quinta-feira, 23 de outubro de 2014

“Androides sonham com ovelhas elétricas?”, de Philip K. Dick – ficha de uma cantora lírica andy; Deckard e seu gosto erudito; agente da WPO a caminho; Rachael se mostra disposta a contribuir com Deckard em sua arriscada caçada

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/10/androides-sonham-com-ovelhas-eletricas_22.html antes de ler esta postagem:

Deckard foi atrás de Polokov... Esteve na Corporação dos catadores de Bay Area, mas o andy não apareceu para trabalhar... Estava foragido... É o que ele pôde depreender, já que também não o encontrou em seu apartamento...
O caçador de recompensas não queria perder tempo... Pegou a ficha com as informações sobre Luba Luft e pôs-se a estudá-la... Sua intenção era prosseguir a caçada.
Vimos que Deckard ligou para o inspetor chefe para comunicar a sua decisão.
(...)
Bryant disse que Deckard podia seguir em frente... Também esclareceu que não havia necessidade de ir ao encontro de Kadalyi porque o agente soviético estava no Palácio de Justiça, de onde falava naquele momento... O tipo havia chegado mais cedo e fez questão de explicar a Harry Bryant que essa era a sua praxe...
Naquele instante mesmo Kadalyi estava em sua sala. Após uma breve troca de palavras com ele, Bryant esclareceu que Deckard podia continuar estudando as informações sobre a srta. Luft, pois o assistente enviado pela WPO o alcançaria...
Tudo muito simples... Bastou Deckard transmitir suas coordenadas.
(...)
A ficha de Luba Luft a identificava como cantora lírica “supostamente nascida na Alemanha”... Ela pertencia aos quadros da Companhia de Ópera de São Francisco... A conclusão inicial de Deckard era a de que ela devia ter bela voz, além de ser competente em seu ofício de cantar, já que havia sido admitida em tão pouco tempo.
Deckard também conhecia e se interessava por música erudita... Por um momento pensou que gostaria de vê-la interpretando a Donna Anna da ópera Don Giovanni, de Mozart... Depois considerou que poderia apresentar-se a ela como um fã que conhecia o trabalho de várias cantoras líticas (P.K. Dick apresenta-nos um Deckard apreciador de Elizabeth Scwarzkopf, Lotte Lehmann e Lisa Della Casa, cantoras líricas de reconhecidas carreiras na primeira metade do século passado)... Assim, assunto não faltaria para que o equipamento Voigt-Kampff pudesse operar satisfatoriamente.
Pensava sobre essas coisas quando o vidfone de seu hovercar tocou... Era da “Central Vidfônica da Polícia”... Bryant havia solicitado a transferência daquela chamada direta de Seattle... É claro que isso o preocupou, então não havia como não atender.
Na tela surgiu o rosto de Rachael... Ela parecia conciliadora... Perguntou se ele estava ocupado, pois precisava falar-lhe.
A humanoide foi dizendo que a Associação Rosen estava preocupada com o trabalho que ele iniciava... Isso se justificava, segundo ela, porque consideravam que os Nexus-6 representavam um grande risco à sua integridade... Ela estava à disposição para acompanhá-lo na empreitada.
(...)
É claro que Deckard não entendeu como Rachael poderia ajudá-lo... Ela disse que o acompanharia quando ele estivesse perto de encontrar um andy!... Mas isso ajudaria em quê?
(...)
Rachael quis dizer que os Nexus-6 se tornariam agitados ao se perceberem intimidados por um humano... Ela emendou que poderia ajudar no contato “de humanoide para humanoide”. Deckard respondeu que já possuía ajuda demais, todavia acrescentou que poderia ligar para ela no futuro... Disse isso apenas para dispensá-la, pois considerava a sua intervenção absolutamente improdutiva.
A ”coisa” disse que não acreditava que ele retornaria aquela ligação... Então garantiu que ele não tinha a menor noção do perigo que corria ao lidar com os Nexus-6, que eram muito ágeis quando fugitivos na clandestinidade.
Leia: Androides sonham com ovelhas elétricas? Editora Aleph.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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