quinta-feira, 12 de setembro de 2013

“O Guarani”, de José de Alencar – Álvaro duvida das revelações de Peri sobre os atentados que estavam sendo planejados por malfeitores; Peri não dá os nomes dos bandidos e o fidalgo, sem obter provas, rejeita participar do assassinato de quem quer que seja; princípios éticos de cada um; Cecília o encontra Peri no jardim, onde falam do tumultuado dia

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/09/o-guarani-de-jose-de-alencar-escondido.html antes de ler esta postagem:

Peri retornou... Álvaro perguntou-lhe sobre quem eram os “inimigos brancos” que ele havia feito o alerta. O índio explicou que eram três, mas queria resolver tudo sozinho... Disse que se morresse no combate a eles, Álvaro deveria finalizar a ação. Peri não quis revelar quem eram os inimigos porque entendia que o rapaz era “tão bom” que acabaria “defendendo os maus”... Ainda pesava a Peri o episódio em que Álvaro decidiu fazer o acordo com o italiano em vez de eliminá-lo.
Como se estivesse a transmitir um enigma, Peri alertou-o dizendo que se acaso morresse, sua alma retornaria para revelar-lhe os nomes dos bandidos. Ressaltou que a intenção dos malvados era, além de “ofender a senhora”, assassinar d. Antônio, o próprio Álvaro e a todos os que se colocassem contra os seus projetos... Revelou ainda que “o primeiro deles” pretendia fugir levando Cecília...
Álvaro se espantou com as palavras de Peri. Não acreditou que pudesse haver uma revolta em curso. Pensou que o anúncio dramático do índio fosse, em vez de real, produto de sua imaginação afetada pela extrema devoção a Cecília. Além disso, gozando do respeito e prestígio entre os cavaleiros, não conseguia dar crédito a qualquer palavra que anunciasse uma tentativa de eliminá-lo... Jamais vira insubordinação entre seus comandados... Peri queria que o rapaz acreditasse nele, mas Álvaro explicou que a acusação carecia de provas. Peri tentou convencê-lo de que dizia a verdade ao destacar que estava empenhado a perder a própria vida na defesa de sua senhora...
Álvaro o orientou a falar com d. Mariz, mas Peri disse que aquilo dava no mesmo, pois os dois se conduziam pelos princípios da fidalguia e, sendo assim, só combatiam inimigos de frente... Peri voltou a insistir... Pediu a Álvaro que, se morresse no combate aos inimigos, ele finalizasse sua tarefa. O moço respondeu que jamais cometeria um assassinato... Então Peri falou que se ele pensava dessa maneira era porque não amava Cecília. De sua parte, o rapaz tentou explicar-lhe que daria a vida pela donzela, porém sua honra pertencia a Deus e à memória do pai.
Como podemos notar, em que pesem a honestidade e a “nobreza de sentimentos” de cada um, a máxima que definia a ética de cada um deles os diferenciava. Para Álvaro, a “honra e o espírito de lealdade cavalheiresca”; para Peri, “a dedicação extremada à sua senhora”... O texto destaca as “duas naturezas” agraciadas por Deus com heroísmo e grandes sentimentos, embora uma fosse “filha da civilização” e a outra “filha da liberdade selvagem”... Cada um ao seu modo, e seguindo unicamente o seu princípio moral, anunciou os procedimentos que adotaria em defesa da amada Cecília...
Na sequência dirigiram-se para a casa. Álvaro seguiu sem saber dos nomes que Peri escondia... Peri imaginava uma maneira de o cavalheiro conhecer a identidade dos traidores num momento propício.
Eram oito horas da noite quando chegaram. Os Mariz jantavam... Álvaro dirigiu-se para o seu aposento... Peri decidiu aguardar no jardim esperando ser avistado por Cecília no momento em que ela se recolhesse. De fato, meia hora depois, a moça chegou ao seu quarto... Não demorou e, de sua janela, viu o índio acomodado no banco.
Ela resolveu ir até ele para conversar e manifestar o seu lamento pelo sofrimento do amigo durante aquele dia... Cecília explicou que ficou triste por ter solicitado que ele partisse... Apesar de sua ingratidão, tudo havia se resolvido e era o próprio d. Antônio quem queria que Peri permanecesse para sempre junto à família...
Peri mostrou que não guardava nenhuma mágoa dos episódios porque havia notado que Cecília chorou quando ele esteve prestes a partir. Além disso, considerou que, sendo um escravo dela, não podia se queixar de nenhuma decisão que ela tomasse... A donzela protestou e disse que ele não era um escravo, mas um amigo fiel e dedicado que por duas ocasiões arriscara a própria vida para salvá-la.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/09/o-guarani-de-jose-de-alencar-cecilia_16.html
Leia: O guarani. Editora Ática.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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