quarta-feira, 24 de outubro de 2012

“A invenção de Hugo Cabret”, de Brian Selznick – Hugo faz progressos no conserto do autômato; ele e Isabelle vão ao cinema e assistem “O Milhão”; a menina fala sobre o cinema da década de 1930; o menino mostra por interesse por uma chave que ela possui

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/10/a-invencao-de-hugo-cabret-de-brian_21.html antes de ler esta postagem:

Depois de ter feito a inspeção nos relógios, Hugo passou a noite lendo o livro de mágica que havia adquirido honestamente graças a Etienne. O assunto o interessava tanto que o esgotou em pouco tempo. Conforme lia, treinava os truques com o seu baralho... Parou de ler para pensar em Isabelle, recordou que ela o chamara de amigo quando fez sua apresentação a Etienne. Ficou pensando nisso e na intenção dela em ajudá-lo a recuperar o caderno... Concluiu que não poderia ser amigo dela porque guardava segredos, e com os antigos amigos da escola (Antoine e Louis) não era assim.
Depois o menino Cabret retirou o boneco mecânico do esconderijo na parede e o colocou no centro do quarto. Observou com atenção um pequeno detalhe do braço, verificou algumas peças e notou que podia fazer um encaixe... Era como um quebra-cabeça... Fez ajustes com suas ferramentas e conseguiu montar o acessório. Gostou do resultado e notou que havia feito tudo sem a ajuda dos desenhos do caderno. Então, pensou, talvez conseguisse fazer o autômato funcionar sem precisar da colaboração de Isabelle... Talvez nem precisasse se submeter às tarefas na loja de Georges... Talvez o caderno nem existisse mais... Estava juntando algumas pequenas peças que recolhia na loja, então deveria continuar tentando!
A semana inteira foi de muito trabalho para ele, ainda mais porque depois de suas tarefas ordinárias nos relógios e na loja, mantinha-se acordado até quase o amanhecer trabalhando no boneco... Enfim chegou o dia de encontrar-se com Isabelle e Etienne para a sessão de cinema. Conseguiu a permissão de Georges para uma saída e seguiu para os fundos do prédio onde funcionava o cinema. Isabelle já se encontrava ali... Tiveram tempo para uma conversa em que Hugo ficou sabendo que a menina desconfiava saber de um lugar onde o tio poderia ter escondido o caderno... Ele quis saber por que o velho não a deixava ir ao cinema e ela respondeu que talvez ele imaginasse que aquilo fosse “perda de tempo”... Isabelle fez uma referência à sua família destacando, de passagem, não ter pai e mãe, mas Hugo não se mostrou disposto a falar sobre isso... A garota disse que os pais morreram quando ela era ainda bebê e o tio Georges e a tia Jeanne, que eram seus padrinhos, a criaram.
Como Etienne não aparecia, Hugo foi para a frente do cinema e o gerente logo perguntou-lhe o que queria ali. Sem saber o que dizer, o menino Cabret respondeu que estava à procura de Etienne, e foi descrevendo-o e dando detalhes de seu tapa-olho... O gerente disse que tinha acabado de demitir o moço porque ele permitia a entrada de crianças escondidas no cinema. Hugo voltou rapidamente para junto de Isabelle e contou o que havia ouvido. A garota decidiu que os dois entrariam na sala de qualquer forma... Com um grampo para cabelos conseguiu abrir a fechadura da porta de acesso. O menino ficou espantado com a destreza da outra, que afirmou ter aprendido o truque em livros. Entraram e observaram cartazes informativos sobre os filmes e rapidamente se acomodaram em cadeiras da sala porque notaram que o gerente podia pegá-los no saguão.
Na sequência vemos algumas ilustrações que mostram o início da projeção... A escuridão, uma grande cortina se abre e, enfim, luz... Antes do filme, foi exibido um noticiário no qual se destacava a depressão econômica que tivera início nos Estados Unidos há pouco tempo; uma exposição internacional que se iniciaria em Paris; e matéria sobre a situação política na Alemanha... Depois foi a vez de um desenho animado chamado A relojoaria... Hugo divertiu-se e lembrou-se do pai ao assistir à animação que começava com um velho acendendo lampiões de uma rua... Ao som de música clássica, relógios dançavam na relojoaria... A música se tornava mais agitada e, com ela, o “ânimo” dos relógios. Dois despertadores se confrontavam até o encerramento do desenho... Novamente as cortinas se fecharam e o menino conseguia deduzir os movimentos do projecionista trocando os rolos... Então assistiram ao filme O milhão, do diretor René Clair. A síntese apresentada no livro revela uma trama que envolve “um artista, um bilhete de loteria perdido, um criminoso, um casaco emprestado e um cantor de ópera”... A empolgação de Hugo ficou por conta das cenas de perseguição...
O filme terminou, as pessoas se retiraram, mas as duas crianças permaneceram extasiadas em suas cadeiras. Então foram facilmente flagradas pelo gerente que, irritadíssimo, agarrou-as pelos colarinhos e as arrastou até atirá-las para fora do cinema... Os dois correram para longe, passaram a caminhar e conversaram mais sobre cinema... Isabelle falou de suas preferências e destacou o ator Tom Mix, dos filmes de caubói... Também Louise Brooks era uma de suas atrizes preferidas... Tanto é que cortava o cabelo para imitá-la. A garota conseguia falar de muitos assuntos porque os filmes que assistira até então haviam sido marcantes para ela... Então seguiu falando de Charlie Chaplin, Jean Renoir e Buster Keaton. Ela sabia tanto sobre filmes que o menino Cabret se acanhou e nada falou, apenas ouviu.
Na estação, Hugo puxou o braço de Isabelle na intenção de se esconderem... É que ele havia avistado o inspetor concentrado na observação do relógio principal e fazendo registros num bloco de notas... Várias preocupações vieram à sua mente, principalmente a possibilidade de ele ter descoberto que o tio Claude não estava em serviço, ou que havia algo de errado com os relógios... Imaginou que sua ida ao cinema teria prejudicado a vistoria dos equipamentos. É claro que a menina quis saber por que ele havia mudado tão bruscamente o seu comportamento, mas, absorto em seus pensamentos, ele procurava se afastar da posição onde o inspetor se encontrava... Enquanto concluía que deveria voltar ao seu quarto e verificar os relógios, Isabella perguntava sobre onde ele morava e quem eram os seus pais... Reclamava que ele sabia tudo sobre ela... De repente Hugo largou-a e saiu em disparada pela estação em meio ao movimento dos usuários.
Uma série de ilustrações nos levam a entender que a menina tentou alcançá-lo, mas, desnorteada, chocou-se contra as pessoas e caiu. Aparentemente bateu a cabeça contra uma coluna. À distância o menino Cabret viu o esforço de Isabelle... As ilustrações destacam uma chave que a menina trazia como se fosse um pingente  preso a uma correntinha... O menino voltou para socorrê-la e observou com muita atenção a chave, que ela tratou de esconder sob o vestido... Ele quis saber onde ela a conseguiu; ela quis saber onde ele morava... Nada disseram a respeito disso... Isabelle saiu em disparada e Hugo a seguiu até o café... Os dois se acomodaram. Isabelle perguntou por que ele se interessou pela chave... Em vez de responder, perguntou (mais uma vez) onde ela havia conseguido. Nenhum dos dois respondeu... O apito de uma locomotiva tomou conta do ambiente e as crianças foram expulsas do café... Cada uma tomou o seu rumo.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/10/a-invencao-de-hugo-cabret-de-brian_27.html
Leia: A invenção de Hugo Cabret. Edições SM.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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