Isso não é um resumo biográfico.
Visite
a exposição Viva Elis!
Ela está montada no Centro Cultural São Paulo
desde 14 de abril (permanece até 20 de maio).
Está bem simples,
acessível... São reproduções de fotografias da vida particular e artística de
Elis, e abrangem desde a sua infância até os derradeiros dias em janeiro de 1982.
Há também os recortes de matérias jornalísticas e vídeos que contemplam suas
participações em programas televisivos e de shows inesquecíveis... É possível navegar
por álbuns e letras das músicas por ela interpretadas.
Não tem jeito, a exposição faz um pouco do que
Elis menos aceitava: escancarar a sua vida pessoal... Mas é dessa maneira que podemos
conhecer sua genialidade e generosidade, tanto em sua apaixonada/apaixonante
vida pessoal quanto em suas ações públicas, notadamente em relação ao Regime
Militar...
Elis interpretou
composições de artistas renomados, e de alguns que se tornaram mais conhecidos
devido às suas interpretações. A lista não é pequena: Adoniran Barbosa, João
Bosco, Ivan Lins, Gilberto Gil, Chico Buarque, Milton Nascimento, Renato
Teixeira,Tom Jobim, Edu Lobo, Vinícius de Moraes, Belchior, Cesar Camargo
Mariano (seu segundo marido - por nove anos), Lô Borges...
Seu
talento revelou-se prematuramente e em sua terra natal, o Rio Grande do Sul,
trabalhou em programa da Rádio Gaúcha.
No Rio de Janeiro iniciou as atividades em televisão, conheceu Ronaldo Bôscoli
(com quem se casou em 1967 e conviveu por cinco anos). Elis foi vencedora em festivais de MPB em seus momentos de maior ebulição...
Na TV Record, de São Paulo apresentou
O Fino da Bossa, com Jair Rodrigues
(maio de 1965 até junho de 1967). Na sequência Elis fez uma turnê de estrondoso sucesso pela Europa.
Em Viva Elis!:
Vemos Elis apresentando programas televisivos...
Vemos Elis encenando e percorrendo faculdades e universidades do país com seu
show itinerante de 1976, Falso Brilhante
(na exposição há réplicas de seus vestidos)... Vemos Elis combatendo a repressão e sendo vítima do
Sistema... Vemos a Elis mãe preocupada com o futuro de seus filhos, de seus
amigos e da nação. Vemos Elis cantando O
bêbado e a Equilibrista (João Bosco e Aldir Blanc)... Está lá inspirando confiança em dias melhores...
É
difícil aceitar que tenha nos deixado aos 36 anos. Vemos pessoas sem conseguir
conter as lágrimas.
Um abraço,
Prof.Gilberto
O
vídeo foi extraído de http://www.youtube.com/watch?v=RmBtW3XFGWU.
Em janeiro deste ano completaram-se 30 anos da
morte de Elis Regina. Em minha opinião, a melhor intérprete da Música Popular
Brasileira. Atualmente, salvo raríssimas exceções que não chegam aos seus pés, assistimos
a uma mediocridade só...
Gostaria
de poder expressar nesses “rabiscos” toda a importância da artista para a
cultura nacional e, em particular, para a geração que vivenciou os terríveis “anos
de chumbo” marcados pela ditadura militar... Infelizmente minhas limitações
impedem que algo mais relevante sobre Elis seja registrado aqui. Vamos ver se mais algumas postagens conseguem compensar a deficiência.
Não é por acaso que escolhi
esta Cartomante, letra e música de
Ivan Lins e Vitor Martins (lançada em 1978 no álbum Nos dias de hoje)...
Um abraço,
Prof.Gilberto
Talvez
seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/04/filme-o-ovo-da-serpente-madrugada-de.html antes de ler esta postagem:
Manuela apenas não quis conversar mais sobre
Vergerus... Fingindo adormecer pôde observar as perturbações de Abel madrugada
adentro... De manhã, Manuela se despede dele... Ela está pronta para o trabalho
e oferece café, diz que apesar de os tempos serem de dificuldades, quem conhece
pessoas influentes sempre consegue um pouco mais de conforto. Rosenberg entrega o
dinheiro deixado pelo irmão a Manuela, diz que é melhor que ela guarde antes
que ele gaste tudo em bebida... Ela tenta reanimá-lo com a possibilidade de
retornarem ao circo, mas ele refuta imediatamente e diz que sem o Max aquilo
seria impossível. Abel chora ao lembrar se do irmão e acaba consolado por
Manuela... Ela fala que não o abandonará.
