sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Capítulo XI de “O livro de Ouro da Mitologia - Cupido e Psique”, de Tomas Bulfinch por parâmetro em análise de “Eros e Psique”, da Coleção Mitológica – Parte III

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/02/capitulo-xi-de-o-livro-de-ouro-da_26.html antes de ler esta postagem:

Aqui retomamos o enredo a partir da visita das duas irmãs de Psique...
Como sabemos, movidas por sua inveja, elas deixaram a princesa assustada com a história de que o marido misterioso só podia ser o monstro anunciado pelo Oráculo... Convenceram-na de que o melhor que tinha a fazer era descobrir sua identidade.
(...)
Depois que as duas foram embora, Psique não conseguiu se desvencilhar dos conselhos. De fato, à noite ela levantou-se e seguiu munida de lâmpada e faca afiada para o aposento do esposo. Para a sua surpresa, em vez de um monstro, viu que ele era belo e encantador, um deus de “madeixas louras”... Na intenção de contemplá-lo mais de perto, acabou deixando “uma gota de óleo ardente” cair sobre seu ombro.
Cupido voou para o alto passando pela janela. Psique tentou alcançá-lo, mas acabou caindo... Nesse momento ele advertiu-a e a fez entender que havia sido tola ao confiar plenamente nas invejosas irmãs... Em vez de acreditar em seu amor, ela convenceu-se de que deveria cortar-lhe a cabeça.
É por isso que decidiu mandá-la de volta à família... Sentenciou que “o amor não pode viver com a desconfiança”, então o seu castigo seria o desprezo de quem a amava.
Abandonada pelo marido, Psique viu que à sua volta tudo desapareceu... Jardins e palácio luxuoso deixaram de existir como que por encanto. Sem saber como proceder, resolveu se encontrar com as irmãs... Falou-lhes sobre o seu infortúnio. Mas em vez de algum consolo ou lamentação, ouviu que alimentavam a esperança de serem escolhidas por ele como substitutas.
Na manhã seguinte as gananciosas irmãs de Psique levantaram-se bem cedo e dirigiram-se à montanha... Cada uma tentando se antecipar à outra, fizeram isso em segredo...
Cada uma (num momento diferente) convocou Zéfiro e pediu que fosse por ele levada...
Com as duas aconteceu a mesma coisa... Atiraram-se ao ar, mas em vez de serem sustentadas pelo deus do Vento, caíram e se despedaçaram precipício abaixo...
(...)
A narrativa de Roriz conta o fim trágico das irmãs de Psique de modo diferente. Como sabemos, as irmãs agiram juntas, esperaram que Zéfiro as conduzisse, mas foi Bóreas quem apareceu soprando-as para o Antigo Egito, onde se tornaram escravas pelo resto de suas vidas.
(...)
De sua parte, Psique prosseguiu caminhando em busca do marido. Não parou nem mesmo para se alimentar... Depois de muitos dias deparou-se com uma grande montanha onde se encontrava um templo majestoso. Ficou esperançosa, pois sentiu que iria reencontrá-lo por ali.
Psique entrou no templo e viu que nele reinava a desordem. Havia montes de trigo (em feixes e em espigas) misturados a espigas de cevada. Muitas ferramentas camponesas também podiam ser vistas largadas sem o menor cuidado... A reação de Psique foi tentar estabelecer um mínimo de ordem. Viu que o templo era devotado à Ceres (Deméter) e considerou que, qualquer que fosse a divindade, ela deveria se esmerar na devoção...
O texto de Bulfinch esclarece que a própria divindade se apiedou de Psique e relatou a ela que nada podia fazer em relação à ofensiva de Vênus... Então orientou que se apresentasse voluntariamente à deusa da beleza para conseguir o seu perdão.
Ceres explicou que ela devia se mostrar humilde e submissa...
Leia: Eros e Psique. Coleção Mitológica. Editora Paulus.
Leia: O Livro de Ouro da Mitologia. Ediouro.
Um abraço,
Prof.Gilberto

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Capítulo XI de “O livro de Ouro da Mitologia - Cupido e Psique”, de Tomas Bulfinch por parâmetro em análise de “Eros e Psique”, da Coleção Mitológica – Parte II

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/02/capitulo-xi-de-o-livro-de-ouro-da.html antes de ler esta postagem:

