Como sabemos, Magrí quebrou o esquema de segurança no IML e conseguiu chegar até o cadáver do Bronca... De posse do dedal-curativo seguiu para a lanchonete localizada na Avenida São João.
(...)
Calu e Crânio estavam muito bem disfarçados e também preocupados porque
a reunião que haviam planejado estava muito atrasada... Além da demora de
Magrí, Miguel ainda não aparecera.
Nenhum dos rapazes lograra encontrar o Bino...
Magrí explicou que sua intromissão no Rio Branco resultou em nada... Apesar
disso tinha as novidades e falou sobre a notícia da morte do Bronca... Contou a
respeito do curativo que conseguiu identificar pela televisão e sobre a sua
ousada visita ao IML...
Sim, ela estava com o curativo, e dentro dele devia
estar uma mensagem de Chumbinho... Com todo cuidado, Crânio desenrolou gaze e
esparadrapo até descobrir o fragmento de papel com letras minúsculas...
(...)
O pensador dos “karas” viu que dificilmente conseguiriam entender
algo... Então reescreveu o texto com letras maiores... Magri e Calu concordaram
que se tratava de algo muito estranho...Crânio percebeu que Chumbinho se esforçou para tornar
a mensagem indecifrável para seus perseguidores... Por isso utilizou dois
códigos, em vez de um só... Primeiro seria necessário transcrever o conteúdo
utilizando o “código vermelho”, que substitui as vogais respectivamente por “ais”,
“enter”, “inis”, “omber” e “ufter”... O resultado ainda não era claro, mas Calu
notou que a aplicação do “código tenis-polar” resolveria de uma vez por todas
aquele mistério... Em síntese a utilização desse código implica em trocar as
letras das palavras de acordo com a “sobreposição tenis-polar”, e isso
significa que o “t” é trocado por “p”, “e” por “o”, e assim por diante.
No final, os três descobriram que Chumbinho havia transmitido a mensagem
“Droga da Obediência: Perigo! A chave é Márius Caspérides.”
A curta mensagem revelou qual era a droga e, devido aos últimos
acontecimentos, o efeito que ela causava... Isso não era pouca coisa, e os
meninos acharam que Chumbinho havia realizado um trabalho digno de um “kara”...
Crânio refletiu sobre a violência provocada pela droga... Obediência e morte...
Magrí lamentou o ocorrido com o Bronca... Calu comentou que, talvez, pais e
professores não achassem desprezível uma droga como aquela.
Imediatamente Magrí e Crânio o advertiram sobre
a seriedade da situação, que não suportava piadinhas.
Depois falaram sobre a “chave” revelada pela mensagem... Crânio disse
que já havia lido sobre o tal Caspérides em artigos publicados a respeito de
suas ideias acerca de “engenharia genética aplicada ao tratamento de doenças
psiquiátricas graves”...
As palavras de Crânio animaram os outros dois, mas por onde iniciariam a
busca pelo bioquímico?
A lista telefônica da própria lanchonete auxiliou os pequenos detetives...
Decidiram que Magrí e Crânio iriam até o endereço... Calu retornaria ao
esconderijo dos “karas” no Elite, onde esperava encontrar Miguel.
(...)
É sobre o líder do grupo que devemos tratar...
Por onde ele andou desde que tinham se dividido para investigar as quatro
escolas onde Bino poderia voltar a agir?
Miguel foi muito bem
maquiado por Calu... Além de cabeleira, passou a contar com um bigodinho
ralo... Seguiu para o Logos, onde teve de observar com atenção todos os que apareceram
à sua volta... Mas não via ninguém que lembrasse Bino.
O sinal tocou e a moçada se dirigiu para suas salas... Para Miguel
aquele momento foi de se dirigir até o banheiro para livrar-se da peruca
encaracolada que o fazia “suar em bicas”.
Enquanto deixava a água correr pelo seu rosto, foi
surpreendido por outro garoto que o observava... O tipo quis saber se ele era
novo na escola.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/06/a-droga-da-obediencia-de-pedro-bandeira_24.html
Leia: A droga da obediência. Editora Moderna.
Um abraço,
Prof.Gilberto