Deckard foi atrás de Polokov... Esteve na Corporação dos catadores de Bay Area, mas o andy não apareceu para trabalhar... Estava foragido... É o que ele pôde depreender, já que também não o encontrou em seu apartamento...
O caçador de recompensas não queria perder tempo... Pegou a ficha com as informações sobre Luba Luft e pôs-se a estudá-la... Sua intenção era prosseguir a caçada.
Vimos que Deckard ligou para o inspetor chefe para comunicar a sua decisão.
(...)
Bryant disse que Deckard podia seguir em frente...
Também esclareceu que não havia necessidade de ir ao encontro de Kadalyi porque
o agente soviético estava no Palácio de Justiça, de onde falava naquele
momento... O tipo havia chegado mais cedo e fez questão de explicar a Harry
Bryant que essa era a sua praxe...
Naquele instante mesmo Kadalyi estava em sua sala. Após uma breve troca
de palavras com ele, Bryant esclareceu que Deckard podia continuar estudando as
informações sobre a srta. Luft, pois o assistente enviado pela WPO o
alcançaria...
Tudo muito simples... Bastou Deckard transmitir suas
coordenadas.
(...)
A ficha de Luba Luft a identificava como cantora lírica “supostamente
nascida na Alemanha”... Ela pertencia aos quadros da Companhia de Ópera de São
Francisco... A conclusão inicial de Deckard era a de que ela devia ter bela
voz, além de ser competente em seu ofício de cantar, já que havia sido admitida
em tão pouco tempo.
Deckard também conhecia e se interessava por música erudita... Por um
momento pensou que gostaria de vê-la interpretando a Donna Anna da ópera Don
Giovanni, de Mozart... Depois considerou que poderia apresentar-se a ela como
um fã que conhecia o trabalho de várias cantoras líticas (P.K. Dick
apresenta-nos um Deckard apreciador de Elizabeth Scwarzkopf, Lotte Lehmann e
Lisa Della Casa, cantoras líricas de reconhecidas carreiras na primeira metade
do século passado)... Assim, assunto não faltaria para que o equipamento
Voigt-Kampff pudesse operar satisfatoriamente.
Pensava sobre essas coisas quando o vidfone de seu hovercar tocou... Era
da “Central Vidfônica da Polícia”... Bryant havia solicitado a transferência
daquela chamada direta de Seattle... É claro que isso o preocupou, então não havia
como não atender.
Na tela surgiu o rosto de
Rachael... Ela parecia conciliadora... Perguntou se ele estava ocupado, pois
precisava falar-lhe.
A humanoide foi dizendo que
a Associação Rosen estava preocupada com o trabalho que ele iniciava... Isso se
justificava, segundo ela, porque consideravam que os Nexus-6 representavam um
grande risco à sua integridade... Ela estava à disposição para acompanhá-lo na
empreitada.
(...)
É claro que Deckard
não entendeu como Rachael poderia ajudá-lo... Ela disse que o acompanharia
quando ele estivesse perto de encontrar um andy!... Mas isso ajudaria em quê?
(...)
Rachael quis dizer que os Nexus-6 se tornariam agitados ao se perceberem
intimidados por um humano... Ela emendou que poderia ajudar no contato “de humanoide
para humanoide”. Deckard respondeu que já possuía ajuda demais, todavia
acrescentou que poderia ligar para ela no futuro... Disse isso apenas para
dispensá-la, pois considerava a sua intervenção absolutamente improdutiva.
A ”coisa” disse que não acreditava que ele
retornaria aquela ligação... Então garantiu que ele não tinha a menor noção do perigo
que corria ao lidar com os Nexus-6, que eram muito ágeis quando fugitivos na
clandestinidade.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/10/androides-sonham-com-ovelhas-eletricas_74.html
Leia: Androides sonham com ovelhas elétricas? Editora Aleph.
Um abraço,
Prof.Gilberto