Roriz tem o mérito de inserir em meio aos diálogos, principalmente entre Psique e suas irmãs, narrativas sobre outros mitos (Édipo, Midas, Prometeu, Faetonte...). Na narrativa de Bulfinch isso não ocorre.
(...)
Estamos no ponto em que Psique despediu-se dos pais após a consulta ao Oráculo... Ela estava pronta para seguir o seu “desventurado destino”, e foi isso mesmo o que fez.
No alto da montanha, Psique era o retrato fiel do desespero. Zéfiro intercedeu levantando-a e conduzindo-a até um vale florido (bem diferente do escaldante deserto egípcio apresentado na narrativa de Roriz).
A princesa dormiu e despertou próxima a um lindo bosque. A poucos passos deparou-se com bela fonte de águas cristalinas e, não distante dali, com o “magnífico palácio”. Psique viu tudo nitidamente (colunas de ouro, paredes com baixos-relevos, pratarias, tesouros...) e concluiu que o ambiente só podia ser morada de algum deus.
(...)
Em Eros e Psique apresentado por Roriz, além de não visualizar os empregados do lugar, Psique também não podia vislumbrar as paredes do palácio, seus móveis e ornamentos.
O Livro de Ouro da Mitologia revela que os criados do lugar foram muito bons para Psique. Embora invisíveis, eles se esmeraram nos cuidados ao seu bem estar...
(...)
Os dias se passaram e, apesar de casada, Psique não via o próprio marido. Ele a tratava muito bem, mas não permitia que ela o visse. Chegava apenas “nas horas de escuridão e partia antes do amanhecer, mas suas expansões eram repletas de amor”...
Psique insistia para que a deixasse vê-lo, mas ele não admitia e argumentava que isso não era necessário. Ela devia dar-se por satisfeita por ser bem tratada e amada sem levantar dúvidas... Ele mesmo admitia que se ela o visse poderia temê-lo ou adorá-lo... De sua parte, preferia “ser amado como um igual em vez de adorado como um deus”.
Foi a lembrança da família (e o seu sentimento de que vivia numa “esplêndida prisão”) que fez Psique suplicar ao esposo a permissão da visita de suas duas irmãs... Foi a muito custo que ele consentiu.
Zéfiro transportou as duas...
(...)
O Texto de O Livro de Ouro da Mitologia não cita nenhuma conversa de Zéfiro com as duas... Bem diferente da narrativa de Roriz, que dá a entender que o deus do Vento permaneceu o tempo todo de viagem a falar em rimas sobre situações que as moças acharam desinteressantes e sem graça.
(...)
As irmãs de Psique ficaram maravilhadas com o que viram. Tanto conforto e esplendor contemplaram no palácio onde a outra vivia que foram tomadas de inveja... Encheram-na de perguntas e quiseram que ela falasse a respeito do marido. Insistiram demais e Psique não teve como esconder que jamais o vira.
De fato passaram a alarmar a jovem. Disseram-lhe que não era por acaso que seu esposo permanecia incógnito... Lembraram o Oráculo e da revelação sobre o seu casamento “com um monstro horrível e tremendo”, e contaram que haviam ouvido dos habitantes da região que na verdade (é claro que estavam mentindo) ele se tratava de uma serpente que a alimentava para em breve devorá-la...
Deixaram Psique transtornada e depois a orientaram a descobrir a real identidade do marido quando este estivesse dormindo... Devia fazer isso munida de lâmpada e faca afiada para cortar a cabeça do monstro.
Esses episódios são narrados por Roriz sem alterações significativas.
Leia: Eros e Psique. Coleção Mitológica. Editora Paulus.
Leia: O Livro de Ouro da Mitologia. Ediouro.
Um abraço,
Prof.Gilberto

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Capítulo XI de “O livro de Ouro da Mitologia - Cupido e Psique”, de Tomas Bulfinch por parâmetro em análise de “Eros e Psique”, da Coleção Mitológica – Parte I