Antes que Manuela fosse
para o trabalho, Abel ainda teve chance de contar-lhe sobre o episódio noturno,
quando os tipos apanhavam dos uniformizados... Manuela diz que cuidará do
cunhado e quer que ele entenda que sua situação se deve ao fato de ele beber
demais. Ele se mostra surpreso ao saber que Manuela tem dois empregos... Quer saber de que se trata... Mas ela diz que não sabe
bem, diz que é um escritório e que cola selos, mas não entra em maiores
detalhes. Diz que talvez seja uma companhia de importação e exportações que se
chama Ferkel und Sohn... Abel está tão intrigado e questionador que Manuela se
diverte afirmando que ele mais se parece um marido ciumento.
Manuela segue para o trabalho e deixa Abel ainda de pijama... Ele começa
a vasculhar o quarto até encontrar o dinheiro numa gaveta. Alcoólatra contumaz,
tinha um objetivo bem definido em reaver o dinheiro deixado pelo irmão e mais
certa quantia que ela vinha economizando... Enquanto fazia sua busca, era
observado pelo vão da porta pela velha proprietária do imóvel.
Abel
se arruma, e está pronto para sair, quando é chamado por Frau Holle... A proprietária
conversa com ele e mostra que sabe sobre a sua presença nas instalações, faz
notar que se trata de uma senhora dotada de várias limitações físicas devido à
sua avançada idade, e declara que quer muito bem à Manuela, que precisa muito
de sua companhia, que a considera como uma filha... Frau Holle demonstra preocupação com o novo emprego da
inquilina, diz não entender o que venha a ser “Sociedade para a Democracia
Eclesial”... Algo que provavelmente Manuela disse em relação ao trabalho que executa
a partir da manhã. Rosenberg encerra a conversa dizendo que precisa sair...
Pergunta sobre o aluguel e Frau Holle consegue alguns dólares adiantados.
Abel sai apressadamente e
alcança um bonde... Chega até o comissário de polícia que indaga sobre onde
estivera à noite... Rosenberg revela que passara a noite com a cunhada, já que
não conseguira permanecer onde o irmão se suicidara. O comissário mostra que
acompanha os passos de Abel ao revelar-lhe o endereço exato onde este passara a
noite. Abel quer retirar-se, porém o comissário diz que ele deverá acompanhá-lo
ao necrotério para fazer alguns reconhecimentos. À saída do departamento de
polícia, o comissário deposita um grande maço do desvalorizado dinheiro no
chapéu de um senhor que toca realejo na rua.
Vários cadáveres são apresentados a Rosenberg. Um dos que ele reconhece
é o de Greta Hofer, noiva de Max (seu irmão suicida)... O comissário diz que a
causa da morte da moça foi afogamento... Outro tipo morto, que não foi
reconhecido por Abel, tivera uma fina agulha hipodérmica enfiada no coração...
Injetaram algum veneno, que deve ter causado uma dolorosa morte... Outro cadáver era o de Maria
Stern, que Abel dizia conhecer apanas de vista na pensão onde vivia com o irmão... O
comissário disse que ela havia se enforcado no porão da casa onde morava com o
marido e os dois filhos... Ela deixou uma carta na qual afirmava estar
confusa e apavorada. Os corpos estavam sob lençóis cheios de sangue, então Abel
disse que não estava suportando aquilo, mas o comissário ainda o levaria a
outro corpo, que também não foi reconhecido por Abel...
O
comissário revelou que o ensanguentado homem trabalhava no cabaré operando um
holofote... Revelou ainda que, aparentemente, um caminhão teria passado
por cima dele... Mas tudo indica que havia sido torturado ou agredido à exaustão.
Rosenberg não entendia por que o comissário queria que ele conferisse aqueles
corpos... O policial revelou que no mês anterior haviam ocorrido sete mortes
misteriosas na cidade... Todas elas na vizinhança de Rosenberg.
