sábado, 27 de fevereiro de 2016

Filme – As Sufragistas – Quarta Parte - um "comício secreto" de Emmeline Pankhurst

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2016/02/filme-as-sufragistas-terceira-parte.html antes de ler esta postagem:

Antes que Sonny visse, Maud escondeu o broche sufragista. Ele mostrou-se preocupado e estava visivelmente decepcionado com a esposa... Deu a entender que sua ausência foi prejudicial à família... Ele e o filho tiveram problemas para se alimentar.
Sonny exigiu que Maud se afastasse das sufragistas, e deixou claro que não suportaria irresponsabilidade e arruaças de sua mulher.
Constrangida, Maud deu a entender que mudaria a sua conduta... Voltaria a ser a mãe e esposa devotada ao lar.
(...)
A vizinhança passou a olhá-la com desconfiança e tornou-se evidente que todos evitavam cruzar o seu caminho.
Vemos Maud visivelmente incomodada em seu retorno ao trabalho... Certamente temia retaliações... Muitos que passaram por ela deram a entender que sabiam de sua participação na agitação da semana anterior... O motivo de seu afastamento do trabalho só podia ser sua detenção.
Mas aparentemente o emprego de Maud não estava ameaçado.
Fazia pouco tempo que a filha adolescente de Violet começara a trabalhar na lavanderia... O encarregado Taylor andava tão ocupado em tramar a captura de sua “nova presa” que parecia nem se importar com a ausência da “passadeira líder”.
(...)
Todavia o compromisso de Maud de não mais se envolver com as agitações das sufragistas caiu por terra... Seu prestígio entre as sindicalizadas havia crescido muito e não ela teve dúvidas ao aceitar participar de um comício clandestino em que Emmeline Pankhurst falaria.
(...)
A cena do comício é muito bem reconstituída.
Em breve aparição no alto de uma sacada, Pankhurst deu o seu recado às sufragistas confirmando sua convicção de que as ações deviam ser marcadas por atentados às vidraças de lojas e veículos.
Mais uma vez, graças ao seu serviço de informações, a polícia compareceu para acabar com a reunião secreta e prender ativistas... Capturar Pankhurst seria grande trunfo... Mas as sufragistas estavam preparadas para proteger a liderança.
Enquanto a fundadora da WSPU se retirava de modo espetacular do local (os policiais perseguiram e prenderam outra mulher que se fazia passar por Pankhurst), topou com Maud e a cumprimentou por suas ações ressaltando que ela nunca devia desistir da luta.
(...)
Evidentemente as palavras de Pankhurst só podiam significar a “contramão” das convenções e de tudo o que Sonny esperava de Maud...
A garota sabia que estava vivendo perigosamente. Havia dado sua palavra ao marido, mas se sentia como quem não podia retroceder em relação à causa política que abraçara.
Em meio à agitação e correria ela correu o risco de ser novamente detida.
(...)
De fato, a polícia já conhecia Maud... Ela acabou presa na noite do “comício secreto”...
O inspetor Steed (interpretado por Brendan Gleeson) a liberou depois de interrogá-la por várias horas... O policial autorizou que um carro patrulha a deixasse nas proximidades de sua casa... Ele bem sabia que isso seria constrangedor.
De fato, os vizinhos a notaram quando chegou veículo policial chegou... E a ouviram gritar ao marido, implorando que a deixasse entrar...
Sonny a expulsou de casa e a impediu de ver o próprio filho.
Indicação (14 anos)
Um abraço,
Prof.Gilberto

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Filme – As Sufragistas – Terceira Parte - referência a Emily Davison

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2016/02/filme-as-sufragistas-segunda-parte.html antes de ler esta postagem:

As manifestantes se concentraram em frente ao parlamento para ouvir as conclusões da comissão encabeçada pelo deputado Houghton... Elas traziam faixas e tinham palavras de ordem em suas gargantas. A expectativa era grande e muitas se mostravam animadas porque afinal de contas suas reivindicações constavam da “pauta do dia”.
A polícia se fazia presente, pois as autoridades acompanhavam bem de perto as ações das principais lideranças sufragistas.
(...)
O anúncio não foi o que elas esperavam...
As justificativas apresentadas não convenceram... As mulheres foram orientadas a aceitar que “ainda não era momento de participarem de eleições”... Deviam retornar aos seus afazeres.
É claro que elas não estavam nem um pouco dispostas a deixar a praça sem manifestar sua indignação contra os legisladores... Para elas estava claro que aqueles bem vestidos homens não se importavam com a causa e não entendiam suas reivindicações... Eles apenas reforçavam o pensamento vigente de que a aprovação do direito de voto às mulheres representava uma subversão da ordem social...
Elas se revoltaram porque sentiram que os depoimentos e denúncias coletados pela comissão de parlamentares foram manipulados e usados para produzir um documento conservador... Tudo o que a comissão tinha a dizer era que elas deviam se conformar e entender que não havia razão para manifestações radicalizadas.
(...)
Mas se eles esperavam abafar as convicções das sufragistas, logo perceberam o equívoco. De todos os pontos da aglomeração ouviram-se palavras ofensivas contra os parlamentares, que foram chamados de mentirosos... Gritos de “voto para as mulheres” ecoaram e, de repente, a segurança das autoridades pareceu frágil demais... A agitação tornou-se generalizada... A polícia sabia bem que devia perseguir as “mulheres fichadas”.
(...)
Entre as ativistas presas estava Emily Davison (interpretada por Natalie Press), que era uma das principais sufragistas e elo entre os núcleos sufragistas e Emmeline Pankhurst* (interpretada por Meryl Streep).

                  * Emily Davison é personagem real do movimento feminista britânico.
                  Os episódios que marcaram o seu martírio foram reproduzidos para a
                  parte final do filme.
                  Pankhurst, como sabemos, era a liderança que inspirava as
                  militantes em suas reivindicações e vinha defendendo atitudes mais
                  violentas por parte das sufragistas, de modo que suas ações dessem
                  maior visibilidade à causa.

Maud também foi detida e durante a semana em que permaneceu encarcerada conheceu Davison. O enredo de “As Sufragistas” nos leva a entender que seu envolvimento com a causa política se tornou mais sério a partir de então.
(...)
Para as militantes veteranas, a saída da prisão foi festejada... Sempre havia alguém as aguardando no portão e elas eram recebidas com calorosos abraços... Maud chegou à calçada e notou-se solitária... Uma companheira entregou-lhe um broche que celebrava a sua “primeira detenção” pela causa.
Seu retorno para casa foi dos mais difíceis.
Visivelmente, ela se sentia muito envergonhada.
Indicação (14 anos)
Um abraço,
Prof.Gilberto

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Filme – As Sufragistas – Segunda Parte - referência a Edith New

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2016/02/filme-as-sufragistas-primeira-parte.html antes de ler esta postagem:

Ao chegar em casa, Maud falou ao marido a respeito da manifestação sufragista no centro da cidade... O diálogo deixou claro que ela ignorava o movimento feminista.
Na sequência vemos que Violet Miller chegando atrasada ao trabalho... O supervisor Taylor chamou sua atenção, mas a própria Maud interveio e livrou a colega de maiores problemas ao dar uma desculpa qualquer... Para Miller, a atitude daquela que gozava da confiança dos superiores foi significativa, então ela se sentiu à vontade para se aproximar e fazer proselitismo dos ideais sufragistas inclusive no ambiente de trabalho.
(...)
O engajamento de Maud foi questão de tempo.
Edith New* (interpretada por Helena Bonham Carter) atendia pacientes locais como “clínica geral”. Ela era uma ativista convicta e sempre que podia passava informações a respeito do movimento às mulheres que visitavam o seu consultório... New contava com a colaboração de seu marido, certamente um tipo à frente dos homens de seu tempo.

                         * A personagem do filme foi inspirada por uma sufragista
                        histórica... A verdadeira Edith New (1877-1951) foi mesmo
                        uma famosa sufragista.
                        Durante certo tempo dedicou-se ao Magistério. No
                        começo de 1900 ingressou na União Social e Política das
                        Mulheres (WSPU), liderada por Emmeline Pankhurst... New
                        foi pioneira no engajamento em ações mais radicais. Foi presa,
                        todavia a sua atuação foi aprovada pela própria Pankhurst, que
                        passou a incentivar o vandalismo sufragista para chamar a
                        atenção da sociedade para a causa feminista.