É claro que a antiga lenda de Eros e Psique contada por Roriz não resulta naquilo que a maioria das pessoas conhece. Como vimos, ele fez uma livre adaptação que se destaca por situar personagens em épocas diversas, e por incluir diálogos que envolvem conteúdos culturais e políticos de nosso tempo e de tempos anteriores e posteriores ao “período clássico” da Grécia.
(...)
Para que se possa fazer uma análise do texto da Coleção Mitológica (o de Roriz), consideraremos o Capítulo XI Cupido e Psique de O Livro e Ouro da Mitologia – História de Deuses e Heróis, de Thomas Bulfinch.
O apresentado por Bulfinch é o que tradicionalmente se conhece a respeito deste e de muitos outros mitos... Podemos notar que a narrativa da Coleção Mitológica não abandona completamente, como não poderia deixar de ser, o conteúdo central da trama... Cada um deve fazer sua análise a respeito da iniciativa de Roriz e considerar o que há de positivo e aproveitável em seu texto. Sobretudo no que diz respeito às atividades com jovens leitores.
(...)
Em O Livro de Ouro da Mitologia lê-se que Psique era a mais jovem de três princesas, filhas de “certos rei e rainha”. Não são citados nomes das irmãs mais velhas (como sabemos, Roriz chamou-as Téssora e Magnetes), e não vemos a caçula isolada desde a infância ou vivenciando formação voltada para o sacerdócio... Bulfinch confirma que eram muito bonitas e que Psique era mesmo dotada de “beleza maravilhosa”, sendo que até nos países mais afastados comentava-se a seu respeito.
Não demorou e começaram a compará-la a Vênus (o autor cita a denominação romana das divindades. Vênus/Afrodite).
Na “história original”, a deusa se irrita com as constantes homenagens que os mortais passaram a dedicar à princesa. Ela havia se tornado alvo da veneração de todos, ao passo que os altares consagrados à deusa se tornavam completamente desertos.
Vênus recorreu a seu filho Cupido (Eros).
O texto de Roriz dá a entender que o deus do Amor já tinha conhecimento da fama de Psique e sabia de sua beleza diferenciada. Bulfinch explica que Vênus apresenta sua rival solicitando que ele a fizesse se apaixonar por “algum ser baixo, indigno”... Disso resultaria que ela não mais triunfaria entre os viventes.
Esse foi o castigo solicitado...
(...)
Mas aconteceu que Cupido cuidou de reservar gotas das duas fontes do jardim (não há referência, como no texto da Coleção Mitológica, a uma ordem expressa de sua mãe para que levasse apenas da água amarga)...
Ao visitar a donzela, Cupido encontrou-a dormindo... Despejou as gotas de água da fonte amarga sobre seus lábios. Na sequência tocou-a com a ponta da flecha. A moça se movimentou e Cupido nem percebeu que se feriu acidentalmente... Sem se dar conta do ferimento, e pensando unicamente em desfazer o mal que acabara de provocar, Cupido derramou “balsâmicas gotas de alegria sobre os sedosos cabelos da jovem”.
Desde esse episódio, apesar de Psique continuar sendo admirada por todos, não havia quem a pedisse em casamento...
(...)
A narrativa a respeito das preocupações do rei com sua sucessão, suas reservas em relação à condição das mulheres, as propostas de casamento dos príncipes do reino vizinho e os enlaces dos mesmos com suas irmãs mais velhas são criações de Roriz.
Em Bulfinch conta-se que as irmãs mais velhas (e menos belas que Psique) se casaram com “dois príncipes herdeiros”... Psique passou a viver amarga solidão entendendo que sua beleza causava-lhe padecimento.
Foi essa situação que levou rei e rainha a consultarem o Oráculo de Apolo. Assim ficaram sabendo que a caçula estava destinada a casar-se com um monstro que habitava no alto de uma montanha, onde a aguardava...
Enquanto seus pais lamentaram a revelação, Psique manifestou sua resignação entendendo que as honrarias que recebera eram-lhes indevidas... Ela se reconhecia punida por a terem comparado a Vênus. Não tinha dúvida de que deveria seguir o seu “desventurado destino”.
Leia: Eros e Psique. Coleção Mitológica. Editora Paulus.
Leia: O Livro de Ouro da Mitologia. Ediouro.
Um abraço,
Prof.Gilberto

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

“Eros e Psique” – a partir de texto de João Pedro Roriz – o fim; Eros e Psique partem carregando sua nova missão; Zéfiro, seu hip-hop e as últimas notícias sobre os carneiros e formigas agitadoras