Indicação (18 anos)
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/05/filme-o-ovo-da-serpente-revelacoes.html
Um abraço,
Prof.Gilberto
Talvez
seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/04/diapositivos-um-trabalho-com-os-alunos.html
antes de ler esta postagem:
Em
1997 alguns alunos de Ensino Médio toparam o trabalho de confecção de slides...
Tiveram muito capricho com os desenhos que organizaram e decidiram comprar as
molduras em uma loja de “cine-foto”.
Desenvolveram temas diversos... Aqui estou
destacando Conflitos Raciais nos Estados
Unidos.
Os
slides aqui expostos conseguem exemplificar um pouco dos assuntos desenvolvidos
em sala de aulas. Destaquei estes dois exemplares que faziam parte de uma série
sobre a intolerância praticada pela Ku Klux Klan, e a luta por direitos civis destacando-se
a atuação de Martin Luther King.
Um abraço,
Prof.Gilberto
Talvez
seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/04/diapositivos-um-trabalho-com-os-alunos.html
antes de ler esta postagem:
Em
1997 alguns alunos de Ensino Médio toparam o trabalho de confecção de slides...
Tiveram muito capricho com os desenhos que organizaram e decidiram comprar as
molduras em uma loja de “cine-foto”.
Desenvolveram temas diversos... Mais uma vez estou
destacando Direitos Humanos e Cidadania.
Os slides aqui expostos conseguem exemplificar um pouco dos assuntos desenvolvidos em sala de aulas.
Um abraço,
Prof.Gilberto
Talvez
seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/04/filme-o-ovo-da-serpente-abel-reencontra.html antes de ler esta postagem:
Abel deixa o recinto. No palco, aparentemente,
há um número em que vários dançarinos parecem estar numa praia... Há um anão
entre eles... Rosenberg deixa uma nota na alça de uma jovem prostituta exageradamente
maquiada... Deu prosseguimento à sua noite.
Na alta madrugada caminha
cabisbaixo no meio da rua... Depara-se com um grupo de jovens uniformizados que
forçam dois tipos a lavarem a calçada com esfregões... Eles estão
uniformizados, são brutos e espancam suas vítimas. Uma delas corre em direção a
guardas noturnos em busca de socorro. Mas
isso é em vão, já que os guardas prosseguem e ignoram o pedido de auxílio.
Rosenberg está bêbado, mas não a ponto de estar anestesiado e não notar o
horror da cena... Os carrascos o perseguem, então ele sai em disparada pela
gélida escuridão. Entra numa bodega, onde bebe mais cerveja e aguardente. Os
donos do lugar estão conversando sobre uma conhecida que adoeceu de modo
fulminante... Rosenberg não dá atenção a esses assuntos... Seus pensamentos
estão ocupados com outras elucubrações...
Abel passa a continuação da
madrugada à porta de Manuela. Está muito abatido e precisa se aquecer
urgentemente. Sua cunhada chega e o acolhe. O quarto alugado onde vive não é
grande, mas está bem ajeitado... Abel se assusta com o barulho do trabalho
noturno dos coletores de lixo e acaba despertando. Acende um cigarro e inicia
uma conversa com Manuela... Fala sobre os verões em que a família passava na paradisíaca Amalfi, sobretudo porque fazia bem à mãe, doente dos pulmões... Diz que ele e
Max brincavam com outro garoto chamado Hans Vergerus, de Düsseldorf... O
pai de Hans era um tipo muito influente. A mãe de Abel falava sobre sua aversão
em relação ao garoto Hans, de modo que ele também não o aprovava... Mas Hans
tinha reputação de inteligente... Abel conta o episódio em que o menino abriu
um gato ainda vivo apenas para mostrar aos outros o coração do pobre animal
batendo...
Rosenberg
fala sobre o reencontro com Vergerus em Heidelberg no ano de 1913 (portanto há
10 anos). Ele, Max e Manuela já atuavam no circo... Manuela confirma lembrar-se
da ocasião... Então Abel conta que viu Vergerus no cabaré... Porém a moça nega
ter visto o desafeto de seu cunhado... Ela adormece em seguida... Rosenberg
apaga a luz.
