sexta-feira, 2 de agosto de 2013

“O Guarani”, de José de Alencar – os aimoré estiveram nas proximidades do casarão; resolveram tirar a vida de Cecília para vingar a morte da filha; Peri relacionou os vários acontecimentos, concluiu que os Mariz corriam perigo e por isso perseguiu a aimoré sobrevivente; ela eliminou o cãozinho que podia deixar rastros em seu encalço; Peri desiste da perseguição e chega a uma touça onde se escondiam Loredano e dois capangas

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/07/o-guarani-de-jose-de-alencar-no-dia-em.html antes de ler esta postagem:

Então temos clareza a respeito dos problemas que d. Mariz, sua família e agregados passaram a ter com os aimoré... Foi graças ao cãozinho que o casal e o filho descobriram o cadáver da menina. Notaram que sua morte havia sido causada por ferimento à bala... Quiseram saber quem era o culpado pelo assassinato da garota, e por muito tempo procuraram pistas. Só no dia seguinte é que reconheceram que uma grande tropa de homens (a expedição que vinha do Rio de Janeiro comandada por Álvaro de Sá) havia passado pela região... Chegaram ao casarão porque seguiram as pistas do caminho. Os três aimoré permaneceram na redondeza por toda a noite.
Pela manhã viram que duas jovens se retiraram do casarão (eram Isabel e Cecília que partiam para o banho no rio). Consideraram que a justiça poderia ser feita se tirassem a vida daquela que julgavam ser a filha do senhor daquele lugar... O resto dessa história nós já conhecemos. Peri frustrou o atentado à Cecília, assassinou os dois índios e seguiu a índia porque sabia que ela iria ao seu povo para sublevá-lo contra o responsável pelas mortes da pequena índia e do cacique.
Peri sabia que a situação se complicaria para d. Mariz. O texto apresenta um selvagem quadro ao retratar os aimoré (povo sem pátria, canibal e sem religião, cujos indígenas viviam “como feras, no chão e pelas grutas e cavernas”). É claro que o maior temor de Peri devia-se à insegurança de sua amada Ceci na situação que se desenrolava. Ele não conseguia alcançar a índia, então decidiu que o melhor que tinha a fazer era comunicar a d. Antônio e sugerir que todos deixassem o lugar para se salvarem dos ataques que, certamente, seriam muito pesados.
Nosso personagem pensava ainda no que devia fazer para salvar sua senhora quando viu novamente o cãozinho da família aimoré... O animalzinho havia sido estrangulado pela índia que em vão Peri perseguiu até então. Ela resolveu tirar a vida do cãozinho porque sabia que seus rastros seriam facilmente detectados por quem quer que a estivesse perseguindo. Por alguns instantes, Peri deitou ouvidos ao chão... Pretendia auscultar alguma coisa que o pudesse levar à índia... De fato, ouviu algo que o deixou estarrecido... Encaminhou-se até uma touça de cardos, que constituíam um “cercado natural”.
O que o impressionava era um murmúrio de vozes ao mesmo tempo em que a terra parecia estar sendo cavada... Peri ficou curioso, mas não havia como ver ou ouvir com maior nitidez o que se passava no interior do cercado de cardos espinhentos e trançados... O índio notou que os homens que ali estavam só podiam ter chegado onde estavam subindo numa árvore próxima, de onde desceram através de um cipó... Sem dúvida, tratava-se de um sítio bem camuflado e quase inatingível. Peri queria saber o que se passava em meio às árvores... E ficou mais curioso ao reconhecer a voz de Loredano com seu carregado sotaque italiano.
Peri resolveu que deveria saber a qualquer custo o que Loredano estava tramando às escondidas com outros homens... Só podia ser algo de ruim, alguma maldade típica daquele aventureiro cheio de ódio no coração. Bem perto da touça, ele percebeu um monte que estava coberto de folhagens. Era a entrada de um formigueiro abandonado pelos insetos devido a enxurradas recentes. Então, usando a sua faca, decidiu tirar o tampo da “estrutura de barro gretado”... O que esperava que ocorresse, de fato aconteceu.
Peri acomodou-se ao lado da entrada do formigueiro com o tampo aberto e conseguiu ouvir mais claramente a conversa que se passava naquela enorme moita. As galerias do formigueiro serviram de canais que lavaram o som até o tampo aberto como se fizessem parte de um tubo acústico.
Com Loredano estavam os aventureiros Bento Simões e Rui Soeiro. Alencar esclarece os diálogos anteriores que os três tiveram e mais a conversa que Peri conseguiu ouvir... Mas isso fica para a próxima postagem.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/08/o-guarani-de-jose-de-alencar-na-manha.html
Leia: O guarani. Editora Ática
Um abraço,
Prof.Gilberto

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