Depois dessa “overdose” do Sócrates de Rossellini, é natural sugerir aqui Defesa de Sócrates, texto relativamente curto que está em Sócrates, da coleção Os Pensadores, Nova Cultural, 1991. A
seleção dos textos do volume é de José Américo Motta Pessanha, que idealizou a
coleção.
Defesa de Sócrates é de autoria de Platão... Sua leitura
leva-nos às emocionantes palavras do filósofo por ocasião de sua defesa no
processo que sofreu em 399 a.C. Notamos que o filme de
Rossellini tem como base esse texto e o Apologia
de Sócrates, de Xenofonte, que também faz parte do volume... As Nuvens, de Aristófanes, finaliza a
edição.
No filme vemos Sócrates censurar Xântipe que
chora os momentos finais do marido... Ela dizia lamentar o fato de Sócrates ir
injustamente para a morte... Espirituoso, o filósofo pergunta se ela preferiria
vê-lo morrer justamente... O trecho foi retirado do texto de Xenofonte, mas o
diálogo é entre Sócrates e o discípulo Apolodoro...
Leia:
Sócrates; Os Pensadores. Nova Cultural.
Um
abraço,
Prof.Gilberto
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sobre o filme Sócrates (retomar https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2011/10/filme-socrates.html) antes
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O DVD Sócrates, de Roberto Rossellini, em sua edição brasileira apresenta
um depoimento do professor Roberto Bolzani (USP). As palavras do especialista
contribuem substancialmente para a compreensão do filme e sua contextualização,
além de explicar a filosofia de Sócrates (que é o que mais interessa). Segue uma breve síntese:
Os Diálogos
de Platão são utilizados no roteiro do filme. Rossellini escolheu a figura
de Sócrates marcante nos diálogos, sobretudo em Defesa de Sócrates (que é uma prosa corrida e apresenta
“fielmente” a defesa proferida pelo próprio filósofo em 399 a.C) em relação às
acusações interpostas por Meleto e Ânito: corrupção da juventude ateniense;
negação dos deuses da cidade; introdução de novos deuses. Há também referências
aos Diálogos Socráticos mais curtos.
Esses são menos antigos que Apologia de
Sócrates: Críton, que se
desenvolve na prisão; Diálogos Aporéticos,
nos quais o filósofo deixa dúvidas insolúveis; Fédon, um diálogo de maturidade, em que temos as afirmações
referentes à sobrevivência da alma... Bolzani mostra que se trata de “tese
platônica”, e não socrática.
Há os diálogos com os sofistas. Bolzani explica a
rivalidade desses com Sócrates... Enquanto o filósofo é o “herói” que contrapõe
a investigação da Verdade ao uso da retórica, os sofistas são difusores de
um “falso saber”... São professores de retórica e sobrevivem do pagamento que
recebem pelas aulas... Eles gozam de reputação, pois na Democracia ateniense,
como não podia deixar de ser, o uso da palavra é livre aos cidadãos e a boa
retórica podia levar o cidadão a bons postos...
Com Sócrates temos a “busca de um conceito
universal”... O diálogo com Hípias sobre o Belo
é exemplar... Sócrates pretende um “conceito moral”, enquanto o seu
interlocutor se limita a “definir” Belo
citando algo que “contenha beleza”... Sócrates pretende conhecer “o que torna
as coisas belas”.
O professor explica, ainda, a crítica socrática que
aparece no filme em relação à valorização das argumentações escritas em detrimento dos discursos
orais... Platão se refere a isso no Diálogo Fedro...
Em síntese, os discursos proferidos são mais eficazes no ensino filosófico, já
que a oralidade permite a correção e a reformulação... Por sua vez o texto
escrito é fixo, acabado... Até que ponto é possível dialogar com o autor a partir de seu texto impresso?
