Pela manhã, o menino Cabret fez o seu trabalho percorrendo os relógios de sempre... Depois, conforme havia combinado, apareceu na loja do senhor Georges... Varreu o chão, consertou brinquedos e organizou as prateleiras. Conforme executava suas tarefas, encontrava muitas peças de brinquedos, motores pequenos e ferragens diversas, mas não ousou pegar nenhuma, embora imaginasse que, se conseguisse o caderno de volta, precisaria de alguns objetos daqueles.
Enquanto o menino trabalhava, o lojista passava o tempo jogando cartas. Hugo via que ele era bem habilidoso com elas, manipulando-as como se fosse um mágico, as cartas “flutuavam” no ar... Passado algum tempo, o garoto chegou perto do velho e pediu que ele ensinasse aqueles truques de abrir as cartas em leque e fazê-las “dançar”... Georges não gostou daquela interrupção, mas exibiu-se brevemente... Disse que estava jogando “paciência” e que nem se dava conta daqueles gestos, para ele, naturais...
Hugo
voltou a lidar com a organização da loja... O velho Georges tanto brincou com
as cartas que acabou adormecendo. De repente, o garoto sentiu que o tocavam no
ombro... Era a menina que pediu que a encontrasse em dez minutos na livraria.
Ela saiu rapidamente porque o tio não a queria ali.Depois, na livraria, Isabelle disse que estava à procura do caderno... Hugo respondeu que se ela o encontrasse não deveria abri-lo, porém ela falou que sua intenção era conhecer o conteúdo do caderno. Ele foi resoluto e falou que, sendo assim, ela não precisava procurar mais. A garota se demonstrou chateada porque estava disposta a ajudá-lo, mas ele guardava segredos... O menino sabia que estava em situação de quem depende da ajuda dos outros, então retrocedeu e concordou que ela continuasse procurando... E se o caderno fosse encontrado aberto ou se abrisse ao cair? Ela disse que não poderia evitar...
De repente um conhecido de Isabelle entrou na livraria... Era Etienne, um jovem que usava um tapa-olho, e a cumprimentou pelo nome. É nesse momento que Hugo fica sabendo como ela se chama. E é nesse momento que ela fica sabendo o nome dele porque teve de apresentá-lo a Etienne. Ela contou a Hugo que o moço trabalhava no cinema perto de sua casa e que a deixava entrar escondida na sala... A menina protestou dizendo que o tio Georges nunca a deixava ir ao cinema... Etienne quis saber de Hugo se ele também gostava de cinema. O menino respondeu que o pai sempre o levava no dia de seu aniversário... Isabelle perguntou sobre que filme ele já havia visto e o garoto respondeu que o último tinha sido um em que um homem fica pendurado nos ponteiros de um grande relógio. Ela esclareceu que o filme ao qual ele se referia é O homem mosca... E mostrando que é "inteirada", completou dizendo que o filme é estrelado por Harold Lloyd. Uma bela ilustração de duas páginas mostra a cena que Hugo havia citado...
Etienne estava se despedindo e contou que ficaria uns dias fora, mas na semana seguinte as crianças poderiam ir ao cinema e ele permitiria a entrada de ambos.
Hugo lembrou-se de conversa em que o pai contou-lhe sobre um filme que assistiu quando ainda era um garoto e o cinema era ainda uma novidade... Seu pai ficara muito impressionado, como se tivesse visto na tela “sonhos” que temos quando dormimos. Essas reflexões o deixaram um pouco apreensivo, mas ele não resistiu e acabou prometendo que apareceria para a sessão de cinema.
Isabelle pegou um livro, Mitologia Grega, e preparava para se retirar... Hugo tentou lembrá-la mais uma vez de que não devia abrir o livro, mas ela saiu rapidamente. Etienne ainda permanecia na loja, pois procurava por um livro... Hugo decidiu continuar por ali, já que o ambiente era tranquilo e aquecido, além disso, os livros chamavam-lhe a atenção... Uma série de ilustrações e vemos o garoto em meio a estantes abarrotadas... Até que ele depositou a mão sobre um exemplar, o Manual prático de magia com cartas e outras ilusões. Hugo folheou o livro e percebeu que ele ensinava várias manobras com cartas, além de disfarces e truques espetaculares... O interesse do menino era saber se o livro tratava de autômatos... Mesmo percebendo que não havia nada sobre o assunto, o menino Cabret quis o livro para si e foi saindo da loja...
Antes que conseguisse seu intento, Hugo foi chamado por Etienne, que se aproximou e retirou-lhe o livro... Perguntou ao garoto sobre o que ele achava que havia sob o seu tapa-olho... Embaraçado, Hugo respondeu que devia ser o olho... Etienne explicou que quando era garoto feriu-se com fogos de artifícios e perdeu o olho direito... Disse isso e retirou uma moeda do tapa-olho para o menino pagar o livro que o interessava, explicou que aquele era “o único truque que conhecia”...
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/10/a-invencao-de-hugo-cabret-de-brian_24.html
Leia: A invenção de Hugo Cabret. Edições SM.
Um abraço,
Prof.Gilberto