Indicação (18 anos)
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/04/filme-o-ovo-da-serpente-abel-deve.html
Um abraço,
Prof.Gilberto
Talvez
seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/04/filme-o-ovo-da-serpente-abel-percebe-se.html antes de ler esta postagem:
Já é tarde quando Abel chega ao cabaré, que
também é um prostíbulo, onde Manuela trabalha. À entrada vemos, no alto do portal, um asno com um
letreiro... Logo segue para o salão onde
Manuela está se apresentando num palco... Ela canta e gesticula, está com uma
maquiagem carregada, peruca esverdeada e com trajes minúsculos. É aplaudida e
se retira para o camarim... Outro número se inicia.
Abel
vai até as instalações de Manuela, que o recebe alegremente... Porém a euforia
inicial se esfria quando Rosenberg passa a tratar do suicídio do irmão e, como
se estivesse desculpando, diz que “tentou vigiá-lo”. Abel
revela que o irmão tinha um trabalho e que o dinheiro que recebia era bom...
Mas o outro nunca entrava em detalhes, apenas dizia que Abel devia cuidar da
própria vida.
Abel tira do bolso uma
carta para Manuela... O envelope está bem amassado e o texto é algo pouco
legível. Há uma quantia em dinheiro... Mas nenhum dos dois consegue decifrar
nada na carta além de um trecho onde se lê “está ocorrendo envenenamento”... Manuela quer saber detalhes, porém
Abel diz que não vira o irmão nas últimas semanas, já que tiveram uma briga
feia, de socos por causa de uma prostituta... O clima entre os dois não ficou
nada bom e Abel sabia que não podia machucar ainda mais o outro. A conversa é
interrompida porque Manuela deveria retornar ao palco para o número final.
Na
saída do camarim, Abel encontra um tipo que está assistindo a apresentação a partir
da lateral do palco... O tipo inicia uma conversa com ele e diz que o
conhece... Cita episódios de um passado distante em que “fumaram o primeiro
cigarro juntos”. Fala da localidade de Amalfi, “um dia de verão há 26 anos”... Fala
sobre as famílias, que eram vizinhas de chalé... Procura “clarear” a mente de
Rosenberg citando o nome de sua irmã mais velha, Rebecca. Rosenberg se mostra
impaciente e diz estar com pressa. É nítido que conhece o homem e não quer
conversar com ele... Diz estar com pressa... O tipo diz “ah, é claro, Abel
Rosenberg”.
Indicação (18 anos)
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/04/filme-o-ovo-da-serpente-madrugada-de.html
Um abraço,
Prof.Gilberto
Muitos aí não sabem o que é um diapositivo. De
modo bem simples, podemos dizer que é um fotograma “positivo”... É o contrário
do fotograma “negativo”, produto da revelação dos filmes fotográficos. Enquanto o “negativo”
apresenta as cores invertidas (branco/preto; verde/vermelho; azul/amarelo), o fotograma
“positivo” ao ser revelado apresenta as cores originais. O “negativo” é “fotografado”
(impresso) num papel especial que, depois de revelado, apresenta as cores reais
do “motivo” fotografado com a câmera.
O
diapositivo normalmente era montado numa moldura e depois exibido através de um
projetor de slides... A forte luz do projetor o revela numa tela. O
diapositivo, portanto, é um slide, uma transparência. Até a década de 1970 eram
muito comuns os monóculos em que se colocava um diapositivo no fundo de uma
tampa, que fechava uma caixinha. A imagem era observada através de uma lente na
outra extremidade. Ao
lado: imagem de monóculos extraída de www.teresasurita.com
Quando falamos em slides, os mais novos pensam logo nas apresentações em
PowerPoint e nos recursos que o programa proporciona. De um tempo para cá
vários trabalhos são confeccionados assim...
Estou deixando aqui essa
imagem que apresenta um slide confeccionado por meus alunos do início da década
de 1990. Tenho centenas de exemplares que acabaram ficando comigo... Por
ocasião das “mostras culturais”, eles organizavam salas especiais para a
exibição de seus trabalhos... O trabalho era de
grupos, cada qual com um dos temas trabalhados em sala de aulas. Havia várias
etapas, desde a elaboração do texto roteiro para a apresentação, o recorte das
molduras (cartolina, papel cartão), os desenhos... Já reciclávamos
material... Muitos conseguiam acetatos de radiografias, ou capas plásticas para
cadernos, e assim garantiam-se as transparências; muitas molduras eram feitas
com capas de cadernos velhos... A criatividade do pessoal era empolgante.
