Talvez
seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/01/ei-tem-alguem-ai-de-jostein-gaarder-uma.html
antes de ler esta postagem:
No retorno a casa, Joakim levou o balde com o peixe fisgado por Mika... Este carregava a lente com a qual verificava as
pequenezas do caminho, como um pulgão que corria em meio à grama... O menino se
encantava com o fato de uma criatura “menor do que uma letra” ser dotada de
vida... Também notou um lagarto e logo perguntou a respeito... Joakim contou
que se tratava de um réptil, podia ser relacionado aos dinossauros e, embora
aquela espécie fosse pequena, revelou que havia maiores (os crocodilos) em
outros países... Mika entendeu que os crocodilos seriam “mais evoluídos” e quis
saber se eles falavam... Nenhuma pergunta do amigo ficava sem resposta,
reflexão ou comentário de Joakim, que ficava encantado como interesse de Mika por tudo o que via no planeta.
Um gato se aproximou de
Joakim quando estavam perto dos arbustos de groselha. O garoto acarinhou o
bichano, que começou a miar e ronronar... Mika disse que não entendia “o que o gato
estava falando”... Joakim explicou que também os gatos não falam, então o
visitante espacial questionou se os ruídos emitidos pelo bicho não são um sinal
de que pensam... Sobre isso o seu anfitrião não soube o que dizer... Refletiu
sobre aquilo... Nenhum animal (gato, vaca, lagarto...) é capaz de pensar como
os humanos... Sabemos que alguns aprendem certas habilidades, mas “não refletem
sobre o mundo onde vivem”, “não têm consciência de sua condição de serem o que
são”. O outro perguntou se aquele exemplar não era um réptil, e ouviu do amigo
que os gatos são mamíferos... Ouvindo isso, Mika concluiu que, se é assim, os
gatos não botam ovos... Com a lente de aumento verificou o focinho do animal e
considerou que “ele deve ser muito bom para cheirar as coisas”.
O bichano fugiu de Mika...
Joakim pensava em uma maneira de mantê-lo distante do olhar da tia Helena. Quis
saber do amigo se ele não gostaria de ficar no galpão de bicicletas examinando muitos
pequenos animais com a lente de aumento. É claro que isso interessou ao menino
do espaço... Já em casa, tia Helena foi querendo saber o que o sobrinho trazia
no balde. Joakim explicou que era um peixe, uma espécie vertebrada que só vive
na água porque não tem pulmões... Como se estivesse apresentando uma síntese
sobre as últimas conversas que teve, além de tentar "enrolar a tia", emendou que ele e ela eram relacionados
àquele animal porque os humanos descendem dos répteis, que descendem dos
anfíbios, que se originaram dos peixes do mar... Helena sorriu e disse que
sabia que o sobrinho era mesmo um pequeno naturalista, mas queria saber como o
menino havia conseguido o peixe... Ela sabia bem que ele não tinha habilidade
para consegui-lo. Era exatamente por isso que Joakim despejou toda aquela
conversa... Como ele não podia contar toda a verdade, disse que conseguiu o
peixe de alguém que o havia pescado... O menino saiu-se bem, pois, por incrível
que pareça, sua tia não lhe fez mais nenhuma pergunta sobre aquele potencial almoço.
Mas a tia Helena não demonstrou interesse de lidar com o peixe e suas
entranhas... Almoçaram panquecas... Por duas vezes Joakim retirou-se dizendo
que devia ir ao banheiro, e foi assim que conseguiu esconder dois pedaços em
sua bota de borracha que estava na entrada... A tia perguntou se ele gostaria
de sair com ela para umas compras, mas o menino respondeu que preferia ficar em
casa para fazer um desenho para o irmãozinho (ou irmãzinha). Ela disse que o
pai havia telefonado outra vez e que o bebê ainda não havia nascido.
Tia
Helena saiu para fazer compras... Joakim sentiu-se aliviado e muito alegre...
Imediatamente seguiu para o balcão de bicicletas com um prato com os pedaços de
panquecas surrupiados... Para o seu desespero, o amigo espacial não estava lá.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/02/ei-tem-alguem-ai-de-jostein-gaarder_11.html
Leia: Ei! Tem alguém aí? Companhia das Letrinhas.
Um abraço,
Prof.Gilberto