Por fim, outras considerações: A “Virtude Moral” é um
conhecimento... Saber o que é Virtude permite o “Agir Virtude”; Há a crítica à
Democracia ateniense, já que o modelo permite concluir que “todos sabem
governar” (por sorteio todos podem chegar aos altos postos). Assim, do mesmo modo que pretendemos que um piloto de navio conduza a embarcação que nos leva, ou que um
carpinteiro faça as cadeiras e mesas que usamos, também o governo da cidade
deveria ser entregue apenas aos devidamente capazes (os filósofos);
Sócrates procurou em Atenas os sábios (políticos, poetas e artesãos) e, a
partir dos diálogos que manteve, notou que eles imaginavam possuir um saber que
não detinham (presunção de saber)... O Oráculo de Apolo (Delfos) então estava
correto: Sócrates é o mais sábio entre os homens... Isso porque dentre todos
era o único a admitir a própria ignorância. O seu modo de ser e pensar provocou
inimizades nos círculos mais importantes da cidade; Sócrates
apenas “trazia à luz” (referência à maiêutica, trabalho de parteira exercido
pela mãe do filósofo) a Verdade que seus interlocutores possuíam em sua alma; O
filme de Rossellini foi rodado na Itália de 1970, num momento em que se debatia
o papel dos intelectuais na sociedade... O filme é exemplar nesse sentido, pois
assistimos Sócrates se posicionando contra os poderes estabelecidos na
cidade... Refletimos sobre suas convicções e as exigências do poder público em
relação a ele...
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Prof.Gilberto
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Podemos dizer que Sócrates foi
sacrificado.
É, porque assumiu até o fim de sua existência o
compromisso com a Justiça, o Bem, a Verdade... E não tendo renegado a força
interior que o levava a defender a busca constante desses princípios, foi
levado à pena capital... Ele podia manter-se perfeitamente ajustado à realidade
de seu tempo e de seus concidadãos sendo mais um “experiente conselheiro” para
os mais jovens sobre o “engajamento ideal” na polis. Os sofistas procediam assim...
Porém, em vez disso, o mestre seguia a sua missão. E ela era perturbadora na
medida em que levava os contemporâneos às reflexões sobre seus conceitos. O
filósofo os deixava sem as suas certezas, já que cada um deveria buscar dentro
de si a Verdade.
Podemos dizer que a realização de sua missão (em
respeito ao chamado da força interior que o impulsiona) é o Areté. Podem-se tecer críticas ao modo
despojado de desprezar os prazeres materiais que são constantemente
proporcionados, mas (em Sócrates) é a concretização do Areté que nos traz a felicidade. Cada
um possui a sua Areté e evidentemente
ninguém precisa comprometer-se com Sócrates... Nem ele exige isso... Cada um
pode buscar a felicidade onde bem entende. Mas há a necessidade de refletirmos
sobre as suas bases. E suas conseqüências também... A felicidade que buscamos proporciona
Justiça, Bem e Verdade?
O diálogo com Hípias é interessante... Ele se
satisfaz em ser festejado por proferir “belos discursos”. Indagado sobre o que
é a Beleza, diz que uma “bela virgem” define o conceito... Sócrates diz que uma
mula ou uma panela também são belas... Hípias não entende a interposição de
Sócrates e fala que não se pode comparar a “bela virgem” com mulas ou panelas.
Porém conclui que os “belos deuses” são mais belos que as “belas virgens”... Ora,
em tudo há Beleza quando reconhecemos a sua utilidade, importância na
realização do Bem.
Também notamos Sócrates dialogando sobre o poder
adquirido por políticos corruptos e que vivem buscando eliminar adversários a
qualquer custo... Será que podem ser felizes sendo injustos? Não há proveito em
se enriquecer e exercer poder impondo medo e tomando posse dos bens que
pertencem ao público ou a um particular... O que um tipo assim colheria?
Vivendo longe da Virtude, desconhecendo o Bem, conheceria apenas o terror de, a
todo momento, sentir-se ameaçado por aqueles que perseguira no passado...