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/02/eros-e-psique-partir-de-texto-de-joao_16.html antes de ler esta postagem:

Eros e Psique ficaram sabendo que seriam pais de uma menina...
Enquanto o casal se abraçava, as divindades aplaudiam. Apolo os homenageava com um canto e Zéfiro expulsava as nuvens de chuva.
Afrodite explicou que Prazer nasceria do ventre de Psique e seria uma semideusa imortal... Ela seria amada pelo pai e pela mãe... A deusa lhe concederia beleza divina...
Atena a presenteou com o dom da Sabedoria; Hermes cedeu-lhe a Fortuna; Apolo, a Musicalidade; Dionisio contemplou-a com a Alegria... Zéfiro finalizou a lista garantindo que contaria umas piadas à menina.
Afrodite completou dizendo que Psique passou a ter todas as condições de se tornar uma boa mãe... As dificuldades ensinaram-lhe “a lidar com as responsabilidades da imortalidade”.
(...)
E qual seria a missão de Eros e Psique a partir de então?
Zeus sentenciou que eles difundiriam o verdadeiro amor. Não mais viveriam no palácio no Antigo Egito... Mudariam para a Grécia, onde Eros se tornaria Rei no lugar do pai de Psique... Ela se tornaria rainha da Paz e Fraternidade.
Zeus não escondeu o seu contentamento... Fez surgir “um Cálice de ouro maciço” e o entregou a Psique. Brindou e pediu que ela bebesse pela primeira vez do néctar sagrado... Ela ingeriu todo o conteúdo... Eros a pegou em seus braços e dirigiu-se voando com ela para o reino localizado na Grécia.
(...)
Todos aplaudiram mais uma vez o casal que se despediu... Zeus deu conta da falta de Zéfiro... Mas logo ele apareceu com trajes e modos que chamaram a atenção.
Zéfiro estava com um equipamento do qual se ouvia um hip-hop em alto volume. Usava “camisa dourada, bermuda estampada, colares, brincos, óculos escuros e boné”... Marcava sua presença cantando e dançando... Zeus e Afrodite exclamaram que o deus do Vento só podia ter enlouquecido.
Rimando como fazem os rappers, Zéfiro explicou que se tratava de um tipo moderno, e que seu negócio era “dançar e rebolar até o chão”...
(...)
O autor dá a entender que Zeus não apreciou o estilo musical, já que pediu para que “o som horrível” fosse interrompido.
Zéfiro continuou a explicar que o aparelho “veio do futuro” e que “gostava de ouvi-lo no escuro”... Sobre sua vestimenta, esclareceu que era “irada”.
Zeus quis saber se seus modos condiziam aos de um poeta... Sempre fazendo rimas, ao melhor estilo hip-hop, Zéfiro contou que depois de se livrar das perseguições de Afrodite, trocou seus talentos (dinheiro grego da Antiguidade) por dólares e viajou para os “Estates” (USA), aprendeu o hip-hop numa escola e se tornou o MC Zéfiro...
Zeus brincou ao afirmar que a transformação dele só podia ser resultado da perseguição de Afrodite... Ela respondeu que os que a irritam sofrem “para o resto da eternidade”.
(...)
O deus dos Céus achou interessante a camisa dourada de Zéfiro e quis saber mais sobre ela... O deus do Vento esclareceu que havia comprado dos carneiros (que não eram mais sanguinários) em uma barraca ali perto. Disse que eles estavam milionários depois que monopolizaram aquele negócio...
Zéfiro também deu notícias das “formigas comunistas”, que viviam a combater os “carneiros capitalistas”. Seus versos revelaram também que os carneiros eram “péssimos contadores de piada”.
Zeus quis ouvir uma... Zéfiro perguntou “por que carneiro bale?”... A resposta “porque não é um cavalo para relinchar” foi acrescida de sua crítica por considerar a anedota dos carneiros muito sem graça.
Para espanto de Zéfiro, Zeus e Afrodite “caíram na gargalhada”... O deus do Vento ousou contar uma piada de sua autoria e perguntou qual seria a semelhança entre Afrodite e a nuvem... Ele esperava novas risadas, mas só ouviu o silêncio, então explicou que “quando elas somem, o dia fica lindo”.
Disse isso rindo muito, mas viu que a deusa se enfureceu e se transformou numa serpente...
Zéfiro saiu em disparada gritando que “quem contou foi a esfinge!”
Fim.
Leia: Eros e Psique. Coleção Mitológica. Editora Paulus.
Um abraço,
Prof.Gilberto

domingo, 16 de fevereiro de 2014

“Eros e Psique” – a partir de texto de João Pedro Roriz – Afrodite explica sua atuação em relação ao casal; sem saber, Eros e Psique passaram por um aprendizado planejado pela deusa; não havia ressentimentos; Zeus anuncia que logo Prazer nasceria

