morte... Espirituoso, o filósofo pergunta se ela preferiria vê-lo morrer justamente... O trecho foi retirado do texto de Xenofonte, mas o diálogo é entre Sócrates e o discípulo Apolodoro...
Leia: Sócrates; Os Pensadores. Nova Cultural.

Um abraço,
Prof.Gilberto

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Filme: Sócrates - depoimento do professor Roberto Bolzani Filho

Talvez seja interessante acessar as postagens sobre o filme Sócrates  (retomar https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2011/10/filme-socrates.html)   antes de ler esta postagem:

O DVD Sócrates, de Roberto Rossellini, em sua edição brasileira apresenta um depoimento do professor Roberto Bolzani (USP). As palavras do especialista contribuem substancialmente para a compreensão do filme e sua contextualização, além de explicar a filosofia de Sócrates (que é o que mais interessa).  Segue uma breve síntese:
Os Diálogos de Platão são utilizados no roteiro do filme. Rossellini escolheu a figura de Sócrates marcante nos diálogos, sobretudo em Defesa de Sócrates (que é uma prosa corrida e apresenta “fielmente” a defesa proferida pelo próprio filósofo em 399 a.C) em relação às acusações interpostas por Meleto e Ânito: corrupção da juventude ateniense; negação dos deuses da cidade; introdução de novos deuses. Há também referências aos Diálogos Socráticos mais curtos. Esses são menos antigos que Apologia de Sócrates: Críton, que se desenvolve na prisão; Diálogos Aporéticos, nos quais o filósofo deixa dúvidas insolúveis; Fédon, um diálogo de maturidade, em que temos as afirmações referentes à sobrevivência da alma... Bolzani mostra que se trata de “tese platônica”, e não socrática.
Há os diálogos com os sofistas. Bolzani explica a rivalidade desses com Sócrates... Enquanto o filósofo é o “herói” que contrapõe a investigação da Verdade ao uso da retórica, os sofistas são difusores de um “falso saber”... São professores de retórica e sobrevivem do pagamento que recebem pelas aulas... Eles gozam de reputação, pois na Democracia ateniense, como não podia deixar de ser, o uso da palavra é livre aos cidadãos e a boa retórica podia levar o cidadão a bons postos...
Com Sócrates temos a “busca de um conceito universal”... O diálogo com Hípias sobre o Belo é exemplar... Sócrates pretende um “conceito moral”, enquanto o seu interlocutor se limita a “definir” Belo citando algo que “contenha beleza”... Sócrates pretende conhecer “o que torna as coisas belas”.
O professor explica, ainda, a crítica socrática que aparece no filme em relação à valorização das argumentações escritas em detrimento dos discursos orais... Platão se refere a isso no Diálogo Fedro... Em síntese, os discursos proferidos são mais eficazes no ensino filosófico, já que a oralidade permite a correção e a reformulação... Por sua vez o texto escrito é fixo, acabado... Até que ponto é possível dialogar com o autor a partir de seu texto impresso?
Por fim, outras considerações: A “Virtude Moral” é um conhecimento... Saber o que é Virtude permite o “Agir Virtude”; Há a crítica à Democracia ateniense, já que o modelo permite concluir que “todos sabem governar” (por sorteio todos podem chegar aos altos postos). Assim, do mesmo modo que pretendemos que um piloto de navio conduza a embarcação que nos leva, ou que um carpinteiro faça as cadeiras e mesas que usamos, também o governo da cidade deveria ser entregue apenas aos devidamente capazes (os filósofos); Sócrates procurou em Atenas os sábios (políticos, poetas e artesãos) e, a partir dos diálogos que manteve, notou que eles imaginavam possuir um saber que não detinham (presunção de saber)... O Oráculo de Apolo (Delfos) então estava correto: Sócrates é o mais sábio entre os homens... Isso porque dentre todos era o único a admitir a própria ignorância. O seu modo de ser e pensar provocou inimizades nos círculos mais importantes da cidade; Sócrates apenas “trazia à luz” (referência à maiêutica, trabalho de parteira exercido pela mãe do filósofo) a Verdade que seus interlocutores possuíam em sua alma; O filme de Rossellini foi rodado na Itália de 1970, num momento em que se debatia o papel dos intelectuais na sociedade... O filme é exemplar nesse sentido, pois assistimos Sócrates se posicionando contra os poderes estabelecidos na cidade... Refletimos sobre suas convicções e as exigências do poder público em relação a ele...
Indicação (14 anos)