Músicas eram escolhidas como fundo das apresentações, e havia os casos em que
as músicas eram os temas...
Mas isso fica para outras
postagens.
Um abraço,
Prof.Gilberto
Talvez
seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/04/filme-o-ovo-da-serpente-uma-introducao.html antes de ler esta postagem:
No
início temos uma lenta cena em preto & branco... Pessoas de várias
idades caminham. Estão bem agasalhadas e muitas seguem cabisbaixas.
Vemos
Abel Rosenberg (David Carradine) chegando à estalagem onde vive com o irmão,
Max. É uma noite gelada... Dia 3 de novembro de 1923, um sábado.
Rosenberg caminha a passos errantes, está
embriagado. No salão das refeições vê que os demais hóspedes alemães cantam
animadamente enquanto comem e bebem. Ele recebe uma bandeja com as bebidas e os
pratos dele e de Max... Sobe para o quarto enquanto a cantoria prossegue. Ao
abrir a porta depara-se com o irmão morto sobre a cama. Max suicidou-se.
Na sequência Abel está no
distrito policial... Por ser manhã de domingo, o comissário demonstra irritação...
Abel não fala nada de alemão e tampouco Fräulein Dorst reconhecia palavras em inglês...
Ao policial, Rosenberg revela ter 35 anos e ser natural da Filadélfia. Esclarece sobre a procedência do pai imigrante da Latívia. Conta que ele, o
irmão e sua esposa Manuela chegaram a Berlim a pouco mais de um mês... Explica
que os três eram artistas circenses num número de trapézio, e que Max machucou
o pulso... O policial quer saber os motivos do suicídio do irmão de Abel e despeja uma
série de possibilidades... Abel é categórico ao afirmar que não sabe de nada.
O
moço conta que o irmão e Manuela não eram mais casados e que logo que o circo
os deixara partir, Manuela decidiu-se por trabalhar num cabaré... Mas ele mesmo
não conseguia entrar em contato com ela. Ao
verificar os documentos de Abel, o policial pergunta se este é judeu... Ele
responde afirmativamente... Depois pergunta sobre seus planos e diz que o
desemprego está alto na cidade. Despedem-se.
Na rua, Rosenberg é
reconhecido por Papa Hollinger, um dos diretores do circo... Ele pergunta sobre
Max e Manuela. Convida-o para beber e almoçar. Hollinger fala sobre a sua
presença em Berlim, onde procura por novas atrações, diz que a trupe estava em
Amsterdã, que o circo sente falta do trio... Diz
ainda que, como paga em dólar, pode contratar à vontade e lotar as casas de
espetáculo... De repente, abre um jornal e lê para Abel uma matéria que trata
de “tempos difíceis trazidos por judeus de todos os cantos”. O Ocidente corria
riscos, “sobretudo devido à influência de Lênin na Rússia”... E a
Alemanha, particularmente, já vinha sendo sacudida por bandos terroristas. Em tom alarmante, o
jornal sacudia seus leitores sobre a ameaça de, a qualquer momento, um “comitê bolchevique”
iniciar suas atividades em solo alemão...
O tipo interrompe a leitura
e oferece alguns bilhões de marcos ao amigo... O dinheiro alemão estava tão
desvalorizado, que com a quantia podia fazer-se bem pouco... Depois solicita
que Abel diga algo, já que ele permanecia em silêncio e bebendo
ininterruptamente. Rosenberg
diz apenas que não acredita em “bobagens políticas”, que os “judeus são tão
tolos como qualquer um”... Para ele, era tudo uma questão de proceder de modo
correto, sem “arrumar encrenca”. Sentenciou que este não era o seu gênero... Despede-se, pega o dinheiro, bebe o último
trago e segue para o encontro com Manuela.
Indicação (18 anos)
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/04/filme-o-ovo-da-serpente-abel-reencontra.html
Um abraço,
Prof.Gilberto
O trecho selecionado foi extraído de http://www.youtube.com/watch?v=s4HN5MCBQP0.
A pretensão é a de escrever sobre O Ovo da Serpente (1977), filme de
Ingmar Bergman.
Muitos
aí sabem do que se trata...