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Zeus trouxe Psique de volta à vida... Mas ela não era mais uma mortal comum.
A princesa despertou para a nova realidade reconhecendo que havia sido imprudente ao permitir que sua curiosidade superasse a disciplina. Alegrou-se por poder abraçar Eros e conversar com ele... Sem compreender o que estava acontecendo, manifestou que o seu maior temor era ser impedida de voltar a viver com ele depois do fracasso no último desafio.
(...)
Afrodite explicou que o amor nutrido pelo casal o tornava inseparável... Esclareceu que Eros e Psique haviam se tornado “prisioneiros” das palavras que ela proferiu... Os dois jovens tiveram medo e isso os fez submissos...
Só então Eros entendeu que se agissem com autonomia teriam se libertado...
A deusa deixou claro que a juventude do filho pesou, mas o aprendizado o levaria a entender também “que o amor deve se impor num mundo insano de superficialidade e materialismo”.
Zeus contemporizou ao dizer que Psique permitiu que a curiosidade a dominasse, apesar disso não se mostrou mesquinha, já que queria se tornar mais bela para o marido... Ela deixou suas vontades e interesses sobrepostos pelo desejo de beneficiar o marido.
Afrodite estava irreconhecível. Falou (de modo que pudesse ser ouvida por todos) que, desde o nascimento de Psique, ela a havia escolhido para desposar Eros... Quis que soubessem que a beleza da princesa se devia à sua generosidade. E isso ela havia lhe fornecido em grande quantidade... Revelou ainda que o pai de Psique a deixou distante de pretendentes por sua “orientação indireta”... Inclusive o primeiro contato que Eros teve com Psique foi proporcionado por ela.
(...)
Eros reclamou que havia recebido a ordem de derramar água amarga em Psique... Mas também para isso Afrodite tinha resposta. Ela explicou que mentiu para ele e garantiu que a água amarga não podia fazer nenhum mal à sua amada. Ressaltou que o veneno estava na água doce, e ela tinha certeza que ele despejaria de seu conteúdo em Psique... Foi por causa dessa desobediência que ninguém mais se sentia digno de casar-se com a princesa.
(...)
O jovem Cupido quis saber se a mãe não sentia inveja de sua esposa... Afrodite respondeu que estava “longe de ser a mulher mais bonita da Terra”. Disse isso enquanto abanava-se com a “Palma da Beleza”. Hera e Atena estavam por ali e certamente notaram a sua falsa modéstia... Depois a ouviram dizer que ainda era a “mais bonita do Olimpo”.
Ao notar que os ânimos estavam se acirrando entre as deusas, Ares pediu que mudassem de assunto, lembrando que “da última vez que elas brigaram, Tróia foi destruída”...
(...)
Em hilária referência aos episódios narrados por Homero, e também ao cinema, Roriz faz Ares perguntar a elas se pretendiam ser responsáveis por “mais um filme do Brad Pitt”... A resposta das deusas foi um “não, não, pelo amor de Zeus!”.
(...)
Eros quis saber por que havia sido levado a julgamento... Afrodite esclareceu-lhe que não eram poucos os deuses que falavam que ele “não era digno de ser um deus”... Assim, o julgamento foi um evento ideal para que ele provasse o oposto. Ela acrescentou que, mais do que antes, manter a honra era-lhe importante porque em breve se tornaria pai.
Psique estava grávida e o jovem se mostrou espantado e emocionado ao mesmo tempo... Zeus confirmou que uma menina nasceria, e seu nome seria Prazer.
Isso ainda não é o fim.
Leia: Eros e Psique. Coleção Mitológica. Editora Paulus.
Um abraço,
Prof.Gilberto

sábado, 15 de fevereiro de 2014

“Eros e Psique” – a partir de texto de João Pedro Roriz – Eros se revolta ao ver Psique morrer; “morrer para se tornar imortal”; Psique reconhece em Zeus o amigo; a princesa teme não poder viver ao lado do amado; o amor é maior do que qualquer tentativa de separação

