segunda-feira, 10 de setembro de 2012

“A Moreninha”, de Joaquim Manuel Macedo – Série Reencontro – enquanto canta a “balada do rochedo”, Carolina é observa pela avó e por Augusto

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/09/a-moreninha-de-joaquim-manuel-macedo_8.html antes de ler esta postagem:

Augusto e Dona Ana deixaram a gruta para ver e ouvir a Moreninha que cantava no alto do rochedo... Joaquim Manuel de Macedo escreveu A balada no rochedo na parte 10 do texto. São vinte e duas estrofes... A adaptação de Renata Pallottini apresenta doze delas, evidentemente tornando a canção de Ahy mais acessível aos jovens leitores.
O texto leva-nos a pensar a cena em que a menina de tranças caídas aos ombros cantava de frente para o mar a melodia triste da pequena Ahy na época em que esta contava quinze anos... A mesma idade dela mesma... É claro que não há como não notarmos algumas semelhanças entre a história da lendária menina que (com suas lágrimas) deu origem à fonte que alimentava a gruta, com a que Carolina estava vivendo por aqueles dias. Semelhanças à parte, até esse ponto do livro não é possível definir que a Moreninha estivesse se sentindo sinceramente atraída por Augusto...
Carolina sabe a balada inteira... A apresentação das doze estrofes contempla a mensagem nela contida. Ahy lamentava porque, linda e jovem, sofria de amor por alguém que não a reconhecia (amava sem ser amada)... Toda sua vitalidade (o fogo dos olhos, o riso dos lábios, a face cor de jambo) esvaia-se porque não era correspondida... A canção revela que a pequena adora “aquele” que é como o rio que “corre, sem ver a flor pendente que à margem murcha e morre”... Ela própria seria a flor que murchava de amor... Os lamentos são devidos ao envolvimento do amado apenas em sua tarefa de caçar... “Quando há de ele correr apenas para me ver?”... “Quando há de ele, cansado, descansar ao meu lado?”
É um lamento só... De que vale ser de todos conhecida como “a bela do deserto”? Todo orgulho cai por terra já que o outro apenas desprezo dispensava a ela... A canção se encerra com o apelo para que o amado não retornasse mais porque, sempre que isso acontecesse, ele ouviria as suas queixas de amor...
“E, se amanhã vieres,
em pé na rocha dura
estarei cantando aos ares
a mal paga ternura...
Cantando me ouvirás,
chorando me acharás!...”
(à página 44)

Há um corte abrupto para outro cenário, mas não há como não imaginarmos a emoção de dona Ana e Augusto ao observarem a pequena Carolina cantando “com terna voz” a balada do rochedo... Finalizada a sua leitura, somos tomados pela vontade de reler o poema.
Leia: A Moreninha. Série Reencontro – Literatura. Editora Scipione.
Um abraço,
Prof.Gilberto

Páginas