Assiste-se ao drama de Abel
Rosenberg (interpretado por David Carradine) e de Manuela (Liv Ullman) na
Berlim do final de 1923... Eles acabam se envolvendo num enredo marcado pela
crise econômica e falta de perspectivas dos alemães. São artistas circenses que
se afastaram da trupe em excursão
pela Europa...
Vemos
Manuela (que aparece no fragmento selecionado) desdobrando-se em diversas
atividades para sobreviver... Além de dançarina de cabaré, dedica-se a
atividades numa clínica pela manhã... Rosenberg está arrasado porque o parceiro
de trapézio, seu irmão Max, afastara-se das atividades devido a uma lesão no
punho... Desiludido, Abel passa a maior parte do
tempo bêbado. Tudo piora quando encontra o outro morto no quarto que dividem
numa estalagem. Sem ter a quem recorrer, Abel busca o apoio de Manuela, que é
ex-mulher de Max.
A
vida de Manuela, que já não era fácil, torna-se ainda mais atribulada quando passa a conviver com o cunhado... Não podemos dizer que a existência dele deixou de ser menos atormentada...
Mas
isso é assunto para outras postagens.
Indicação (18 anos)
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/04/filme-o-ovo-da-serpente-abel-percebe-se.html
Um abraço,
Prof.Gilberto
Estou postando aqui um e-mail que enviei à nova
coordenadora da EMEF Teodomiro em 4 de março com considerações sobre o Grêmio
Estudantil em nossa escola... Por se tratar de um texto muito extenso, dividi a
publicação em duas partes.
Como
a maioria aqui sabe, o processo está ocorrendo desde 2010 e no início do ano
passado tivemos a posse da diretoria (ver http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2011/03/gremio-na-emef-teodomiro.html e http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2011/04/posse-da-diretoria-eleita-gremio.html)... De certo modo, o
relato que apresentei a ela (e aos colegas que receberam cópia da mensagem) consegue
sintetizar o exercício desenvolvido em 2011, seus avanços e entraves. O relato pode
até passar uma “impressão pessimista”, mas a verdade é que a participação neste
início de ano está mais intensa e promissora. Vamos ver se prossigo atualizando informações sobre as atividades desse ano...
Segue o texto (II parte):
Este relato não consegue dar conta do
aprendizado que todos os envolvidos tiveram. Porém, normalmente, o que as
pessoas mais conseguem destacar são os pontos problemáticos e de falhas, isso sem
levarmos em consideração as opiniões dos que acham que “a escola não deve ter
Grêmio Estudantil”... No
dia seguinte à posse da Diretoria fui informado de ocorrência indisciplinar
grave de um dos membros. Fiquei indignado, decepcionado mesmo, principalmente
porque por ocasião da posse o diretor alertou-os sobre suas atitudes a partir
de então... Fui questionado sobre o que deveria ser feito em relação ao aluno. Sinceramente
não entendi, porque para mim é claro que ele deveria passar pelas sanções
previstas pelas normas de convivência regimentais da escola... Infelizmente o
episódio reforçou a ideia equivocada de que Grêmio Estudantil só traz baderna
aos ambientes da escola. Como se vê, o início das atividades não foi dos
melhores.
De fato, a escola tornou-se
mais barulhenta... O Grêmio tentou dar conta de uma das demandas da estudantada
em relação à “música no horário de intervalo”. A insatisfação de professores
foi notória, embora alguns vissem pontos positivos na experiência... De minha
parte, manifestei publicamente minha opinião contrária ao modo como a atividade
vinha sendo conduzida e enviei e-mail aos gremistas com cópias a colegas
professores... Imagino que o relacionamento com o Grêmio devesse ser de
diplomacia.
Os gremistas sofreram muitas críticas. Eles tentaram desenvolver
atividades esportivas e marcar presença em episódios como o do Dia das Crianças,
por exemplo. Tudo ocorreu de modo muito traumático para eles, principalmente
porque as coisas não aconteciam conforme planejavam... Sempre faltava algo; a
comunicação com os demais segmentos da escola foi deficitária; alguns gremistas
não suportaram as críticas sofridas e simplesmente abandonaram a diretoria,
isso acarretou concentração de tarefas e de pressão sobre a L. Layla, que é a
presidente em exercício.