Maud se encontrou com Edith New numa ocasião em que levou o filho George ao consultório... Foi assim que ficou sabendo que poderia participar de reuniões clandestinas em sua casa. 
(...)
Notamos que o movimento das sufragistas repercutia... Embora muitos o considerassem despropositado (e essa era a opinião de muitas mulheres), o Parlamento estava atento às manifestações.
Alice Haughton (Romola Garai), esposa de um deputado que se dispôs a iniciar um debate a respeito das demandas sufragistas no Parlamento, incentivou as militantes a participarem das sessões e a prestarem depoimentos que pudessem sensibilizar e motivar a aprovação do direito de voto às mulheres.
Violet Miller prontificou-se a comparecer e oferecer o seu testemunho à comissão parlamentar... Houve animação por parte das sufragistas, que decidiram apoiar a iniciativa na esperança de verem aprovado o direito que pleiteavam.
Maud decidiu comparecer à audiência...  Mas de mera espectadora, ela acabou assumindo a condição de declarante... É que Violet foi espancada (entre os inimigos das militantes sufragistas estavam os próprios maridos) e as companheiras decidiram que Maud devia substituí-la, já que era a que menos chamava a atenção dos observadores da polícia.
Maud respondeu às perguntas que lhe foram feitas pelos deputados... Suas respostas foram simples e espontâneas... Seu depoimento deixou claro que ela não era sufragista como as que passaram a marcar presença nas praças da cidade e nas agitações marcadas pela quebradeira de vidraças e ataques a automóveis... Todavia suas palavras transmitiram sinceridade. O entendimento geral foi de que o depoimento sensibilizou a comissão, que ficou sabendo que as mulheres começavam a trabalhar muito jovens, que a educação escolar era-lhes impossibilitada e que, embora tivessem de cumprir extenuantes jornadas e executar tarefas insalubres, recebiam salários 1/3 menor do que os dos homens...
(...)
Maud tornou-se reconhecida pelas sufragistas... De sua parte, Sony não compreendia as mudanças que se processavam na esposa...
De fato, ao mesmo tempo em que entendia que tinha de cumprir os seus deveres de mãe e esposa, ela não ignorava sua simpatia pela causa sufragista...
(...)
A ansiedade marcou os dias que antecederam a divulgação dos resultados dos trabalhos da comissão...
Evidentemente Maud não podia deixar de comparecer à concentração organizada pelo movimento para ouvir o que os parlamentares tinham a dizer sobre a conclusão de seus trabalhos a respeito do voto feminino.
Indicação (14 anos)
Um abraço,
Prof.Gilberto

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Filme – As Sufragistas – Primeira Parte - Maud presencia uma ação radical de sufragistas

