Talvez
seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/10/a-invencao-de-hugo-cabret-de-brian_15.html antes de ler esta postagem:
Na outra manhã, o
menino Cabret aguardou o momento do velho lojista de brinquedos abrir a loja...
Ele se aproximou e o velho Georges disse que esperava mesmo vê-lo. Mostrou que
tinha consigo um lenço amarrado fazendo um embrulho. Lembrando-se da conversa
que tivera com a menina Isabelle, Hugo ficou esperançoso de reaver o seu
caderno ali. Mas quando o velho desatou o lenço, o menino viu que só havia cinzas
em seu interior... Ele via que seu objetivo de consertar o autômato, e conhecer
a mensagem que (talvez) o pai deixara, estava ruindo. O menino Cabret tentou
agredir o velho, mas foi agarrado pelo braço... O velho Georges quis saber por
que ele insistia tanto em querer o caderno de volta... Demonstrando
agressividade, e ao mesmo tempo emoção, quase chorando, exigiu que Hugo se
retirasse dali para encerrar de vez aquela situação... Hugo secou suas
lágrimas, virou-se e correu para bem longe dali.
Hugo
pensou sinceramente em se entregar ao inspetor da estação e desistir de tudo...
Mas resolveu conferir os relógios... Fez o seu trabalho e retornou para junto
do boneco... Não teve uma noite de sono tranquila porque sua mente insistia em
pesadelos... Despertava e pensava no pai... Adormecia e sonhava com
incêndios... Acordou e fez desenhos de máquinas, engrenagens e do boneco...
Guardou os desenhos embaixo da cama e, enfim, conseguiu dormir.
De
manhã recolheu algumas moedas... Normalmente as encontrava perdidas pela
estação... Decidiu tomar um café na cafeteria. Aliás, era assim mesmo que o
menino ia se virando em sua orfandade solitária... Recolhia roupas no depósito
de “achados e perdidos”, procurava pães amanhecidos em lixeiras... É certo que
quando conseguia chegar à cafeteria bem cedo, quando o estabelecimento estava
ainda fechado, apropriava-se de garrafas de leite e pães que eram deixados à
porta.
Voltando
aos episódios daquela manhã, é preciso destacar que enquanto tomava café e
observava o movimento das pessoas apressadas, o menino notou que tinham deixado
um bilhete sobre a mesa que estava ocupando... No papel ele leu que o estavam
convidando para um encontro “na livraria do outro lado da estação”... E mais: o
bilhete informava que o caderno dele não havia sido queimado.
É
claro que o bilhete só podia ter sido deixado pela menina Isabelle... Hugo
animou-se e, esperançoso, seguiu para a livraria. O nome da loja era R. Labisse, livraria que negociava “novos
e usados”. Ele nunca havia entrado naquele estabelecimento, mas a atmosfera
local o fez lembrar-se da escola e de dois amigos, Antoine e Louis...
Lembrou-se que Antoine o chamava de tique-taque porque Hugo sempre tinha alguma
engrenagem de relógio nos bolsos... As brincadeiras da escola vieram à mente do
menino, e ele pensou se os amigos, que fingiam ser irmãos, se lembravam dele... Os
livros do lugar também trouxeram à sua lembrança as leituras que o pai fazia
para ele antes de dormir... Lembrou-se que eram histórias de Júlio Verne e contos
de Hans Christian Andersen...
Por trás de um amontoado de livros apareceu a
menina. Eles conversaram sem preliminares. Ela foi dizendo que o tio ainda
estava com o caderno. Hugo mostrou que não acreditava nela, já que não tinha
como confirmar se estava falando a verdade... Depois quis saber por que ela se
dispôs a falar com ele e ajudá-lo... A menina disse que estava curiosa para
saber o conteúdo do caderno... Quando Hugo respondeu que ela não saberia porque
tratava-se de um segredo, Isabelle mostrou-se ainda mais interessada. Na
sequência, ela dirigiu-se ao senhor Labisse, e disse que estava levando um livro
sobre fotografia e que depois o devolveria... Saiu da loja, deixando Hugo para
trás...
O
menino Cabret decidiu ir à loja de brinquedos... O velho Georges quis saber o
que ele fazia ali, então o garoto disparou que não acreditava que ele havia
queimado o caderno... O lojista demonstrou certo espanto com a afirmação, mas
respondeu que não dava a mínima importância para o que ele pensava... Disse
ainda que Hugo não deveria ter voltado à loja e que o melhor que tinha a fazer
era retirar-se.
O
rapaz não tinha certeza sobre a sinceridade da menina. Mas depois que deixou a
loja, voltou a pensar ainda mais no boneco... Produziu muitos outros desenhos e
agarrou-se à missão de reconstruí-lo... Decidiu que faria constantes visitas à
loja do senhor Georges e que o incomodaria... E foi isso mesmo o que fez... No
terceiro dia consecutivo de aparição, o velho chegou até o menino com uma
vassoura nas mãos... O menino Cabret temeu levar uma surra, mas para a sua
surpresa o lojista disse apenas que o menino podia ser útil em algo...
Depois
de varrer a loja, Hugo pediu o seu caderno. Mas em vez disso, Georges entregou-lhe
algumas moedas e solicitou que fosse buscar café e croissants para os dois... O
rapaz fez o que havia sido pedido... Os dois se alimentaram juntos e
silenciosamente... Então o velho Georges foi até o balcão e trouxe de lá o
ratinho azul de brinquedo que Hugo havia quebrado na ocasião em que fora
flagrado pelo velho. Ele arranjou umas ferramentas e pediu que o menino
consertasse o brinquedo.
Algumas
ilustrações preenchem as próximas páginas... E assim vemos que, com habilidade,
o menino Cabret recolocou o brinquedo em funcionamento... Georges observou
atentamente o conserto realizado e disse que sabia que o menino devia mesmo ter
alguma habilidade. Na sequência quis saber por que o rapaz tinha chegado à loja
dele e o que significavam os desenhos do caderno. O garoto disse que só falaria
se tivesse o caderno de volta. Então o lojista falou que o menino não teria
certeza de que o caderno ainda estivesse intacto... Mas propôs a ele que trabalhasse diariamente na loja como forma de
pagar pelos prejuízos provocados e assim, quem sabe, receber o caderno de volta
em ocasião que o velho o julgasse merecedor... Hugo disse que já possuía um
emprego (o de inspecionar os relógios, mas é claro que não contou sobre isso)... Georges imaginou que o trabalho do garoto era “roubar”... Enfim Hugo
combinou que apareceria quando pudesse... O velho exigiu sua presença já no dia
seguinte.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/10/a-invencao-de-hugo-cabret-de-brian_21.html
Leia:
A invenção de Hugo Cabret. Edições SM.
Um abraço,
Prof.Gilberto