Neste
mês deve ocorrer a organização das eleições para a constituição da nova
diretoria. Estou disposto a colaborar... Mas penso que o evento é compromisso
de toda a comunidade escolar. Não podemos conviver com o paradoxo de fazermos
proselitismo da Democracia, desenvolvermos estudos que têm por finalidade a
formação mais autônoma e, ao mesmo tempo, nos opormos à sua efetivação entre os
estudantes.
Então, no mínimo, podemos
depreender que o exercício satisfatório da entidade estudantil em nossa escola
não é fácil. Parece que uma combinação de eventos colabora para barrar o
processo... Não entendo por que o projeto da Imprensa Jovem acabou... É só um
exemplo, mas acho que ela faz muita falta...
Considero
que, se não fosse pela atuação do E. Palazzi valorizando todo esse exercício, e
pela abnegação da L. Layla, dificilmente estaríamos tratando desses assuntos.
Sinceramente, não fosse pela atuação deles, não me sentiria à vontade para
tratar sobre essas coisas em nossa escola.
Sou sincero ao manifestar a minha opinião. Acho
que devemos ter maturidade para compreender que é natural que os gremistas
cometam erros... Sabemos que o erro é construtivo porque com ele aprendemos...
Defendo o envolvimento de alunos gremistas em todos os projetos que tenham os estudantes
como atores principais (teatro, música, esporte, ecologia, culturais...). Acho
que não preciso enfatizar que a participação deles é um exercício político.
Finalizo
na esperança de ter colaborado para que você tenha ficado mais inteirada a
respeito dos questionamentos levantados sobre o Grêmio em nossa escola. Para
deixar claro que essa e outras discussões devem ser do interesse de todos,
estou encaminhando cópia dessa mensagem para professores que constam de minha
lista de contato.
Peço desculpas pela minha falta de síntese.
Um abraço,
Prof.Gilberto
Estou postando aqui um e-mail que enviei à nova
coordenadora da EMEF Teodomiro em 4 de março com considerações sobre o Grêmio
Estudantil em nossa escola... Por se tratar de um texto muito extenso, dividi a
publicação em duas partes.
Como
a maioria aqui sabe, o processo está ocorrendo desde 2010 e no início do ano
passado tivemos a posse da diretoria (ver http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2011/03/gremio-na-emef-teodomiro.html e http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2011/04/posse-da-diretoria-eleita-gremio.html)... De certo modo, o
relato que apresentei a ela (e aos colegas que receberam cópia da mensagem) consegue
sintetizar o exercício desenvolvido em 2011, seus avanços e entraves. O relato pode
até passar uma “impressão pessimista”, mas a verdade é que a participação neste
início de ano está mais intensa e promissora. Vamos ver se prossigo atualizando informações sobre as atividades desse ano...
Segue o texto (I parte):
Prezada
K,
Em resposta à sua pergunta sobre o Grêmio
Estudantil, sobre como está organizado e os encaminhamentos para este ano,
segue este breve histórico acerca sua instituição e atuação na escola.
Durante
o ano retrasado havia em nossa unidade a Imprensa
Jovem. Graças a ela, uma equipe de alunos participou de diversos eventos
internos e externos. Particularmente, penso que esses alunos vivenciaram
experiências que a maioria de nós jamais teve. Suas numerosas atividades estão
registradas na internet.
O gestor da época, que era o diretor E. Domingues, incentivou-os a
organizar o Grêmio e fui contatado para auxiliá-los. Não recusei prestar o
favor que me pediram porque, além de acreditar na importância do Grêmio para
uma formação mais cidadã, considerava que (de fato) aqueles alunos já exerciam
liderança e acumulavam experiência (podíamos vê-los em outras atividades
escolares, como a fanfarra, por exemplo). A minha participação se limitou à sua articulação e sobre a
implementação do Grêmio. Não é correto pensar que pertenço ao Grêmio ou que
seja o seu orientador. Na medida do possível, procurei atender aos convites que
me fizeram e participei de suas reuniões (que mais tarde tiveram suas datas
debatidas por ocasião da elaboração do calendário do ano passado).
