sexta-feira, 30 de junho de 2017

“A Volta ao Mundo em Oitenta Dias”, de Júlio Verne – da “Coleção eu Leio” – a palestra de Willian Hitch; Passepartout ouve atentamente as palavras sobre a confusa história dos mórmons; antigos textos chegaram às mãos de Joseph Smith Júnior; primeiros adeptos fora dos Estados Unidos; a religião cresceu com a formação de comunidades sectárias; perseguições do governo às lideranças; o elder perde público, mas dá prosseguimento à narrativa

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2017/06/a-volta-ao-mundo-em-oitenta-dias-de_24.html antes de ler esta postagem:

Passepartout se interessou pela palestra. A respeito do mormonismo, a única coisa que o francês ouvira falar era a respeito da poligamia. Além dele, mais uns trinta passageiros se interessaram pela conferência e se dirigiram ao vagão 117 no horário anunciado.
Fix e Phileas Fogg não se sentiram tocados pelo proselitismo do missionário mórmon e permaneceram em seus afazeres.
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Passepartout colocou-se na primeira fileira...
O elder iniciou sua falação sentenciando que Joe Smith e seu irmão Hvram eram mártires. Os dois profetas do mormonismo haviam sido duramente perseguidos pelo governo da União!
Ele prosseguiu garantindo que, do modo como a intolerância recaía sobre seus seguidores, logo Brigham Young também se tornaria um mártir.
Contrastando com o seu aspecto de homem calmo, o missionário vociferou perguntando se alguém entre os presentes pensava de modo diferente.
(...)
Verne destaca que a religião dos mórmons passava por duras provas... O governo perseguiu fanáticos e, não sem dificuldades, colocou freio em sua insistente independência. Acontece que os fiéis se concentravam em Utah, onde deram início à comunidade religiosa que tinha como princípios apenas os ensinamentos de seus líderes espirituais.
Mas o governo conseguiu impor uma significativa baixa aos sectaristas depois de prender Brigham Young. Desde então todos tinham de se submeter às leis civis estabelecidas pelo governo da União.
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Young fora acusado de rebelião e poligamia.
Seus seguidores mantiveram-se unidos e procuraram resistir às imposições do Congresso. A militância de William Hitch deve ser entendida como resultado da resistência mórmon... Naquele trecho da estrada de ferro, homens como ele faziam seus discursos em defesa de seus profetas e da religião.
Na sequência o elder narrou aos viajantes ouvintes a história do mormonismo, que se estendia desde os tempos bíblicos. Ele explicou que, já na tribo de José, um profeta mórmon publicou textos que anunciavam a “nova religião”. Morom, filho deste antigo profeta, cuidou do precioso documento... Séculos mais tarde, Joseph Smith Júnior traduziu o livro.
Smith Júnior era fazendeiro em Vermont. Corria o ano de 1825 quando começaram a vê-lo como “profeta místico”. Seus seguidores garantiam que ele recebeu o antigo texto de um “mensageiro celeste” numa floresta iluminada. Eles entendiam que a “nova religião” era o que Deus desejava para os homens, portanto Smith Júnior só podia ser portador de uma mensagem divina.
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Podemos notar que o discurso de William Hitch não dava mostras de que teria um fim... Alguns ouvintes não tiveram paciência e se retiraram do vagão onde ocorria a palestra... Outros tantos consideraram a narrativa enfadonha e por isso também deixaram o local.
Mesmo assim o homem deu prosseguimento à sua história do mormonismo...
Ele seguiu explicando que Smith Júnior fundou a religião dos Santos dos últimos dias depois de doutrinar o próprio pai e os irmãos... A eles se juntaram os primeiros discípulos.
Logo a religião conseguiu adeptos também na Inglaterra, Alemanha e Escandinávia. Profissionais liberais e artesãos dos mais diversos ofícios aderiram à fé dos Santos dos últimos dias.
Uma colônia foi fundada em Ohio... Arrecadou-se dinheiro e um grande templo foi construído... Em Kirkland os mórmons fundaram uma cidade, e logo Smith tornou-se banqueiro renomado. Nessa condição, adquiriu um precioso papiro redigido por Abraão e outros “célebres egípcios”! Essa relíquia chegou às suas mãos através de um expositor de múmias.
(...)
Não é difícil depreender que a longa narrativa fez com que mais ouvintes desistissem da palestra... Em pouco tempo apenas umas vinte pessoas permaneciam no vagão.
Passepartout era dos mais atentos.
O elder entendia que aquele público bastava para que continuasse a sua história.
Leia: A Volta ao Mundo em Oitenta Dias – Coleção “Eu Leio”. Editora Ática.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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