sexta-feira, 31 de agosto de 2012

“A Moreninha”, de Joaquim Manuel Macedo – Série Reencontro – Augusto conta a d. Ana sobre a misteriosa garota (sua paixão) que conheceu aos treze anos; a troca dos escapulários no casebre de um pobre adoentado

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/08/a-moreninha-de-joaquim-manuel-macedo_30.html antes de ler esta postagem:

Augusto contou que a amiguinha perguntou-lhe se a achava bonita ou feia... Nem pensava sobre essas coisas, mas respondeu que era muito bonita... A garotinha disparou que quando crescessem se casariam... Ele concordou... A menina manifestou sua admiração pela pele rosada e cabelos louros de Augusto...
Conversavam sobre essas inocências quando foram “despertados” pelo choro de um garoto que caminhava aos prantos na direção deles... Quiseram saber o que se passava e o menino disse que vivia numa casinha a pequena distância dali, e que o pai estava acamado e muito doente... Os três seguiram à casa do garoto... Neste ponto, Augusto descreve um cenário que jamais conhecera, de extrema pobreza e sofrimento... O homem doente estava acamado e cercado por sua velha mãe e pelos seus três filhos magros e malvestidos... O pai do menino estava mesmo muito mal. Tão triste cena levou-os ao choro.
O adoentado quis saber quem eram os que acabaram de chegar... Augusto e a amiga quiseram saber o que ele tinha. A mãe do homem disse que a dificuldade dele era saber que a família morreria de pobreza e fome... É claro que as duas crianças de famílias abastadas se espantaram, pois não imaginavam que alguém pudesse morrer de fome... Augusto lembrou que no mesmo instante a amiga tirou uma moeda de ouro do seu avental e entregou à pobre velha... A garota disse que o padrinho havia dado a ela, mas a oferecia para aquela família porque passavam necessidade... Instintivamente, Augusto também entregou uma nota que trazia consigo... A mulher e seus netos abraçaram as duas crianças... O adoentado insistiu querendo saber quem eram aqueles dois...
A amiguinha de Augusto respondeu apenas que eram duas crianças... O velho disse que se eram dois anjos que ali chegaram... Quis saber se eram irmãos e a menina disse que Augusto era seu marido... O doente disse que desejava que Deus realizasse o desejo daquelas crianças... Depois de beber um pouco de água, um tanto delirante, prosseguiu dizendo que os “via” casados no futuro. Com esforço, alcançou dois escapulários numa gaveta e os entregou à mãe.
Ele pediu que a velha senhora descosturasse os escapulários... Perguntou ao pequeno Augusto o que ele teria a oferecer naquele momento à pequena amiga... Augusto seguiu contando à dona Ana que, naquela ocasião, carregava um camafeu que ganhara do pai... O homem entregou o camafeu à mãe e pediu para ela costurar o escapulário branco com o camafeu dentro... Depois ele perguntou à menina o que ela trazia que pudesse ser ofertado a Augusto... Ela entregou um botão de esmeralda de sua blusa. O homem procedeu do mesmo modo, pedindo que sua mãe costurasse o escapulário verde com o botão de esmeralda... Os escapulários foram trocados e cada um colocou o que ganhou no pescoço. O homem adoentado, então, disse a Augusto e à sua amiga (que sequer sabia o nome): “Ide meus meninos, crescei e sede felizes”.
Os dois deixaram o casebre e combinaram o que diriam aos pais sobre os objetos que acabaram trocando... O tempo que permaneceram longe da família alongou-se, então deviam seguir rápido para casa... Antes, porém, prometeram manter seus escapulários escondidos. Trocaram juras a esse respeito... Aguardariam a idade adequada para se casarem.
Tudo isso Augusto contou à senhora dona Ana na gruta... De fato, uma história de “prender a atenção”. De repente ele ouviu um ruído que vinha de fora... Mas ao verificar, notou apenas a pequena Carolina encostada e pensativa... Depois disso, Augusto retornou à sua narrativa.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/09/a-moreninha-de-joaquim-manuel-macedo.html
Leia: A Moreninha. Série Reencontro – Literatura. Editora Scipione.

Um abraço,
Prof.Gilberto

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