“As Sufragistas” é filme de Sarah Gavron lançado no final do ano passado. No elenco estão Carey Mulligan, Helena Bonham Carter, Meryl Streep (em rápida aparição), Ben Whishaw, Brendan Gleeson, Natalie Press, Geoff Bell, entre outros.
A temática central é a da luta das mulheres inglesas pelo direito de voto... Esse movimento social se relaciona à industrialização e urbanização que ocorreram na Europa, principalmente a partir da primeira metade do século XIX.
A verdade é que as mulheres estavam excluídas da cidadania... Sequer podemos dizer que eram “cidadãos de segunda classe”, pois a sociedade machista de então considerava que elas não tinham capacidade de tomar decisões com autonomia ou mesmo decidir sobre o próprio destino.
Por um bom tempo as reivindicações tiveram caráter pacífico, mas elas tornaram-se mais radicais no começo da década de 1910, época em que se passam os episódios que fazem parte do enredo assinado por Abi Morgan...
(...)
Como não podia deixar de ser, a abordagem é bem diferente da exposta em “Mary Poppins” (ver http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2016/02/filme-mary-poppins-primeira-parte.html), em que a referência ao movimento sufragista é percebida na participação da senhora Winifred, que nos dá a impressão de que as ações eram pouco mais do que um “divertido passatempo” sem maiores consequências.
Em “As Sufragistas”, o recorte apresentado nos permite conhecer a difícil condição das mulheres, notadamente a realidade das operárias, e também o modo como as militantes feministas se organizavam e atuavam.
(...)
A partir da experiência de uma trabalhadora comum (já envolvida com os dramas vivenciados pelas mulheres de seu tempo) temos acesso ao exposto anteriormente. Maud Watts (personagem fictícia vivida por Carey Mulligan) é uma lavadeira que acabou se envolvendo com as sufragistas de modo radical...
Ela e o marido Sonny (Ben Whishaw) trabalhavam na lavanderia onde o aproveitador Taylor (Geoff Bell) era o encarregado de manter a disciplina e produtividade...
As mulheres constituíam a maior parte da força de trabalho... Entre elas havia muitas mocinhas que mal haviam saído da infância... Como se não bastassem a extenuante jornada de trabalho e a manipulação de produtos nocivos à sua saúde, várias delas sofriam assédio moral e sexual de Taylor... A própria Maud sofreu abusos do tipo que fazia questão de deixar claro que seu posto de “passadeira líder” devia-se ao fato de ela ter se submetido aos seus caprichos.
(...)
Pode-se dizer que Maud levava a vida conhecida pela maioria das mulheres de seu tempo.
Ela a tudo suportava... Em casa cumpria o seu papel de esposa e mãe... Sem pestanejar, além de servir e estar à disposição do marido em todas as suas necessidades, entregava-lhe pequeno salário que recebia... Esforçava-se ao máximo, e com alegria devotava amor e atenção ao filho (o pequeno George, interpretado por Adam Michael Dodd) em idade dos primeiros anos escolares.
(...)
Corria o ano de 1912...
Certo dia, Maud (que contava 24 anos) foi encarregada de entregar um serviço da lavanderia em determinado endereço... Foi nessa ocasião que ela teve o primeiro contato com uma mobilização das sufragistas...
Maud havia sido liberada do trabalho e misturou-se às pessoas que seguiam sua rotina de centro de cidade... Havia os que retornavam para suas casas e estavam apressados para conseguir um lugar nos ônibus... As lojas atraíam consumidores e o movimento nas ruas era dos mais intensos.
As ativistas estavam no meio dos transeuntes e não despertavam a menor suspeita... De repente atiraram pedras contra as vitrines e gritaram sua mensagem que reivindicava o voto para as mulheres...
A polícia apareceu para restabelecer a ordem e prender os delinquentes... Evidentemente houve muita agitação... Assustadas, as pessoas correram em busca de proteção... A confusão aumentou, mas aos poucos as calçadas voltaram à normalidade.
Muito bem organizadas, as sufragistas conseguiram dar o seu recado e passaram a caminhar como se nada tivessem com o episódio...
Mas é bom que se saiba que a polícia já vinha acompanhando de muito perto aquele movimento... Muitas ativistas sequer sabiam que possuíam fichas de identificação com fotografias e outros dados a respeito de sua atuação.
(...)
Maud nunca tinha presenciado nada parecido e não entendia a lógica de atuação (e nem mesmo a fundamentação) do movimento feminista. Definitivamente ela não se afinada com a causa.
A ação sufragista foi surpreendente... Para Maud foi algo chocante... Mas o mais surpreendente foi ter reconhecido Violet Miller (interpretada por Anne-Marie Duff), uma de suas companheiras de lavanderia, entre as ativistas.
Indicação (14 anos)
Um abraço,
Prof.Gilberto

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Filme – Mary Poppins – Segunda Parte* - Jane e Michael conheceram as ambições dos capitalistas

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2016/02/filme-mary-poppins-primeira-parte.html antes de ler esta postagem:


                                   * Este texto e o da postagem anterior contaram com a
                                   colaboração de Mariana.

