Talvez
seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/10/a-invencao-de-hugo-cabret-de-brian_11.html antes de ler esta postagem:
Aquele boneco era todo feito de engrenagens e
outras peças de relógio. Ficamos sabendo que ele havia se tornado a coisa mais
importante na vida do menino Cabret desde que seu pai relojoeiro contou-lhe
sobre o achado... A história toda é mais ou menos a que segue:
O pai de Hugo era um exímio
relojoeiro e trabalhava também num museu, onde fazia a manutenção dos relógios
do prédio... Em determinada ocasião encontrou aquele objeto largado no sótão...
O senhor Cabret ficou maravilhado com a máquina e, em conversa com o filho,
explicou que se tratava de um autômato... Explicou que já vira vários, mas não
como aquele. Contou que os autômatos funcionavam à corda, como vários
brinquedos... Ao que tudo indica mecanismos daquele tipo eram raros em princípios da década de 1930... O senhor
Cabret disse que já havia visto muitos modelos, como pássaros que podiam cantar
ou bonecos que desenvolviam manobras em trapézios... O dado impressionante que
ele fez questão de salientar era que, se estivesse em condições de pleno funcionamento,
o autômato achado no sótão do museu poderia escrever...
Mas o pai de Hugo lamentou
que o estado do boneco fosse lastimável, pois estava muito enferrujado e com várias peças quebradas e soltas, certamente faltavam partes... O garoto ouviu o
pai e também se encantou... Imaginou que seria muito interessante assistir ao
autômato escrever um poema, alguma mensagem ou charada... O menino quis saber
quem o teria feito, mas o pai explicou que ninguém sabia.
O senhor Cabret disse que
os autômatos que conhecera haviam sido feitos por mágicos que tinham
conhecimento do funcionamento de relógios... O fato é que, muito bem
elaborados, os autômatos encantavam plateias com suas ações (dançavam,
cantavam, escreviam...)... Todos se deixavam envolver pelo mistério que os
caracterizava.
Foi o próprio Hugo
que, empolgado, pediu ao pai que consertasse o boneco que ele ainda nem
conhecia... A prática que o pai tinha no manejo de relógios complicadíssimos
certamente ajudaria na recuperação de tão maravilhosa máquina... O garoto quis
conhecer o “boneco que escrevia”... Numa noite o pai conseguiu levá-lo ao sótão
do museu... Hugo jamais esqueceria o que viu naquela ocasião... Em meio a
animais empalhados e objetos antigos e empoeirados, o pai apresentou-lhe o
autômato depois de tirar um lençol branco que o cobria. O menino ficou
apaixonado pelo equipamento e muito curioso para saber o que ele poderia
escrever... Insistiu, gostaria de ver o boneco consertado... Então o solícito pai
prometeu que encontraria um tempinho para experimentar peças sobressalentes que
possuía e estudar o mecanismo... O fato é que, mesmo em sua oficina, enquanto
executava serviços urgentes, não deixava de pensar no desejo do filho em ver a
maravilhosa máquina funcionando.
O relojoeiro desmontou a máquina, limpou suas peças, estudou-as a
fundo... Produziu vários desenhos em que detalhou a complicada estrutura. No
dia do aniversário do filho, o senhor Cabret levou-o como de costume ao cinema.
Deu a ele um dos cadernos de presente... Exatamente aquele que o velho da loja
de brinquedos tomou e desejava queimar...
Lentamente, o relojoeiro
conseguiu alguns avanços e Hugo se animou... Houve ocasião em que seu pai
levou-o ao museu para revelar como o mecanismo operava... Faltava
consertá-lo... Os dois encheram-se de esperança sobre a recuperação da máquina.
Queriam descobrir o que ela escrevia ou desenhava...
A leitura de A invenção de Hugo Cabret segue
agradável... Mas há alguns dramas que precisam ser conhecidos e “encarados”. Um
deles é o episódio que revela a morte do senhor Cabret... Na ocasião, ele foi
esquecido pelo guarda do museu... O pai de Hugo engajava-se na pesquisa e
experimentos com o autômato de tal forma que podia mesmo “desligar-se” dos
horários... Assim,
na fatídica noite, ele não teve como escapar do museu porque ficou trancado
nele... O fato é que teve início um incêndio que se alastrou rapidamente por
todo o prédio... O senhor Cabret morreu neste acidente.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/10/a-invencao-de-hugo-cabret-de-brian_15.html
Leia:
A invenção de Hugo Cabret. Edições SM.
Um abraço,
Prof.Gilberto