Lísias, o orador chamado a preparar uma defesa
para Sócrates pretende que qualquer artimanha seja válida para livrar o “cliente”
da acusação que pesa contra ele. Mostra que faria a defesa do filósofo
bajulando os membros do tribunal, reverenciando os rituais de Atenas, além de
promover a ideia de que nada do que Sócrates dissera outrora deveria merecer
atenção mais séria e que, em verdade, ele se tratava de um velho inofensivo... Como sabemos, Sócrates não aceitou a proposta de Lísias principalmente
porque, para livrá-lo da morte, o orador apelava para mentiras.
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Sócrates profere umas últimas palavras à assembleia...
Ele saía condenado à morte e os demais saíam condenados pela Verdade, teriam a
vida marcada pela injustiça que cometeram... Ele partiria para a morte,
enquanto sua assistência para o cotidiano dos viventes... Qual o melhor
destino? Ninguém ali poderia saber... O filósofo manifesta
que por nenhum momento sentira pressões internas que exigissem mudar sua
conduta... Via em toda aquela situação os desejos divinos. Manifesta, ainda,
não temer a morte... Solicita apenas que quando seus filhos tornarem-se homens,
acaso prefiram o dinheiro e honrarias à Virtude, sejam repreendidos pelos
concidadãos.
Sócrates foi aprisionado para aguardar a
execução. De sua parte os discípulos lamentavam e comentavam sobre o atraso (em
mais de um mês) da embarcação divina... Seria isso intervenção dos deuses? Críton
se mostra decidido a conspirar, corromper carcereiros e contratar guias para
salvar a vida do mestre... Alguns acreditam mesmo que a fuga de Sócrates seria
apreciada pela opinião pública.
Críton vai à prisão mais cedo do que habitualmente
para estar a sós com o mestre. Ele fica admirado com o sono tranquilo do amigo
prisioneiro... Depois de despertado, Sócrates é informado que a “embarcação
sagrada” está prestes a ancorar em Atenas, mas ele fala sobre um sonho que lhe
revelara que ainda teria dois dias entre os vivos. Críton apresenta ao mestre a
ideia da fuga para a Tessália, onde há amigos que o aguardam... O problema para
a execução de seus planos é a resistência do prisioneiro. Sócrates considera
que também lá seria condenado à morte, além do mais a sua fuga seria uma “injustiça
para com a cidade e suas decisões”. Em Tebas ou Megara, Sócrates seria
sempre mal visto e como uma constante ameaça. Em seu juízo, a decisão do
tribunal pode ter sido a melhor, dado que acreditava ter cumprido sua missão e
já não lhe restava tanto tempo para viver... Esforçar-se em permanecer vivo
seria algo ridículo e mesquinho. Sócrates morria não por culpa das leis, mas
por culpa da injustiça praticada pelos homens.
Críton percebe-se convencido pelos argumentos do
mestre e não mais insiste com a conversa de fuga... Na sequência temos uma
grande afluência ao cárcere. A família de Sócrates e seus discípulos aparecem
para umas últimas palavras e despedidas. Sócrates fora comunicado pelo tribunal que se
preparasse para morrer, pois a hora se aproximava... Xântipe manifesta seu
desespero aos pés do marido, que a tranquiliza... Os discípulos se encantam
pelo fato de Sócrates demonstrar-se calmo... Têm tempo ainda para um a breve
conversa sobre a morte, sobre a possibilidade de a alma também perder a vida...
É a alma que dá vida ao corpo, ela é sempre portadora de vida... Há o contrário
(que é a morte), porém a alma (sendo a fonte da vida) não pode receber a morte...
Sendo a alma imortal, é necessário cuidar dela enquanto se vive... Se a morte
fosse o fim de tudo seria algo bom para os maus, já que a “ruindade sumiria com
eles mesmos”...