Foi formada uma Comissão Pró-Grêmio que se constituía basicamente
daqueles alunos. Participei de todos os encontros. Em alguns deles também
estiveram presentes os professores João e Valmerílio. A ansiedade de alguns
alunos era intensa e, aos poucos, graças aos estudos que realizaram, conseguimos
que entendessem que o processo democrático é trabalhoso, envolve toda
comunidade estudantil e que não era porque constituíam a comissão que,
necessariamente, formariam também a diretoria eleita... O cuidado que a comissão
teve foi tal que no segundo semestre de 2010 decidiu “apenas” realizar
plenárias com os alunos a partir da “quarta série” em momentos diversos. O
Estatuto, embora pouco conhecido, foi apresentado e a comunidade estudantil
passou a ter certa noção do processo e a tomar ciência de que o Grêmio se
tornaria uma realidade.
O ano passado foi de
eleições em que três chapas concorreram. Houve campanha eleitoral e, apesar de
isso também ter sido objeto de muito planejamento, tivemos muitas reclamações... O pessoal da comissão venceu o pleito. É
claro que os meninos e as meninas esperavam desenvolver projetos e atender as
expectativas de seus pares. Quem já teve oportunidade de participar de reuniões
com eles sabe que suas intenções sempre foi a de representar os alunos e
contribuir como parceiros da escola.
Continua...
Um abraço,
Prof.Gilberto
Depois
de leitura e discussão com colegas do grupo de estudos da EMEF Teodomiro,
seguem algumas considerações acerca de itens específicos.
2.1 O exercício pedagógico deve propiciar a
construção de aprendizagens significativas. Para isso, devemos buscar a
superação da fragmentação entre das áreas de conhecimento.
>
As áreas de conhecimento se comunicam.
*
Em História – Deve-se levar em conta a contribuição das diferentes culturas e
etnias para formação do povo brasileiro.
> Lei 10639/03 – Requer
o trabalho em torno da temática da “História da África e dos africanos – a luta
dos negros no Brasil.”
> Uma das possibilidades
– desenvolvimento de projetos interdisciplinares.
2.2 A escola deve valorizar as experiências anteriores que os alunos
possuem e trazem para o seu cotidiano de aprendizado.
>
A aprendizagem significativa ocorre desde que os conceitos trabalhados
na escola tornem-se significativos na vida dos alunos.
> O aprendizado não se
restringe ao aspecto cognitivo. O conhecimento construído leva o educando a
interagir com o mundo. E leva em conta suas relações nele – interpessoais;
políticas; religiosas...
Sobre isso, o último
parágrafo da página 23 apresenta uma “síntese conclusiva.”
2.3
A reflexão sobre os conteúdos escolares nos remete a uma lista imensa. Já faz
um bom tempo que os planos de ensino apresentam “recortes dos conteúdos” mais
significativos para a formação.
Temos de levar em consideração as expectativas
de aprendizagem. Alguns critérios são importantes na definição/relação “recortes
de conteúdos” – expectativas de aprendizagem:
> Relevância social e cultural.
* Os conhecimentos acumulados socialmente e culturalmente
devem ser contemplados. Aí é importante ter clareza dos “conceitos,
procedimentos e atitudes” que são fundamentais à compreensão e engajamento dos
alunos em relação aos fatos de sua realidade social e cultural.
>
Relevância para a formação intelectual do aluno e
potencialidade para a construção de habilidades.
*
As expectativas têm (também) como finalidade a possibilidade de desenvolver as
habilidades, sobretudo as de investigar; estabelecer relações e argumentações;
justificar...
>
Potencialidade de estabelecimento de conexões interdisciplinares e
contextualizações.
> Acessibilidade e adequação aos interesses da faixa etária.
* Leva-se em conta a necessidade de tornar acessível aos alunos os
diversos “objetos trabalhados” no cotidiano escolar. Isso faz sentido na medida
em que o estudo deve despertar a atenção do aluno. Em relação a esses “objetos
trabalhados”, temos a esclarecer que nos remetem aos diversos gêneros textuais –
didáticos; documentais; jornalísticos; científicos; crônicas, e assim por
diante. Também não podemos
subestimar a capacidade dos alunos, imaginando que este ou aquele assunto é
muito difícil ou não apresentará nenhum interesse. Assim, devemos “tirar o
aluno da zona de conforto”, caracterizada pelos limites que o levam à
acomodação nos estudos.
Um abraço,
Prof.Gilberto