Partindo de considerações de Giovanni Levi (1989) devemos levar em conta que na relação com o meio social, todo indivíduo se torna dotado de liberdade originada das “incoerências sociais”... As propostas de mudanças da realidade e suas ações são decorrentes dessa relação e “não podem ser consideradas irrelevantes ou não pertinentes”.
(...)
José Antonio de la Santíssima Trinidad Simón Bolívar y Palacios nasceu
em 24 de julho de 1783, em Caracas. Ele passou para a história como um dos
mais conhecidos e carismáticos “libertadores da América”... Para termos uma
ideia, sua atuação se estendeu desde a Capitania Geral da Venezuela até os
Vice-Reinos da Nova Granada, do Peru e do Rio da Prata (região do alto Peru,
onde contribuiu para a emancipação de território que, em sua homenagem, veio a
tornar-se a Bolívia).
Simón Bolívar pertencia à
elite venezuelana... Tomou conhecimento e fez parte das discussões e ações
provocadas pelas ideias revolucionárias do Iluminismo... Criollo abastado,
gozava de boa reputação em Caracas ao tempo da tomada de Madri pelas tropas
napoleônicas. O ambiente de efervescência política resultou na criação da Junta
de Governo, que declarou guerra à Espanha e resultou na fundação da República
(1811)... Bolívar notou as dificuldades da transição, percebeu o seu papel na
condução do processo e com clareza atuou na concretização de alianças, impondo
condições e derrotando inimigos... Foi assim que “as forças que se articularam
em torno dele conquistaram o objetivo comum da emancipação”.
Mas os ideais que almejava
para a “nova ordem” que se vislumbrava no continente sofreram o golpe,
resultado de interesses locais que se sobrepunham à unidade. Na Grã Colômbia,
Peru e Bolívia a “pluralidade de aspirações” eram gritantes... Adoecido de
tuberculose, cansado e um tanto decepcionado, acabou se retirando... Mesmo uma
personalidade forte como Bolívar sucumbiu.
(...)
Caracas era a capital
da Capitania Geral da Venezuela. A rica família de Simón Bolívar possuía
fazendas dedicadas à produção de cacau, além de muitos outros bens (escravos,
casarão na praça San Jacinto)... Antes dos dez anos de idade viu-se órfão de pai
e mãe. Hipólita, a ama da família, cuidou dele e de suas irmãs.
No início sua educação
ficou por conta do advogado Miguel José Sanz (que em 1810 escreveu Informe sobre educación Pública durante la
colonia). Mais tarde, Bolívar recebeu formação de preceptores como Andrés
Bello (que veio a tornar-se reitor da Universidade do Chile) e Simón Carreño
Rodriguez que, para muitos, foi o responsável pelos ideais de liberdade
assumidos por Bolívar.
Carreño
Rodriguez não militava contra a velha ordem apenas na educação, sabe-se que em
1797 envolveu-se na “Conspiração dos Pardos”, agitação política em defesa da
independência da Venezuela... Depois desse episódio estabeleceu-se na Europa,
tendo passado por Jamaica e Estados Unidos... Foi na Europa que Rodriguez
reencontrou Bolívar. Seus escritos registram, depois de 45 anos, o juramento de
Bolívar no Monte Aventino (Roma), onde assumiu a missão de libertar as terras
da América exploradas pela Espanha.
Continua em https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2013/03/simon-bolivar-de-gabriela-pellegrino_25.html
Leia: Simón Bolívar. Fundação Memorial da América Latina.
Um abraço,
Prof.Gilberto