Entrementes, Banks prosseguia sua existência marcada por deveres profissionais e pelas convenções sociais... Esmerava-se ao se apresentar aos superiores como sujeito apto aos cargos mais elevados no banco. Não admitia contraditoriedades ou insubordinações... Em sua posição, considerava que “tudo estava em seu devido lugar”, pois viviam a “era dos homens”. É claro que devia achar uma perda de tempo o movimento sufragista do qual sua esposa participava.
Não foi por acaso que muito estranhou a mudança de comportamento dos próprios filhos... Michael e Jane falavam de suas estranhas aventuras... Tinham aprendido uma nova palavra (supercalifragilisticexpialidocious) para ser usada “quando não se tem nada a dizer”...
Aquilo parecia completamente desprovido de sentido!
(...)
Mary Poppins tinha direito ao seu dia de folga... Definitivamente ela era o tipo de babá da qual as crianças não queriam se separar... Porém a ocasião foi oportuna para aproximá-las do próprio pai.
Ela mesma sugeriu que ele as levasse ao trabalho.
Ao Michael e à Jane disse que deviam aproveitar para conhecer melhor o cotidiano de trabalho de Banks... Certamente saberiam valorizar mais os seus esforços.
É claro que Poppins não podia deixar de alertar seus pupilos a respeito da correria dos adultos que frequentam as ruas mais centrais da cidade... Eles mal se dão conta dos demais transeuntes, e cada um se interessa apenas por si próprio! Sugeriu que elas prestassem atenção na velhinha que se posicionava na escadaria da catedral de San Paul... Por apenas dois centavos poderiam comprar um saquinho com migalhas para alimentar os pássaros que sobrevoavam o local sem serem notados pelas pessoas.
(...)
Michael havia recebido os dois centavos do pai... Mas Banks não aceitou que gastassem o dinheiro à toa e puxou-os para o interior do banco.
Então ocorreu uma confusão... As crianças estavam inconformadas com a atitude do pai... O senhor Dawes (interpretado por Dick Van Dyke), fundador e presidente do banco, seu filho e outros diretores mais próximos a Banks tentaram convencê-las de que o melhor que tinham a fazer era investir o dinheiro (ainda que pouco) na instituição... O banco poderia multiplicá-lo em investimentos diversificados no país e em outras partes do planeta.
Tudo piorou depois que o velho subtraiu a moedinha... Esse desenfreado interesse dos capitalistas pelo dinheiro miúdo dos filhos de Banks provocou reação... Jane e Michael exigiram o dinheiro de volta. Tanta agitação ocorreu ao redor deles que resolveram fugir... Os clientes que estavam nas filas dos caixas entenderam que o banco estava fazendo um confisco... Então passaram a exigir o seu capital...
Os volumosos saques provocaram o encerramento das operações. Uma “quebradeira”...
Enquanto Jane e Michael escapavam por movimentadas ruas que não conheciam, o velho Dawes tinha um colapso nervoso.
Em sua fuga, as crianças encontraram Bert trajando sujas vestes de limpador de chaminés... Ele as levou para casa e na sequência, acompanhados da babá fantástica dançaram e cantaram com outros limpadores pelos telhados da cidade...
(...)
O conselho do banco comandado pelo senhor Dawes chamou George Banks para a reunião que resultaria em sua demissão e total humilhação (foi agredido fisicamente e teve a cartola estourada)...
Os distintos homens quiseram saber se ele tinha algo a dizer, e a única palavra que lhe veio à cabeça foi “supercalifragilisticexpialidocious”... Obviamente os tipos nada entenderam... Empolgado, ou talvez admitindo completa desvinculação em relação aos antigos patrões, Banks acrescentou uma piada da qual ele mesmo jamais achara graça... Novamente os diretores ficaram sem entender, porém o velho Dawes riu-se a valer.
(...)
George Banks retornou à sua casa desempregado e completamente mudado... Reuniu a família para “empinar pipa”... Era o que muitas outras pessoas estavam fazendo... Todos cantavam e se encantavam com os brinquedos voadores.
A surpresa final ficou por conta do encontro com o filho do velho Dawes e os demais diretores do banco... Eles também deixaram a sisudez e se divertiam com as pipas voadoras... “Let’s go fly a Kite” era o que todos cantavam...
Banks ficou sabendo que o velho Dawes havia morrido de tanto rir... E também que podia reassumir o seu emprego...
Os ventos mudaram... Eles estavam propícios para a brincadeira com as pipas...
Sem que ninguém a notasse (Bert era a exceção), Mary Poppins deixou a casa dos Banks e abriu o guarda-chuva que a conduziria para as alturas e outras paragens.
Indicação (livre)
Um abraço,
Prof.Gilberto

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Filme – Mary Poppins – Primeira Parte* - a família de George Banks precisa de uma babá


                                   * Este texto e o da próxima postagem contaram com a
                                   colaboração de Mariana.