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Pelo portal, Eros viu Psique desfalecer tão logo abriu a caixa encomendada por Afrodite... Na sequência, Tânatos recolheu o corpo inerte... Aquilo não era um bom sinal, e o cupido disparou a acusação de assassinato contra a própria mãe.
(...)
Afrodite permaneceu calma e respondeu que ele a agradeceria por aquele infortúnio. Mas, sem Psique, Eros não saberia como dar prosseguimento à própria existência... Recorreu a Zeus e pediu-lhe que a trouxesse de volta. Zeus deixou claro que Tânatos é muito poderoso e não há como “mudar a natureza das coisas”. Mas Zeus esclareceu também que naquele caso específico a morte não era uma adversária...
Foi Afrodite quem explicou que Psique precisava morrer para se tornar imortal.
(...)
Na sequência houve um forte tremor no Olimpo. Pedras rolaram e uma grande fenda surgiu no chão. Espesso magma escorreu dali. Teve início um incêndio que fez os deuses se afastarem... Da fenda surgiu Tânatos carregando Psique. Ele a depositou no chão e retomou o caminho de volta para a fenda de onde havia saído.
Eros avançou para o corpo sem vida de sua amada. Comprovou que não havia mesmo nenhum sinal de vida nele. Como se fosse um louco pediu que ela voltasse a viver. Desesperado, pronunciava que o seu desejo era amá-la por toda a eternidade...
O jovem deus implorou para que ela não o abandonasse. Preferia partir com ela... Mais uma vez Zéfiro o abraçou tentando consolá-lo.
Mas aconteceu que Zeus chegou ao ouvido de Eros e sugeriu que ele chamasse sua amada pelo nome... O cupido repetiu inúmeras vezes o nome de Psique, mas em vez de novo fôlego, o corpo da amada encheu-se de marcas pretas e começou a definhar como se tivesse sendo corroído.
É claro que isso deixou Eros ainda mais angustiado. Foi então que Zeus deu um grito apavorante para anunciar que Psique estava revivendo... A partir de seu corpo, uma forte luz iluminou todo o ambiente. Zeus bateu seu cetro no peito do corpo sem vida... Os que presenciavam a cena tornaram-se cegos momentaneamente. A alma de Psique deixou a “carcaça carbonizada”.
(...)
Psique falou com Eros.
Ela estava muito confusa, sem saber o que havia ocorrido. Seu amado explicou que ela havia ressuscitado... A princesa reconheceu que por não ter controlado a curiosidade acabou punida com a morte.
Afrodite chamou-lhe a atenção garantindo que a partir de então ela se tornara uma imortal... E explicou que, para que chegasse a essa condição foi necessário perder o corpo físico...
Psique reconheceu o seu “amigo protetor” (aquele que se apresentou a ela quando deixou o palácio de Eros) entre os presentes. E ele era ninguém menos do que o próprio Zeus... O maior de todos os deuses fez um singelo gesto em sua direção. Nesse momento, Afrodite disse que ela mesma havia pedido para Zeus entregar à sua rival os três dons (política, sensibilidade e força). Mas ela garantiu que Psique só se tornou vencedora graças à sua determinação...
Foi com humildade que Psique reconheceu a sua falha na última tarefa porque considerou que apenas a “força bruta” bastaria “para vencer os perigos do Tártaro”. O desenrolar dos acontecimentos mostrou-lhe “que precisava de força de vontade” para sufocar sua curiosidade...
Zeus interveio garantindo que “às vezes, os pequenos atos são os que mais demandam força”.
Psique entendeu as mensagens que ouviu, mas estava profundamente triste por imaginar que a impediriam de viver junto ao seu amado... Afrodite sentenciou que os dois já viviam juntos e eram inseparáveis. O amor que os unia era tão sólido que nada poderia separá-los.
Isso ainda não é o fim.
Leia: Eros e Psique. Coleção Mitológica. Editora Paulus.
Um abraço,
Prof.Gilberto 

