O cais tornou-se muito movimentado... Marinheiros, comerciantes, estivadores e uma gama enorme de negociantes de várias partes do mundo passaram a se acomodar em determinadas áreas ou prosseguiram freneticamente a certas instalações...
Sem dúvida isso era uma indicação de que o Mongólia estava para chegar.
(...)
A tudo Fix observava com atenção sem deixar de reparar as pessoas que
circulavam...
Eram dez e meia quando
perguntou se o navio não chegaria nunca... Pacientemente, o cônsul explicou que
o Mongólia não devia estar longe; que permaneceria em Suez por umas quatro
horas, tempo suficiente para ser carregado de carvão; que de Suez até a saída
do Mar Vermelho ainda faltavam 1310 milhas; que, sem escalas, a embarcação
seguiria para Bombaim.
O policial tinha certeza de
que o homem que procurava devia desembarcar em Suez para tomar o rumo de
possessões holandesas ou francesas... O cônsul observou que em Londres um
criminoso engenhoso tinha mais condições de se esconder. Depois de dizer isso
retirou-se para o seu escritório.
(...)
Por algum tempo Fix refletiu sobre o que o cônsul lhe
dissera, mas voltou a pensar que o seu suspeito só podia estar no Mongólia e
que, se seu destino fosse a América, certamente percorreria a rota das Índias,
mais complicada de se vigiar do que o Atlântico.
De fato, o Mongólia surgiu com os seus apitos ensurdecedores... A
agitação aumentou ainda mais... Botes foram deslocados até as proximidades do
navio e logo alguns passageiros entraram neles.
Às onze, a grande embarcação atracou... Muitos
passageiros resolveram permanecer na cobertura até que se reiniciasse a viagem.
De onde se posicionaram puderam contemplar a cidade e seu movimento.
O inspetor Fix permaneceu atento a observar a figura dos que
desembarcavam...
(...)
Passepartout foi encarregado de buscar o visto do representante consular
britânico... Logo que desembarcou foi assediado por vários felás surgiam de
todas as partes para oferecer seus préstimos aos recém-chegados... O francês
deixou claro que não pretendia nenhum tipo de ajuda.
Ele logo viu a quem podia recorrer... Aproximou-se de Fix e perguntou
sobre a localização do escritório onde pudesse obter o visto do cônsul. Sem se
apresentar, o policial pegou o passaporte e estudou as informações nele
contidas. Não teve dúvidas de que as informações batiam com as características
que haviam sido fornecidas pelo diretor de polícia de Londres.
Era óbvio que o documento não podia ser daquele que o levava... Fix
sentenciou a este respeito... Passepartout explicou que o patrão permanecera no
navio... Então o inspetor de polícia emendou que o dono do passaporte teria de
comparecer ao escritório para obter o visto.
Ele informou o endereço...
Nada complicado, já que o escritório ficava a poucos passos dali.
Passepartout agradeceu e
voltou ao navio.
Fix antecipou-se e foi direto ao cônsul para
informar-lhe sobre o contato que acabara de fazer.
*
Postagens
dessa sequência são parceria de Mariana & Gilberto
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2017/01/a-volta-ao-mundo-em-oitenta-dias-de_61.html
Leia: A Volta ao Mundo em Oitenta Dias – Coleção
“Eu Leio”. Editora Ática.
Um abraço,
Prof.Gilberto