Um abraço,
Prof.Gilberto

domingo, 13 de novembro de 2011

Filme: Sócrates - Areté

Talvez seja interessante acessar http://aulasprofgilberto.blogspot.com/2011/11/filme-socrates-epilogo.html antes de ler esta postagem:


Podemos dizer que Sócrates foi sacrificado.
É, porque assumiu até o fim de sua existência o compromisso com a Justiça, o Bem, a Verdade... E não tendo renegado a força interior que o levava a defender a busca constante desses princípios, foi levado à pena capital... Ele podia manter-se perfeitamente ajustado à realidade de seu tempo e de seus concidadãos sendo mais um “experiente conselheiro” para os mais jovens sobre o “engajamento ideal” na polis. Os sofistas procediam assim... Porém, em vez disso, o mestre seguia a sua missão. E ela era perturbadora na medida em que levava os contemporâneos às reflexões sobre seus conceitos. O filósofo os deixava sem as suas certezas, já que cada um deveria buscar dentro de si a Verdade.
Podemos dizer que a realização de sua missão (em respeito ao chamado da força interior que o impulsiona) é o Areté. Podem-se tecer críticas ao modo despojado de desprezar os prazeres materiais que são constantemente proporcionados, mas (em Sócrates) é a concretização do Areté que nos traz a felicidade. Cada um possui a sua Areté e evidentemente ninguém precisa comprometer-se com Sócrates... Nem ele exige isso... Cada um pode buscar a felicidade onde bem entende. Mas há a necessidade de refletirmos sobre as suas bases. E suas conseqüências também... A felicidade que buscamos proporciona Justiça, Bem e Verdade?
O diálogo com Hípias é interessante... Ele se satisfaz em ser festejado por proferir “belos discursos”. Indagado sobre o que é a Beleza, diz que uma “bela virgem” define o conceito... Sócrates diz que uma mula ou uma panela também são belas... Hípias não entende a interposição de Sócrates e fala que não se pode comparar a “bela virgem” com mulas ou panelas. Porém conclui que os “belos deuses” são mais belos que as “belas virgens”... Ora, em tudo há Beleza quando reconhecemos a sua utilidade, importância na realização do Bem.
Também notamos Sócrates dialogando sobre o poder adquirido por políticos corruptos e que vivem buscando eliminar adversários a qualquer custo... Será que podem ser felizes sendo injustos? Não há proveito em se enriquecer e exercer poder impondo medo e tomando posse dos bens que pertencem ao público ou a um particular... O que um tipo assim colheria? Vivendo longe da Virtude, desconhecendo o Bem, conheceria apenas o terror de, a todo momento, sentir-se ameaçado por aqueles que perseguira no passado...
Lísias, o orador chamado a preparar uma defesa para Sócrates pretende que qualquer artimanha seja válida para livrar o “cliente” da acusação que pesa contra ele. Mostra que faria a defesa do filósofo bajulando os membros do tribunal, reverenciando os rituais de Atenas, além de promover a ideia de que nada do que Sócrates dissera outrora deveria merecer atenção mais séria e que, em verdade, ele se tratava de um velho inofensivo... Como sabemos, Sócrates não aceitou a proposta de Lísias principalmente porque, para livrá-lo da morte, o orador apelava para mentiras.
Indicação (14 anos)
Continua em https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2011/11/filme-socrates-depoimento-do-professor.html
Um abraço,
Prof.Gilberto