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

“Eros e Psique” – a partir de texto de João Pedro Roriz – absolvido, Eros pede a intercessão de Zeus em favor de Psique; um portal revelou a princesa em sua última tarefa no mundo dos mortos; Afrodite aparece para comemorar a vitória e esclarecer que fazia Psique passar por testes; a curiosidade foi grande e a caixa foi aberta; desfalecida, a jovem foi recolhida pelo deus da morte

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Zeus anunciou o veredicto inocentando Eros.
O cupido tornou-se radiante. O desfecho foi uma mostra de que ele estava certo ao assumir a própria defesa, o que fez de modo competente. Em vez de comemorar o resultado, decidiu fazer uma solicitação a Zeus... Pediu que ele intercedesse por Psique, sua amada, que estava sofrendo a perseguição implacável de Afrodite e corria risco de morrer.
Zeus lançou um raio numa rocha, e a partir dela surgiu um portal através do qual Eros pôde ver o que estava acontecendo com Psique... Viu que ela cumpria a terceira tarefa e estava entrando no “mundo obscuro dos mortos”.
Foi Hades quem explicou que Psique estava em seu reino para pegar uma caixa encomendada por Afrodite. Eros apavorou-se, pois sabia que Caronte podia lançá-la ao rio, ou Cérbero a dilaceraria... O deus do Inferno tentou tranquilizá-lo ao afirmar que Afrodite havia solicitado que a caixa em questão fosse posicionada de modo a ser facilmente localizada e, sendo assim, a princesa não teria de enfrentar maiores ameaças. Ressaltou, todavia, que o maior perigo para Psique era a própria caixa...
Eros não conseguia entender por que aquele desafio era tão simples... A situação não condizia com o proceder de sua mãe. Sua dúvida se dissipou logo que Afrodite entrou anunciando que Eros estava muito enganado, pois aquela tarefa era a mais difícil de todas pelas quais Psique deveria passar...
(...)
O deus do Amor também não entendia por que Afrodite apareceu no Tribunal. De modo confuso, a deusa disse que estava ali para celebrar a vitória. Eros sentenciou que a mãe havia sofrido uma grande derrota, porém ela insistiu que ambos haviam vencido uma guerra.
O que Afrodite quis dizer era que entendia ser necessário que Psique compreendesse “as diferenças entre humanos e deuses”. Para Eros as palavras de sua mãe soavam como provocação e por isso chamou-a de covarde. Afrodite garantiu que os desafios que impôs tinham por finalidade ajudar Psique... Eros não aceitou aquela explicação, e sua conclusão era de que a mãe pretendia assassinar sua amada.
Afrodite se justificou... Lembrou que o próprio Eros havia dito “que os humanos trabalham melhor diante de um perigo de morte”... Então, continuou, decidiu fazer uma espécie de jogo com Psique que, por causa disso, sentia-se constantemente ameaçada de perder a vida... Mas a deusa garantia que desde o primeiro momento cuidou para que a princesa se mantivesse protegida.
Eros não concordava com a mãe, pois considerava desumanas as tarefas que ela havia imposto... Reclamou que Psique sofria tortura. Afrodite exigiu que o filho se calasse e prestasse atenção nos movimentos de Psique.
A deusa ressaltou que “toda mulher é filha de Pandora” e, assim sendo, Psique não suportaria a curiosidade e abriria a caixa por ela encomendada com a recomendação de que se tratava de um segredo.
(...) 
De fato, Eros pôde ver pelo portal que sua esposa se apossou da caixa dizendo que ela poderia conter a “beleza divina”... E Psique acrescentou que tinha o direito de aproveitar daquele conteúdo para se tornar ainda mais bela ao marido. Depois disso abriu a caixa.
No Olimpo, Eros gritava para que ela não fizesse isso. Mas ele nada podia fazer, além de assistir Psique cair desfalecida após ser tomada por intenso pó escuro que saiu da caixa... Na sequência, Tânatos (o deus da morte) se aproximou de Psique e a carregou nos braços...
Eros se desesperou e, de joelhos, chorou copiosamente.
O cupido amparado por Zéfiro, mas o seu estado era deplorável. Depois de algum tempo ele voltou-se para Afrodite protestando contra o que considerou um assassinato.
Leia: Eros e Psique. Coleção Mitológica. Editora Paulus.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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