Arminda viu no papel que o chefe de Lurdes faturava e na verdade colaborava apenas aparentemente com projetos sociais... O amigo dela a fez perceber que as notas da empresa eram superfaturadas... Enquanto a Stiner entregava equipamentos imprestáveis à instituição para a qual Arminda trabalhava, se apropriava do dinheiro público... Em seu pensamento havia a insistente preocupação em garantir o melhor para as crianças carentes, então não se conformava com os computadores recebidos... De sua parte, Lurdes a aconselhava a não se desgastar com a Stiner, pois isso certamente significaria o bloqueio de projetos futuros...
(...)
Chegou
o momento do casamento da sobrinha de Mônica... Tudo foi organizado de modo
muito simples... Bolo, salgados e doces foram encomendados graças ao dinheiro
emprestado pela “amiga benfeitora” Noêmia... Vemos a alegria estampada no rosto
de Mônica. Enquanto caminha maravilhada pela cozinha modesta, Mônica conversa
com a menina Kátia que, sem ser adotada, é acolhida na casa para serviços
domésticos... A mulher a observa e a elogia, diz que a menina é muito prendada
e pergunta se ela não gostaria de tê-la como mãe, com comida boa todos os
dias... Essa conversa foi interrompida pela chegada do noivo, Candinho... O
moço estava muito animado e, com máquina fotográfica em punho, registrada os
preparativos ao mesmo tempo em que avançava sobre os petiscos...
A convidada mais ilustre
chegou carregada de presentes para os noivos... Clarinha apareceu com o
tradicional vestido branco de cauda longa... Sua barriga em adiantado estado de
gravidez denunciava o apressamento do enlace. Orgulhosa, Mônica mostrou à amiga
tudo o que conseguiu preparar... Garantiu que acertaria a sua dívida... Noêmia
tranquilizou a outra e falou que ela não precisava se preocupar, mas emendou
que contava com ela para uma nova etapa de sua associação, que seria transferida
para o interior... Haveria muito trabalho e a ajuda de Mônica seria
fundamental.
Mônica
mudou sua fisionomia e demonstrou-se preocupada... Falou que não poderia se
comprometer com o projeto porque o filho de Clarinha poderia nascer a qualquer
momento e a sobrinha precisaria de seu auxílio... Disse que poderia fazer
qualquer coisa pela associação na cidade, mas não no interior. Noêmia
demonstrou que não entendia a situação da amiga, já que respondeu que a ajudou
no momento em que ela mais precisava e por isso não podia dispensar a ajuda
dela, que era de sua confiança. Prestativa, Mônica sugeriu apresentar-lhe uma
menina “prendada, limpinha, que faz tudo sem dar trabalho algum”... A câmera
foca a pequena Kátia, que estava organizando vasilhames de cerveja numa
caixa...
Na
sequência vemos a nova sede da associação de Noêmia... Numa típica estradinha
de interior caminham tipos, homens e mulheres, empobrecidos e visivelmente
dependentes químicos... Eles seguiam um funcionário da associação, que estava funcionando
na “Chácara São Francisco”... Uma mesa ao ar livre estava sendo preparada pela
pequena Kátia e outros colaboradores... Um tipo hippie, cabelos longos e
camisão branco, oferecia uma bebida natural aos recém-chegados...
Esse tipo
atuava em parceria com Noêmia e introduziu na associação a “sabedoria vegetal”,
um “composto natural e divino”, cuja ação no organismo resultaria na “purificação
física e mental” e no “aumento da capacidade espiritual”...
A cena que segue é medonha... Vemos as pessoas
bebendo o líquido verde e vomitando grandes volumes... Noêmia filmava tudo isso
enquanto fazia uma série de perguntas a uma das presentes... O filho de Noêmia
pediu para que ela interrompesse com o processo, mas ela o rechaçou. Ela
justificou dizendo que a filmagem fazia parte do projeto para a obtenção de
patrocínio da “Philantropic Parteners”, empresa da Filadélfia...
Indicação (14 anos)
Continua
Um abraço,
Prof.Gilberto