domingo, 20 de março de 2011

Considerações (a partir da entrevista de Elias Thomé Saliba) sobre best-sellers com temática histórica.

O professor Elias Thomé Saliba, do Departamento de História da USP, autor de Raízes do Riso, concedeu entrevista à Revista História Viva nº 90. Falou sobre questões referentes aos lançamentos editoriais com temáticas da História que se tornam campeões de venda (esse é o caso do seu Raízes do Riso, que aparece colado aqui).

Publicações de Eduardo Bueno e de Laurentino Gomes são os exemplos mais destacados de autores de títulos Best-Sellers com essa temática.



Eduardo Bueno vem fazendo sucesso desde a época do Brasil 500 e as festividades que ocorreram em comemoração aos 500 anos do “descobrimento”. Desse autor tenho um História do Brasil, lançado por ocasião daquelas festividades. Li os três volumes que Bueno lançou pela Objetiva: A viagem do descobrimento; Náufragos, traficantes e degredados;Capitães do Brasil. Seus textos destacam-se pela leitura que flui facilmente... O próprio autor justifica que livro de História não tem de ser entediante.


Já Laurentino Gomes está sendo comentado pelos seus 1808 e 1822. Li os dois e gostei muito. Se tivesse de escolher entre os dois autores citados na entrevista, escolheria as produções deste último.


A questão que se levanta é sobre a consistência desses materiais. Muito se comenta que os textos não são produções de historiadores, mas de jornalistas... É claro que os textos dos historiadores são mais densos, “pesadões” e cheios de citações das fontes de pesquisa... Já as “obras de divulgação” são leves, de fácil leitura e não levantam grandes problematizações. O que talvez atraia o público seja mesmo o fato de não suscitarem grandes dúvidas, de se apresentarem como sínteses dos temas a que se propõem.


Como o próprio Saliba afirma, a produção do conhecimento histórico não é monopólio dos historiadores. Esses livros podem proporcionar novos interesses por pesquisas, e isso é um mérito. Porém ele nos alerta sobre a “lógica reducionista” como princípio organizador desses textos... O entrevistado também adverte sobre as produções que buscam suas fontes principalmente na internet... Este parece ser o caso de um livro que ainda não li: Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, de Leandro Narloch.



Um abraço,
Prof.Gilberto

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