quinta-feira, 27 de setembro de 2012

“A Moreninha”, de Joaquim Manuel Macedo – Série Reencontro – As moças se revoltam contra Augusto e preparam-lhe uma vingança.

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/09/a-moreninha-de-joaquim-manuel-macedo_24.html antes de ler esta postagem:

A quantidade de pessoas aumentou durante o sarau... E elas se engajaram nos passeios e conversas animadas... Tomaram chá, comeram bolos, biscoitos e doces... As moças exibiam vestidos bonitos e penteados bem feitos... Esmeravam-se no vestir e, assim, chamavam atenção o mais que podiam.
Porém a atração era Carolina que, com sua simplicidade, atraía os olhares para suas tranças caídas ao ombro e para o seu vestido branco... Fabrício e Leopoldo conversavam sobre ela. O primeiro estava simplesmente encantado com a donzela, mas não teria chance de dançar a quadrilha com a Moreninha porque ela já havia se comprometido para doze danças seguidas... Os rapazes viram Augusto conversando com ela e resolveram se aproximar também. Observaram que ela acabara de conceder ao felizardo a “terceira quadrilha”... Fabrício protestou e Carolina respondeu que já havia prometido a dança a Augusto na véspera... O improviso foi bem entendido e Augusto confirmou...
A sós com Augusto, Carolina disse que não queria dançar com Fabrício porque este lhe dizia “coisas de amor”... Ela não queria saber disso... Augusto aproveitou a “deixa” e também se revelou dizendo que, sendo assim, temia “ser réu, como Fabrício”... Carolina então falou que ele não precisaria temer, já que bastava não dizer as mesmas coisas... A isso Augusto respondeu que estaria mentindo se não dissesse... Carolina quis saber o motivo e ele falou que ela era um “anjo... e uma tentação”. Neste ponto, a Moreninha dispensou-o dizendo que também ele acabava de perder a contradança. Foi graças à intervenção de dona Ana que Augusto conseguiu fazer par com Carolina... Em protesto, ela não aceitou passear com ele.
O sarau terminou e, por volta das 4 da manhã, as quatro moças (Joaquina, Gabriela, Clementina e Joaninha, as mesmas da ocasião em que o rapaz teve de se esconder debaixo da cama) retiraram-se para o gabinete feminino, onde conversaram sobre as festas, e sobre Augusto... Quinquina quis saber de sua irmã se o rapaz havia lhe feito uma declaração de amor... A outra confirmou, e destacou que ele elogiou muito os seus negros olhos. Quinquina ficou sem entender e disse que ela mesma recebeu elogios de Augusto sobre sua beleza... Clementina deu prosseguimento às queixas, revelando que o rapaz dissera a ela que a amava de paixão e que sua esperança era conquistá-la. E não é que também Gabriela tinha algo a dizer? Ela se mostrou indignada porque ele disse que a amava de modo apaixonado.
As moças não se conformaram como Augusto poderia ter sido tão abusado mostrando-se sincero para cada uma ao mesmo tempo em que enganava a todas... “Insolente, atrevido, abominável...” é o que tinham a dizer sobre ele. Mas decidiram que o caso merecia uma vingança. E o melhor que pensaram foi um bilhete anônimo marcando um encontro na gruta tão logo o dia se iniciasse... Coube a Clementina escrever:
Senhor,
Uma jovem que vos ama, e que de vós escutou palavras de ternura, tem um segredo a confiar-vos. Ao raiar da aurora a encontrareis no banco de relva da gruta; sede circunspecto e vereis a quem, por meia hora ainda, quer ser apenas,
Uma incógnita
Quando estavam para se retirar, ouviram um suspiro ao fundo do gabinete... Era a bela Carolina que dormia numa cadeira de braços... As primas amigas aproximaram-se para beijá-la... Isso a despertou...
Quanto ao bilhete... Graças a Quinquina, ele acabou chegando até a jaqueta de Augusto.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/09/a-moreninha-de-joaquim-manuel-macedo_29.html
Leia: A Moreninha. Série Reencontro – Literatura. Editora Scipione.
Um abraço,
Prof.Gilberto

Páginas