Etienne conseguiu o empréstimo do livro para Hugo. Em seu quarto, o garoto o leu várias vezes, e em especial a parte que tratava de Georges Méliès... Revia as imagens... Interrompeu o que estava fazendo ao notar que batiam à porta.
Certamente foi com desconfiança que ele a abriu. Era Isabella que chegou trazendo uma lanterna. Estava amparada por muletas devido ao pé enfaixado. Com muita dificuldade que ela havia se deslocado até ali... Contou que ninguém sabia que ela estava se encontrando com ele. Desabafou entristecida e até chorou ao pedir perdão por ter esmagado os seus dedos... Mostrou-se preocupada com o tio Georges que estava acamado e delirando... Disse que o velho falava coisas desconexas e “sem sentido” (“um pássaro sem asa”; “um prédio incendiando”; “uma lasca”; “uma mosca”; “um grão de areia”...). A menina temia pela frágil saúde do tio. Falou que a tia Jeanne havia chamado um médico, que fez o curativo em seu pé e medicou o velho Georges... A garota lamentava tudo o que havia ocorrido e justificava afirmando que não possuíam dinheiro para comprar os remédios, com a agravante de a loja estar fechada... Acreditava que o velho Georges não suportaria e morreria.
Hugo ouviu a tudo e quis tranquilizá-la
contando o que pretendia fazer... Mostrou a ela o livro da biblioteca da Academia
de Cinema. A menina logo reconheceu a imagem que o autômato desenhou e ao ler
as informações ficou sabendo que o tio fazia filmes... Disse que não entendia
por que ele nunca falara sobre aquilo, e muito menos por que nunca permitia que
ela fosse ao cinema. Então Hugo contou sobre onde havia estado e que
havia encontrado Etienne... A garota quis saber por que o tio havia parado de
fazer filmes e por que se tornou lojista de brinquedos... O menino falou para
ela que explicou para Etienne tudo o que estava acontecendo, e que acabou sendo
apresentado ao professor dele, René Tabard.O menino Cabret explicou que nenhum dos dois acreditou na história que ele contou. Então disse que decidiu convidá-los para uma visita ao apartamento do tio Georges. É claro que Isabelle ficou espantada, não aprovou a ideia e respondeu que tia Jeanne não permitiria a visita... Hugo pediu que ela não contasse nada para a tia e tentou convencer a menina de que ela acabaria ficando feliz ao saber que aqueles estudiosos sabiam muito sobre o tio Georges. Isabelle não ficou totalmente convencida da eficiência da ideia, mas se dispôs a ouvir o amigo. Ela quis saber de toda a história de como o autômato havia chegado até ele. Hugo revelou tudo e Isabelle agradeceu a confiança que depositou nela... Ilustrações que seguem dão a entender que os dois estavam mais amigos. O menino sugeriu que se encontrassem na loja de brinquedos no dia seguinte.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/11/a-invencao-de-hugo-cabret-de-brian_15.html
Leia: A invenção de Hugo Cabret. Edições SM.
Um abraço,
Prof.Gilberto