Do
lado de fora da gruta (o cárcere era no interior de uma caverna) Xântipe
consola os filhos dizendo-lhes coisas boas sobre o pai e de seu exemplo de
coragem, serenidade na busca da Verdade e do bem comum... Xântipe diz aos
meninos que Sócrates é um herói.
Depois de lavar-se, Sócrates pede que chamem a
mulher e os filhos e recomenda aos discípulos que sejam um bom exemplo após a
sua partida... O carrasco orienta que Sócrates ingira o veneno e que caminhe
até sentir as pernas pesadas, então deveria deitar-se e esperar a cicuta agir.
O mestre bebe desejando que os deuses o guiem na “viagem”...
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Meleto diz aos cidadãos que Sócrates é um
descrente que diz que o “Sol é uma pedra, enquanto que a Lua é igual à Terra”...
Sócrates diz que o rapaz o está confundindo com Anaxágoras... Isso a parte, o
filósofo mostra que seria impossível não crer nos deuses, dado que é impossível
não crer em suas manifestações... Crer nos atos dos Deuses é, implicitamente,
crer neles. A acusação de Meleto tinha como base a calúnia e os que assistiam
aos debates notavam que Sócrates o colocava em contradições... Mesmo
embaraçando o acusador, Sócrates sabia que corria o risco da pena capital...
Mas mostrava-se corajoso perante essa possibilidade e discursa sobre a morte,
dizendo que talvez ela seja o maior dos bens... A
sabedoria é reconhecer a nossa ignorância sobre ela. O filósofo mostra que até
o fim de sua vida não abandonará sua missão de raciocinar, embora isso às vezes
possa trazer conflitos aos concidadãos, não abandonará sua missão divina... Sócrates
não busca a piedade do tribunal, mostra que se os jurados se deixarem convencer
pelos acusadores poderá ser levado à morte. Nada tem para convencê-los do
contrário, apenas que isso poderá significar que a Verdade não mais se
manifestaria entre os atenienses. Contudo, ele insistia em respeitar a decisão
do tribunal, esperando sinceramente que ela fosse o melhor para todos e expressasse
o Bem comum.
Na sequência ocorreu a votação, Sócrates
observava os homens comuns dirigirem-se às duas urnas onde depositavam votos...
É possível que eles tenham entendido bem pouco do que falara... Entre os
discípulos poucos acreditavam seriamente que condenariam o seu mestre, embora
soubessem que muitos ali fossem inimigos declarados de Sócrates. É Críton quem
lembra que o mestre poderia pedir a comutação da pena em caso de acusação...
Sócrates foi declarado culpado pela maioria dos votantes. Pedem que ele
manifeste o que propõe para aliviar a pena... Sócrates manifesta surpresa ter
sido condenado por pequena margem de votos e que, embora Meleto peça a pena de
morte, considera que (para serem justos) os jurados não deveriam puni-lo, mas
sim receber uma recompensa... Aqueles que fazem o Bem devem ir ao
Pritaneu e é para lá que Sócrates deveria ser enviado, alojado e alimentado.
Mas é claro que essas palavras são entendidas como provocações de quem
menospreza o tribunal... Sócrates mostra que indenizações ou exílio nada significam
para a sua condição de pobre e envelhecido... Se os próprios concidadãos não o
suportam, o que esperar dos estrangeiros? A proposta de Sócrates foi submetida
a votação e, obviamente, rejeitada. Então, dentro de 24 horas o filósofo deveria
ser executado. Esse tempo seria majorado devido ao período de “purificação”,
uma época de festividades em homenagem à vitória de Teseu sobre o Minotauro.
Nessas ocasiões aguardava-se o retorno de uma embarcação vinda de Delos... Então,
até que o ritual não se concretizasse, a execução de Sócrates seria suspensa.
