A emoção tomou conta de Aouda, que levou a mão ao coração e suspirou...
O senhor Fogg revelou que também a amava “por tudo o que é mais sagrado no mundo”.
O amor os unia... Se casariam e ao menos teriam um ao outro. Assim os difíceis tempos que se avizinhavam podiam ser suportados a dois.
(...)
Fogg
chamou o seu criado...
Passepartout
compreendeu tudo logo que os encontrou. Aqueles dois haviam confessado os
sentimentos que traziam em seus corações. O francês adivinhava que cedo ou
tarde chegariam àquele ponto. Podemos supor que ele mesmo torcesse para que
tudo terminasse bem entre o patrão e a graciosa Aouda.
Fogg
perguntou-lhe se a hora era apropriada para “avisar o reverendo Samuel Wilson,
da paróquia de Marylebone”.
Eram 17h:05.
Passepartout não conseguia esconder o seu contentamento pela maravilhoso
desfecho, então sorriu e disse que “nunca é muito tarde”.
Ele foi se retirando
ao mesmo tempo que perguntava se podia marcar o casamento para o dia seguinte, “uma
segunda-feira”...
Aouda disse sim... “Amanhã,
segunda-feira!”
(...)
Júlio Verne reservou
o penúltimo capítulo de seu romance para tratar de outros acontecimentos de 17
de dezembro de 1872...
Sabemos que neste dia, Fogg e os companheiros de viagem estavam a bordo
do Henrietta, que ultrapassava a metade da travessia (desde Nova York) rumo ao
velho continente.
Os registros do autor esclarecem que àquela altura os londrinos ficaram
sabendo da prisão de James Strand, o ladrão do Bank of England. O bandido foi
capturado em Edimburgo.
Até três dias antes deste episódio, os jornais
noticiavam que Phileas Fogg sofria perseguição implacável da polícia. Não era
por acaso que a opinião pública se referia a ele como perigoso criminoso.
Mas, enfim, os fatos
se esclareceram e seu nome voltou a ser referido com respeito. Logo passaram a
dizer que se tratava de um dos mais honrados cavalheiros. E logo recordaram que
Fogg era o valoroso cavalheiro que lançara-se ao desafio de realizar a “volta
ao mundo em oitenta dias”.
O assunto outrora comentado à exaustão voltou a ser debatido. De repente
as antigas apostas foram retomadas. Novas apostas foram feitas e o nome de Fogg
“estourou outra vez no mercado”.
(...)
Os
apostadores do Reform Club, companheiros de uíste de Fogg, já nem falavam a
respeito do desafio...
Conforme as semanas
se passaram desde a sua partida, o assunto foi se arrefecendo.
Porém,
com a prisão de James Strand, eles voltaram a falar a respeito de Fogg e a
tecer ilações sobre sua ousada empreitada. Onde estaria?
Ninguém tinha
notícias suas! Teria morrido em alguma inóspita paragem? Desistira do desafio?
As
dúvidas eram muitas... Com ansiedade, todos resolveram que o melhor era esperar
pelo encontro do dia 21 de dezembro no salão do Reform Club às oito e quarenta
e cinco da noite.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2017/08/a-volta-ao-mundo-em-oitenta-dias-de_20.html
Leia: A
Volta ao Mundo em Oitenta Dias – Coleção “Eu Leio”. Editora Ática.
Um abraço,
Prof.Gilberto