quarta-feira, 17 de maio de 2017

“A Volta ao Mundo em Oitenta Dias”, de Júlio Verne – da “Coleção eu Leio” – sem dinheiro e sem saber o que fazer no Japão, Passepartout recoloca a memória em dia e aproveita para se alimentar bem no Carnatic; um pouco sobre Yokohama, Yeddo e Meako

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2017/05/a-volta-ao-mundo-em-oitenta-dias-de_16.html antes de ler esta postagem:

Ao não encontrar o nome de Phileas Fogg na lista, Passepartout se desconcertou. Não podia ser! Quis que o purser confirmasse se aquele era mesmo o Carnatic que navegava para Yokohama.
Ao ouvir a confirmação, o francês deixou-se cair numa poltrona. E foi então que conseguiu recuperar a memória dos acontecimentos do dia anterior. Então lembrou-se que a saída da embarcação havia sido antecipada e ele não conseguira avisar o patrão!
Justamente por sua causa, Fogg e Aouda não estavam a bordo. Por sua causa a aposta do patrão estava sendo decidida em favor dos apostadores do Reform Club!
Só neste momento pôde entender que tudo o que havia sofrido tinha sido planejado pelo policial Fix. Se algum dia voltasse a encontrá-lo teria umas contas a acertar.
(...)
A situação de Passepartout não era nada boa. Estava no Carnatic que navegava para o Japão. Tinha a certeza de que chegaria àquele destino. E depois?
Não tinha dinheiro para retornar e nem tinha a menor ideia do que faria naquelas paragens. Estava mesmo enrascado!
Pelo menos durante os cinco ou seis dias de viagem no Carnatic estaria bem servido, pois, assim como as passagens, também os gastos com a alimentação haviam sido pagos antecipadamente.
Passepartou comeu e bebeu à vontade. Parecia mesmo que dava conta das porções que cabiam a Fogg e à Aouda.

(...)

Na manhã do dia 13 o Carnatic aportou em Yokohama.
Sobre a localidade, Verne destaca que se tratava de importante escala para inúmeros navios mercantes, de serviços de correios e de passageiros que se deslocavam de um continente para outro. Da América do Norte para o Japão, China e as diversas ilhas da Malásia...
Yokohama se localiza na mesma baia onde se situa Yeddo (como Tókio era chamada), a “segunda capital do império japonês”, onde residia o tai-kun (em tempos passados, um “imperador civil”). Cidade que rivalizava com Yeddo (ou Edo) era Meako (Quioto?), onde vivia o “imperador eclesiástico”, cuja autoridade era legado dos deuses.
(...)
Passepartout desembarcou sem ter a menor ideia do que faria. Deixou que o acaso o guiasse.
Enquanto caminhou, notou traços europeus nas casas (avarandadas e com fachadas baixas).
Yokohama era tão concorrida por estrangeiros como Hong Kong ou Calcutá. Ali via-se um contingente fabuloso de mercadores que negociavam de tudo!
O francês se viu como o “maior estrangeiro lançado na terra dos hotentotes” (de etnias do sudeste africano).
Ele poderia recorrer aos escritórios de cônsules da França ou Inglaterra, mas não se sentia à vontade para narrar sua desventura. Incomodava-o ter de relatar às autoridades a respeito dos episódios que marcaram sua tragédia porque sabia que em algum momento teria de falar a respeito do empreendimento de seu patrão.
É por isso que resolveu que só falaria depois de procurar uma saída para o seu drama por “suas próprias pernas”. Isso significava percorrer a “parte europeia de Yokohama”...
(...)
Fez isso. Mas o acaso não lhe reservou nada de que pudesse tirar proveito. Então decidiu avançar pela “parte japonesa”.
Estava disposto a seguir até Yeddo!
Leia: A Volta ao Mundo em Oitenta Dias – Coleção “Eu Leio”. Editora Ática.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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