sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

“Eros e Psique” – a partir de texto de João Pedro Roriz – Eros defende-se das acusações de Ares; o deus da Guerra considera os seus argumentos insatisfatórios; Zeus anuncia o veredicto, faz elogios a Eros e chama a atenção para o distanciamento dos deuses em relação aos humanos

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/02/eros-e-psique-partir-de-texto-de-joao_13.html antes de ler esta postagem:

Vimos que Eros teve de responder às perguntas formuladas por Apolo, Poseidon e Hades... Os que lhe faziam oposição (Apolo e Hades) procuraram qualificá-lo contraventor. Mas, ao mesmo tempo em que fazia a sua defesa, o deus do Amor mostrava que seus acusadores se assemelhavam a ele em seus procedimentos.
Ares, o deus da Guerra, também atacou o réu. Garantiu que, por não ter realizado o “seu trabalho primordial”, o mundo estava sofrendo com uma série de desentendimentos entre os humanos... Eros se defendeu explicando que o caos era uma constante e que isso não dependia dele. De sua parte, garantia que, nos dois últimos anos passados junto a Psique, não deixou de disseminar o amor.
(...)
Ares considerou a defesa insatisfatória e perguntou sobre os cuidados em relação ao resto da humanidade... O réu disse que ele bem sabia “que não há amor que resista às suas guerras”. Evidentemente Ares sentiu que Eros o acusava, culpando-o pelos constantes conflitos humanos. O deus da guerra respondeu que não aceitava aquela ofensiva, já que considerava que os erros de Eros favoreceram a carnificina entre os humanos.
Eros afirmou que os humanos não precisavam dele para vivenciar um amor sincero... Toda sua existência fora marcada pela disseminação do amor através de suas flechas... Porém a resposta para o seu trabalho nunca foi uma plena correspondência. Pelo contrário, a Guerra era o resultado mais comum. Sua experiência com Psique havia sido das mais sinceras e pela primeira vez sentia que conseguira “transmitir o verdadeiro amor para alguém”. Arco e flecha não foram decisivos para o sentimento que floresceu... Devoção e respeito alimentaram o seu amor.
O deus do Amor finalizou garantindo que não mais fazia questão de ser Cupido... Poderia fazer com toda a humanidade o mesmo que fizera com Psique. E isso valeria a pena mesmo se tivesse de se dedicar dois anos de sua “longa eternidade com cada um dos mortais”.
Ares deu seu voto. Considerou Eros culpado “pela sua falta de decoro com a humanidade e pela falta de respeito com a sua própria natureza”.
(...)
Zeus tomou a palavra e garantiu que já possuía o seu veredicto.
Esse anúncio provocou intensa falação entre os que participavam. Zeus atirou novo raio sobre a Terra e exigiu silêncio. Depois apresentou seus argumentos.
Ele explicou que “Eros é o deus do Amor” e que seu trabalho é um dos mais complexos. Só quem ama de verdade pode disseminar o Amor. Realizar isso sem usar arco e flecha “é uma tarefa nobre”. Se todos os deuses procurassem realizar o mesmo sem se afastarem do cotidiano dos humanos se sentiriam bem mais recompensados do que quando são agraciados por “oferendas e elogios dos mortais”.
Zeus lembrou que os humanos foram feitos à imagem e semelhança dos deuses. Isso incluía os defeitos das divindades... Lembrou também que eles próprios não eram bons exemplos. Entendeu que Eros se diferenciava por seus gestos, pois demonstrava cuidado especial para com os humanos.
O veredicto ficou para o final das palavras de Zeus. Eros estava absolvido de todas as acusações.
O anúncio foi um alívio para Hades. Zéfiro celebrou o resultado erguendo os braços de Eros como se fosse um campeão. A maioria dos presentes prestou homenagens.
Leia: Eros e Psique. Coleção Mitológica. Editora Paulus.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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