quarta-feira, 17 de julho de 2013

“O Guarani”, de José de Alencar – as meninas retornam do banho; Isabel fala sobre os atentados no rio; dona Lauriana exagera em suas lamentações e desespero; d. Antônio é convencido a afastar Peri do Paquequer; Cecília entristece, mas nota que nada mais pode fazer; Lauriana fica satisfeita com sua vitória momentânea, porém tem de aceitar o desejo do marido de empalhar a fera

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/07/o-guarani-de-jose-de-alencar-d-lauriana.html antes de ler esta postagem:

Cecília e Isabel retornaram do banho no rio... Vimos que o que deveria ser um momento de tranquilo contato com a natureza havia se tornado uma desventura devido ao atentado dos índios aimoré e a intervenção belicosa de Peri. Ao chegarem a casa logo se depararam com a onça morta... D. Antônio advertiu à filha que a mãe estava muito irritada com Peri.
Dona Lauriana aproveitou a ocasião para apresentar um quadro o mais terrível que podia... Então disse a Cecília que a sua caseira havia notado que o índio Peri estava adestrando a onça para que pudesse entrar na casa para causar alguma desgraça... Sabemos que a mulher exagerava na mentira a respeito de um ataque ao sossego da família... Ela seguiu dizendo que Peri nem mesmo podia ser considerado gente e que o melhor que tinham a fazer era expulsá-lo do lugar.
Inicialmente Cecília mostrou-se preocupada com a narrativa da mãe... Ela se imaginou cúmplice de um episódio terrível para os familiares. Mas depois clamou para que o pai não afastasse Peri, argumentando que ele amava a todos. A menina sabia que o pai o tinha em boa consideração e esperava que ele não levasse a cabo as intenções de dona Lauriana. Então sugeriu ao pai que bastaria advertir o amigo índio com rigor para que ele não mais procedesse de modo perigoso.
Dona Lauriana recebeu apoio de quem ela menos podia esperar... Isabel, por quem ela não nutria nenhuma consideração, decidiu participar da conversa. Ambas nutriam aversão em relação ao índio. A moça começou a falar denunciando Peri ao relatar sobre os episódios do rio... Falou da flecha que quase atingiu Cecília e também dos disparos que ouviram...
A situação de Peri se complicava porque a moça fazia questão de garantir que tinha certeza de que ele era o autor dos atentados... A cada palavra de Isabel, Lauriana emendava algum lamento de desespero. Demonstrava que, estando a situação em tão adiantada degradação, não saberia mais o que esperar... A própria Cecília havia presenteado Peri com as armas que podiam tirar-lhe a vida? E mostrava indignação pelo fato de o marido não tomar nenhuma atitude antes que algo mais grave viesse a ocorrer.
Dom Mariz, que era um tipo sensato, ouviu os exageros da mulher com apreensão... Conseguiu afastar-se com a filha e perguntou se o que a prima havia dito era verdadeiro... Cecília confirmou, mas ponderou e garantiu que Peri não teria feito nada intencionalmente... Ela tinha certeza de que o ocorrido só podia ter sido resultado de algum acidente. D. Antônio demonstrou-se decepcionado, mas entendeu que o caso era grave. Isso, somado ao fato de a esposa ter se assustado muito, era suficiente para afastar Peri da localidade. A pequena Cecília teve de ser consolada pelo pai, que reconheceu que acabariam pagando essa dívida de ingratidão.
Os dois estimavam Peri e sabiam que ele sentiria muito ter de se afastar dali... D. Antônio finalizou a conversa com a filha querendo saber se ela conservaria a fera que o índio havia caçado para ela como presente especial... Disse que certamente seria uma lembrança marcante do amigo selvagem... A menina abraçou fortemente o pai e quase desabou em lágrimas... Ambos sabiam que era graças a Peri que podiam vivenciar aquele momento afetuoso.
Então d. Antônio comunicou à esposa que havia decidido fazer-lhe a vontade. Disse que a partida do índio era para breve, mas fez questão de esclarecer que enquanto ele permanecesse por ali não devia ser admoestado de nenhuma maneira, principalmente com palavras... Deixou claro que o índio iria embora porque ele (d. Mariz) solicitaria, e não porque alguém (entenda-se dona Lauriana) o ordenasse.
Aires Gomes recebeu a incumbência de encontrar Peri para pedir que ele se encontrasse com d. Antônio na casa. O escudeiro também recebeu ordem de "encher" a onça caçada de modo que fosse conservada e pudesse "enfeitar o gabinete de armas"...
Tendo percebido que a esposa desdenhava e fazia cara de nojo quando ouviu o seu pedido, o fidalgo completou dizendo que a fera empalhada a ajudaria a se habituar a ter “menos medo de onças”.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/07/o-guarani-de-jose-de-alencar-depois-de.html
Leia: O guarani. Editora Ática
Um abraço,
Prof.Gilberto

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