domingo, 2 de setembro de 2012

“A Moreninha”, de Joaquim Manuel Macedo – Série Reencontro – decepções amorosas de Augusto; explicando o seu amor platônico

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/08/a-moreninha-de-joaquim-manuel-macedo_31.html antes de ler esta postagem:

Augusto prosseguiu sua narrativa... Disse à dona Ana que depois de retornar à casa, relatou tudo o que se passou. Escreveu o melhor que pôde os detalhes... Cansou-se e dormiu pesadamente. Enquanto dormia, seu pai leu os papéis. Depois os dois conversaram, ele recebeu o perdão do pai, que aprovou a sua boa ação e o aconselhou a cuidar mais (e melhor) do escapulário do que cuidou do camafeu... Até onde Augusto sabia, o velho adoentado do casebre faleceu e que, em seus últimos momentos, ainda abençoou aquelas duas crianças que dirimiram o sofrimento de sua pobre família...
Sobre a garota encantadora e misteriosa, Augusto nunca mais ouviu falar... Nenhuma notícia... Então ela permaneceu “idealizada” em seus pensamentos... Referia-se a ela como a esposa que jamais teve, e provavelmente jamais teria...
Dona Ana quis saber, então, se o rapaz não havia abandonado aquela condição platônica... Tornara-se belo, então ela não acreditava que o moço sobrevivesse de um amor impossível... Ele respondeu que as decepções nos relacionamentos que vivenciou, todos marcados por interesses, alimentaram ainda mais seus sentimentos pela “criatura misteriosa”.
Na sequência, Augusto relatou sobre os desprezos de jovens pelas quais devotou sentimento sincero... Contou que quando contava 18 anos conheceu uma morena de 16 anos. A moça ria-se das cartas de amor que ele escrevia. Não demorou e ficou sabendo que ela o trocou por um senhor de 60 anos...
Depois se envolveu com uma loira pela qual se apaixonou perdidamente. Encontravam-se todos os sábados, e ela dizia estar apaixonada por ele... A moça era ciumenta e não permitia que Augusto faltasse aos encontros... Mas toda demonstração de afeto da moça não foi maior do que a decepção que ela provocou na ocasião em que a surpreendeu com outro rapaz num passeio de ocasião a falar sobre ele com desprezo. Ela dizia para o outro que Augusto era apenas um “pobre menino” com o qual se divertia nas horas vagas...
Os dois relatos de Augusto referiam-se a paixões por moças distintas, uma morena e outra loira... Confessou a dona Ana que jurou a si mesmo que não mais se relacionaria com morenas ou loiras... Então disse ter conhecido uma de tez pálida, por quem imaginou finalmente se apaixonar seriamente e ser correspondido com fidelidade...
Mas a relação que tivera com essa foi tão decepcionante que resolveu “declarar guerra ao amor”... Ele contou que cortejava a donzela, que o aguardava diariamente postada em sua janela. Um dia a moça explicou que romperia o namoro com um primo para permanecer com ele. Então combinaram um encontro na igreja de Santa Luzia. No dia combinado choveu demais sobre a cidade, mesmo assim Augusto compareceu ao local combinado... As celebrações começavam e terminavam, mas nada de a moça aparecer... O inusitado da situação ficou por conta de Augusto perceber que, assim como ele, outro jovem também esperava por alguém impacientemente... Não é que o rapaz era Jorge, o primo da moça que estava ali para um encontro com a também amada de Augusto? Embora a coincidência infeliz apresentasse a Augusto um novo amigo, levou-o a desacreditar ainda mais no amor.
Depois dessas lamúrias, Augusto ainda recitou uma composição que uma senhora cantou em certa ocasião ao ouvir os lamentos do rapaz... Ele finalizou dizendo que após tantas decepções, fincou fé no escapulário que mantinha junto a si para lembrar-se de sua querida amiga, sua mulher idealizada... Depois de dizer isso, ouviu novo ruído que vinha de fora da gruta... Porém, ao verificar notou que se tratava novamente de Carolina, dessa vez entretida com uma borboleta, apenas isso.
Dona Ana ouviu com paciência e interesse a narrativa do jovem Augusto... Na sequência ela decidiu contar-lhe a história daquela antiga gruta.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/09/a-moreninha-de-joaquim-manuel-macedo_8.html
Leia: A Moreninha. Série Reencontro – Literatura. Editora Scipione.

Um abraço,
Prof.Gilberto

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