sábado, 16 de junho de 2012

Considerações sobre "Deficiência Intelectual: os sentidos da cultura, da história e da escola", de Anna Augusta Sampaio Oliveira; in "Referencial sobre Avaliação da Aprendizagem na área da Deficiência Intelectual" – Primeira Parte

O texto se inicia com uma citação de Sadao Omote que destaca que a deficiência não é algo com o qual se nasce, ou que se contrai a partir de uma enfermidade. A deficiência é produzida e mantida a partir das interpretações (que vigoram no grupo social) sobre vantagens e desvantagens de determinadas pessoas em relação a certas diferenças... A deficiência deve ser entendida como decorrente do modo de funcionamento do grupo social.
As práticas sociais revelam os contextos (cultural, histórico, social) em que a deficiência intelectual é caracterizada... As práticas escolares merecem destaque aí.
Concepções biologizantes e individualistas estão no bojo das explicações para a deficiência intelectual... A autora destaca que elas são desumanizadoras, excluem a dimensão humana da pessoa... “Tudo o que envolve o homem é humano, social, cultural. E tem limites desconhecidos”. A possibilidade de aprender é ilimitada. E é isso o que deve inspirar as práticas pedagógicas.
Refletir sobre Educação remete-nos a “formação/conclusão, realização do indivíduo/futuro”.
Citando Padilha (A.M.L. Padilha): “O que decide o destino da pessoa, em última instância, não é o defeito em si mesmo, senão suas conseqüências sociais, sua realização psicossocial”.
Relacionando as ideias de Vygotsky : As passagens de um estágio primitivo de comportamento para um mais complexo ocorrem através de vários mecanismos... Em todos eles percebemos a incorporação da cultura e a produção da humanidade em determinado momento histórico... Citando Marx: “Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; as circunstâncias não são escolhidas por nós... Mas sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado”.
(M.R.P. De Carlo) Ainda com base em Vygotsky: Mais que no biológico, a dimensão humana está fortemente colocada na história e na cultura... O que nos torna humanos são as capacidades culturalmente colocadas (língua, representação, atos cotidianos, apropriação dos modos de ser de nossa cultura – higiene pessoal; comer com talheres, vestir-se...) até os mais sofisticados: uso da linguagem, escrita, cálculo, desenho, música, arte, religiosidade... Todos esses atos são apropriados (culturalmente) pelos processos de mediação com os outros ou com objetos de nossa cultura (instrumental/simbólicos).
Não se trata de desprezar o núcleo biológico, mas de “considerá-lo na dialética das intermediações entre o substrato biológico e o cultural.” (De Carlo com base em Vygotsky).
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/06/consideracoes-sobre-deficiencia_20.html

Um abraço,
Prof.Gilberto

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