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Filme: Sócrates - epílogo

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Sócrates profere umas últimas palavras à assembleia... Ele saía condenado à morte e os demais saíam condenados pela Verdade, teriam a vida marcada pela injustiça que cometeram... Ele partiria para a morte, enquanto sua assistência para o cotidiano dos viventes... Qual o melhor destino? Ninguém ali poderia saber... O filósofo manifesta que por nenhum momento sentira pressões internas que exigissem mudar sua conduta... Via em toda aquela situação os desejos divinos. Manifesta, ainda, não temer a morte... Solicita apenas que quando seus filhos tornarem-se homens, acaso prefiram o dinheiro e honrarias à Virtude, sejam repreendidos pelos concidadãos.
Sócrates foi aprisionado para aguardar a execução. De sua parte os discípulos lamentavam e comentavam sobre o atraso (em mais de um mês) da embarcação divina... Seria isso intervenção dos deuses? Críton se mostra decidido a conspirar, corromper carcereiros e contratar guias para salvar a vida do mestre... Alguns acreditam mesmo que a fuga de Sócrates seria apreciada pela opinião pública.
Críton vai à prisão mais cedo do que habitualmente para estar a sós com o mestre. Ele fica admirado com o sono tranquilo do amigo prisioneiro... Depois de despertado, Sócrates é informado que a “embarcação sagrada” está prestes a ancorar em Atenas, mas ele fala sobre um sonho que lhe revelara que ainda teria dois dias entre os vivos. Críton apresenta ao mestre a ideia da fuga para a Tessália, onde há amigos que o aguardam... O problema para a execução de seus planos é a resistência do prisioneiro. Sócrates considera que também lá seria condenado à morte, além do mais a sua fuga seria uma “injustiça para com a cidade e suas decisões”. Em Tebas ou Megara, Sócrates seria sempre mal visto e como uma constante ameaça. Em seu juízo, a decisão do tribunal pode ter sido a melhor, dado que acreditava ter cumprido sua missão e já não lhe restava tanto tempo para viver... Esforçar-se em permanecer vivo seria algo ridículo e mesquinho. Sócrates morria não por culpa das leis, mas por culpa da injustiça praticada pelos homens.
Críton percebe-se convencido pelos argumentos do mestre e não mais insiste com a conversa de fuga... Na sequência temos uma grande afluência ao cárcere. A família de Sócrates e seus discípulos aparecem para umas últimas palavras e despedidas. Sócrates fora comunicado pelo tribunal que se preparasse para morrer, pois a hora se aproximava... Xântipe manifesta seu desespero aos pés do marido, que a tranquiliza... Os discípulos se encantam pelo fato de Sócrates demonstrar-se calmo... Têm tempo ainda para um a breve conversa sobre a morte, sobre a possibilidade de a alma também perder a vida... É a alma que dá vida ao corpo, ela é sempre portadora de vida... Há o contrário (que é a morte), porém a alma (sendo a fonte da vida) não pode receber a morte... Sendo a alma imortal, é necessário cuidar dela enquanto se vive... Se a morte fosse o fim de tudo seria algo bom para os maus, já que a “ruindade sumiria com eles mesmos”...
Do lado de fora da gruta (o cárcere era no interior de uma caverna) Xântipe consola os filhos dizendo-lhes coisas boas sobre o pai e de seu exemplo de coragem, serenidade na busca da Verdade e do bem comum... Xântipe diz aos meninos que Sócrates é um herói.
Depois de lavar-se, Sócrates pede que chamem a mulher e os filhos e recomenda aos discípulos que sejam um bom exemplo após a sua partida... O carrasco orienta que Sócrates ingira o veneno e que caminhe até sentir as pernas pesadas, então deveria deitar-se e esperar a cicuta agir. O mestre bebe desejando que os deuses o guiem na “viagem”...
Indicação (14 anos)
Continua em https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2011/11/filme-socrates-arete.html
Um abraço,
Prof.Gilberto

domingo, 6 de novembro de 2011

Filme: Sócrates - o Veredicto

Talvez seja interessante acessar http://aulasprofgilberto.blogspot.com/2011/11/filme-socrates-julgamento.html antes de ler esta postagem:


Meleto diz aos cidadãos que Sócrates é um descrente que diz que o “Sol é uma pedra, enquanto que a Lua é igual à Terra”... Sócrates diz que o rapaz o está confundindo com Anaxágoras... Isso a parte, o filósofo mostra que seria impossível não crer nos deuses, dado que é impossível não crer em suas manifestações... Crer nos atos dos Deuses é, implicitamente, crer neles. A acusação de Meleto tinha como base a calúnia e os que assistiam aos debates notavam que Sócrates o colocava em contradições... Mesmo embaraçando o acusador, Sócrates sabia que corria o risco da pena capital... Mas mostrava-se corajoso perante essa possibilidade e discursa sobre a morte, dizendo que talvez ela seja o maior dos bens... A sabedoria é reconhecer a nossa ignorância sobre ela. O filósofo mostra que até o fim de sua vida não abandonará sua missão de raciocinar, embora isso às vezes possa trazer conflitos aos concidadãos, não abandonará sua missão divina... Sócrates não busca a piedade do tribunal, mostra que se os jurados se deixarem convencer pelos acusadores poderá ser levado à morte. Nada tem para convencê-los do contrário, apenas que isso poderá significar que a Verdade não mais se manifestaria entre os atenienses. Contudo, ele insistia em respeitar a decisão do tribunal, esperando sinceramente que ela fosse o melhor para todos e expressasse o Bem comum.
Na sequência ocorreu a votação, Sócrates observava os homens comuns dirigirem-se às duas urnas onde depositavam votos... É possível que eles tenham entendido bem pouco do que falara... Entre os discípulos poucos acreditavam seriamente que condenariam o seu mestre, embora soubessem que muitos ali fossem inimigos declarados de Sócrates. É Críton quem lembra que o mestre poderia pedir a comutação da pena em caso de acusação... Sócrates foi declarado culpado pela maioria dos votantes. Pedem que ele manifeste o que propõe para aliviar a pena... Sócrates manifesta surpresa ter sido condenado por pequena margem de votos e que, embora Meleto peça a pena de morte, considera que (para serem justos) os jurados não deveriam puni-lo, mas sim receber uma recompensa... Aqueles que fazem o Bem devem ir ao Pritaneu e é para lá que Sócrates deveria ser enviado, alojado e alimentado. Mas é claro que essas palavras são entendidas como provocações de quem menospreza o tribunal... Sócrates mostra que indenizações ou exílio nada significam para a sua condição de pobre e envelhecido... Se os próprios concidadãos não o suportam, o que esperar dos estrangeiros? A proposta de Sócrates foi submetida a votação e, obviamente, rejeitada. Então, dentro de 24 horas o filósofo deveria ser executado. Esse tempo seria majorado devido ao período de “purificação”, uma época de festividades em homenagem à vitória de Teseu sobre o Minotauro. Nessas ocasiões aguardava-se o retorno de uma embarcação vinda de Delos... Então, até que o ritual não se concretizasse, a execução de Sócrates seria suspensa.
Indicação (14 anos)
Continua em https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2011/11/filme-socrates-epilogo.html

Um abraço,
Prof.Gilberto

Filme: Sócrates - Julgamento; questionamentos ao acusador Meleto

Talvez seja interessante acessar http://aulasprofgilberto.blogspot.com/2011/10/filme-socrates-sacrificios-aos-deuses.html antes de ler esta postagem:

O júri é formado a partir do sorteio ordinário... Os jurados não sabiam com antecedência de qual processo participariam. O julgamento é público. A deusa Atena é saudada e invocada a iluminar com sabedoria os jurados. Meleto é chamado a proferir suas acusações contra o filósofo e propõe a pena de morte. Ânito também é chamado a relatar suas acusações e fala sobre os problemas que Atenas sofrera devido às imprudências de Sócrates no trato com os mais jovens, desviando-os das tradições... Depois é Sócrates quem tem a palavra para realizar a sua defesa. Muitos esperam eloquências de sua parte, mas ele diz que na situação em que se encontra não seria certo... Falará no tribunal como cotidianamente fala nas praças e ruas, de modo simples e sempre buscando a Verdade, assim a maioria presente não estranhará suas palavras.
Sócrates fala sobre o “personagem Sócrates” construído por adversários que há vinte anos vinham falando mal dele... Cita Aristófanes e diz que o tal personagem seria um ateu, um “andante das nuvens”... Classificações que (absolutamente) não refletem sua personalidade. Sócrates admite ser um ignorante, alguém que nada sabe e que apenas busca a Verdade... Seu conhecimento é “saber que nada sabe”, sendo assim não se vê em condição de cobrar pelos ensinamentos que transmite (dialoga) com seus jovens discípulos. O filósofo raciocina que poderiam questionar, então, o por quê do processo... Admite possuir sabedoria... O irmão de Clerofonte é chamado por Sócrates para dar testemunho sobre o episódio em Delfos, quando Clerofonte indagou à Pitonisa se havia no mundo alguém mais sábio do que Sócrates. A resposta foi a de que não havia ninguém mais sábio que o filósofo... Sócrates então retoma a sua defesa afirmando que desde então procurou conhecer os sentidos das palavras do oráculo. Conversou com uma série de poetas, políticos e outros “notáveis”, e chegou à conclusão de que aqueles simplesmente ostentavam a notoriedade sem, contudo, serem (de fato) conhecedores... Sócrates, ao contrário, “tinha consciência da própria ignorância” e isso o fazia mais sábio. O filósofo mostra que atraiu a inimizade de muitos porque, ao servir o deus que o obrigava a procurar a Verdade, levava pessoas muito poderosas a perceberem que (de fato) não eram sábias como sempre se julgaram.
Depois se dirige a Meleto, que “fingia se interessar por coisas das quais nada sabia”... Ora, se Sócrates corrompe a juventude, então o que haveria de melhor para a educação dos atenienses? Meleto não titubeia e responde que as Leis atenienses são o que há para serem ensinadas, sendo elas o “guia perfeito” para a juventude. Questionado por Sócrates sobre quem teria o conhecimento das Leis, Meleto diz que os juízes são os detentores do saber. Mas o filósofo quer saber mais e questiona se todos, ou apenas alguns entre os juízes têm conhecimento das Leis... Meleto está em meio à assembleia e, embora seja o acusador, percebe que não pode cair em contradições... Diz que todos os juízes têm conhecimento das Leis. Sócrates mostra que, potencialmente, todos os atenienses podem chegar à condição de juízes... Porém Meleto só vê ameaça aos jovens em sua pessoa... Ora, essa seria, então, uma situação de fácil resolução... O filósofo mostra a Meleto que sendo um “corruptor de jovens”, e fazendo isso voluntariamente, estaria fazendo um grande mal a si próprio, já que os discípulos se indisporiam em relação ao mestre... Então, ou Sócrates não corrompe a juventude, ou o faz involuntariamente... Uma culpa involuntária não seria competência do tribunal... O filósofo faz referência ainda ao fato de seus antigos discípulos, ou os parentes dos atuais seguidores, não apresentarem nenhuma acusação contra ele. Por que Meleto não os incluíra entre os testemunhos de sua acusação?
Indicação (14 anos)
Continua em https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2011/11/filme-socrates-o-veredicto.html

Um abraço,
Prof.Gilberto

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