Mary Poppins é a babá encantada saída de livro de Pamela Lyndon Travers (seu nome verdadeiro era Helen Lyndon Goff)...
Depois de muito insistir, Walt Disney conseguiu os direitos de produzir o filme de 1964 (isso se tornou tema de outro filme - "Saving Mrs. Banks", 2013).
Julie Andrews interpretou Poppins (Oscar de melhor atriz)... No ano seguinte ela fez o papel de Maria em “Noviça Rebelde”, também um musical.
(...)
É claro... Uma coisa é o texto... Outra é o filme, que é o objeto das considerações que seguem.
A história se passa na Londres de 1910...
Mary Poppins chegou em “grande estilo” à casa da “Rua das Cerejeiras” para ocupar a vaga de babá... Flutuou desde as nuvens até pousar em solo firme com o auxílio seu guarda-chuva... Muitas outras candidatas apareceram... Elas atenderam ao anúncio publicado no Times ,  mas foram todas “sopradas para longe” por um poderoso vento.
As duas crianças que viviam naquela casa, Michael e Jane (respectivamente Matthew Garber e Karen Dotrice), viviam aprontando... E nenhuma babá conseguia permanecer por muito tempo no emprego. A última, Nanna (Elsa Lanchester), pediu demissão depois de elas lhe escaparem em disparada atrás de uma pipa (a kite)...
O pai, George Banks (David Tomlinson), funcionário de tradicional instituição bancária, e a mãe Winifred (Glynis Johns) pareciam não ter muito tempo para os filhos e seus “caprichos”...
Banks já não suportava tanta traquinagem e, disposto a resolver de uma vez a situação, decidiu entrar em contato com o jornal para anunciar a vaga a uma babá que fosse comprovadamente rigorosa.
(...)
George e Winifred estavam angustiados com a situação... Certamente Michael e Jane não queriam vê-los magoados...
Será que os pais não entendiam que tudo o que queriam era uma babá que fosse carinhosa e divertida?
As duas crianças redigiram um texto para o anúncio no jornal... Pediam uma babá que não fosse má... Queriam alguém que sorrisse de vez em quando... Nada de “cheiro de água de cevada”... Queriam uma babá que as levasse para passear.
Banks achou aquilo uma grande bobagem... Rasgou o papel e o atirou à lareira... Mas, como se pode depreender, um encantamento ocorreu.
O maluco almirante Boom, que vivia numa casa com construção que lembrava uma grande embarcação (onde tinha o hábito de disparar canhões em horários específicos do dia), já notara que o vento anunciava mudanças.
(...)
George é o tipo “pontual e exigente” quando o assunto é organização. É rigoroso em relação à esposa e aos filhos. É o típico patriarca da época.
Há um trecho de música interpretada por ele que deixa claro a sua pontualidade e outros conceitos: “Às 18:01, entro em casa; às 18:02, fumo meu charuto já arrumado”...
Winifred é mulher de classe que acabou se envolvendo no movimento das sufragistas... Há passagens do filme em que a vemos cantar sobre as ocorrências no centro de Londres: carros apedrejados, mulheres presas, incluindo suas amigas... Alguns de seus versos ilustram sua militância: “Somos soldados de saias; abaixo os grilhões do passado”...
(...)
De fato, Poppins mostrou-se a babá mágica, “gentil, divertida e que sabia promover brincadeiras e passeios”... Exatamente como as crianças sonhavam.
Não demorou e elas se viram envolvidas em aventuras fantásticas: Entraram em uma gravura desenhada por Bert (Dick Van Dyke), um tipo conhecido da babá fantástica e também muito divertido; aos risos, tomaram chá de modo nada convencional (no teto)...
Arrumar o quarto (ou tomar o xarope amargo) passou a ser alegre obrigação...
Com Mary Poppins e o amigo Bert, as crianças aprenderam a valorizar as coisas simples da vida...
Indicação (livre)
Um abraço,
Prof.Gilberto

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