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O júri é formado a partir do sorteio
ordinário... Os jurados não sabiam com antecedência de qual processo
participariam. O julgamento é público. A deusa Atena é saudada e
invocada a iluminar com sabedoria os jurados. Meleto é chamado a proferir suas
acusações contra o filósofo e propõe a pena de morte. Ânito também é chamado a
relatar suas acusações e fala sobre os problemas que Atenas sofrera devido às
imprudências de Sócrates no trato com os mais jovens, desviando-os das
tradições... Depois é Sócrates quem tem a palavra para realizar a sua defesa.
Muitos esperam eloquências de sua parte, mas ele diz que na situação em
que se encontra não seria certo... Falará no tribunal como cotidianamente fala
nas praças e ruas, de modo simples e sempre buscando a Verdade, assim a maioria
presente não estranhará suas palavras.
Sócrates fala sobre o “personagem Sócrates”
construído por adversários que há vinte anos vinham falando mal dele... Cita
Aristófanes e diz que o tal personagem seria um ateu, um “andante das nuvens”...
Classificações que (absolutamente) não refletem sua personalidade. Sócrates
admite ser um ignorante, alguém que nada sabe e que apenas busca a Verdade...
Seu conhecimento é “saber que nada sabe”, sendo assim não se vê em condição de
cobrar pelos ensinamentos que transmite (dialoga) com seus jovens discípulos. O filósofo raciocina que poderiam questionar,
então, o por quê do processo... Admite possuir sabedoria... O irmão de
Clerofonte é chamado por Sócrates para dar testemunho sobre o episódio em
Delfos, quando Clerofonte indagou à Pitonisa se havia no mundo alguém mais
sábio do que Sócrates. A resposta foi a de que não havia ninguém mais sábio que
o filósofo... Sócrates então retoma a sua defesa afirmando que desde então
procurou conhecer os sentidos das palavras do oráculo. Conversou com uma série de poetas, políticos e
outros “notáveis”, e chegou à conclusão de que aqueles simplesmente ostentavam
a notoriedade sem, contudo, serem (de fato) conhecedores... Sócrates, ao
contrário, “tinha consciência da própria ignorância” e isso o fazia mais sábio.
O filósofo mostra que atraiu a inimizade de muitos porque, ao servir o deus que
o obrigava a procurar a Verdade, levava pessoas muito poderosas a perceberem
que (de fato) não eram sábias como sempre se julgaram.
Depois se dirige a Meleto, que “fingia se
interessar por coisas das quais nada sabia”... Ora, se Sócrates corrompe a
juventude, então o que haveria de melhor para a educação dos atenienses? Meleto
não titubeia e responde que as Leis atenienses são o que há para serem
ensinadas, sendo elas o “guia perfeito” para a juventude. Questionado por
Sócrates sobre quem teria o conhecimento das Leis, Meleto diz que os juízes são
os detentores do saber. Mas o filósofo quer saber mais e questiona se todos, ou
apenas alguns entre os juízes têm conhecimento das Leis... Meleto está em meio à
assembleia e, embora seja o acusador, percebe que não pode cair em contradições...
Diz que todos os juízes têm conhecimento das Leis. Sócrates mostra que,
potencialmente, todos os atenienses podem chegar à condição de juízes... Porém
Meleto só vê ameaça aos jovens em sua pessoa... Ora, essa seria, então, uma
situação de fácil resolução... O filósofo mostra a Meleto que sendo um “corruptor
de jovens”, e fazendo isso voluntariamente, estaria fazendo um grande mal a si
próprio, já que os discípulos se indisporiam em relação ao mestre... Então, ou
Sócrates não corrompe a juventude, ou o faz involuntariamente... Uma culpa
involuntária não seria competência do tribunal... O filósofo faz referência
ainda ao fato de seus antigos discípulos, ou os parentes dos atuais seguidores,
não apresentarem nenhuma acusação contra ele. Por que Meleto não os incluíra
entre os testemunhos de sua acusação?
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