domingo, 17 de fevereiro de 2013

“Ei! Tem alguém aí?”, de Jostein Gaarder – os amigos falam sobre suas semelhanças; sobre olfato, paladar e tato; as “vantagens” que as espécies têm em sua luta por sobrevivência

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/02/ei-tem-alguem-ai-de-jostein-gaarder_13.html antes de ler esta postagem:

Depois das importantes revelações que Mika fez sobre o seu planeta e a vida que nele se desenvolvia, sua conversa com Joakim girou em torno das semelhanças e diferenças entre os dois... Joakim refletiu sobre os mumbos de Eljo e comparou com a realidade terráquea... Fez considerações sobre o meteorito que teria atingido o nosso planeta há milhões de anos (o episódio pode ser comparado à chance que “uma pessoa tem de ganhar na loteria apostando em números sequenciais”) e que resultou na extinção dos dinossauros. Não fosse isso e o planeta teria outro tipo de configuração... Talvez a espécie dominante fosse o resultado da evolução direta dos dinossauros, como acontece em Eljo... Mas as alterações que o planeta sofreu foram desfavoráveis àqueles animais, e é por isso que os primeiros a pisarem na superfície da Lua foram mamíferos...
Mika mostrava satisfação, abanava as mãos e chupava o polegar... Concluiu que conhecer outro planeta ajuda a entender melhor o próprio planeta de origem. Então passou a relatar vantagens e desvantagens que os lugares apresentam, além disso, relacionou o tipo de habilidade que se requer perante cada situação... Locais montanhosos requerem as habilidades alpinistas; nas planícies é importante saber correr bem... Onde há muitos predadores não é interessante possuir “carne apetitosa”, nesses casos é preferível “ser venenoso”... Finalizou dizendo que possuir inteligência é o principal... Inteligência é um atributo que se deve à evolução e, graças a ela, podemos superar dificuldades.
Joakim concordou com as palavras de Mika, que questionou se a vida não está evoluindo na mesma direção nos planetas. Os dois concordavam que se pareciam muito e não conseguiam explicar os motivos de tanta semelhança. Mika ressaltou que a tarefa dos humanos da Terra e dos mumbos de Eljo era “levar a espécie adiante”... Então necessitavam de alimento e calor, precisavam se desenvolver, crescer e procriar.
O diálogo prosseguiu destacando dificuldades que as duas espécies enfrentavam, as habilidades e sentidos que desenvolveram... E assim era possível notarem as semelhanças que possuíam. Perceberam que tinham conhecer o gosto dos alimentos e que ambos possuíam língua. Em sua carta à pequena Camila, Joakim destaca o quanto é maravilhoso poder sentir o gosto, provar e saborear...
O menino Mika colocava e tirava o polegar na boca a cada reflexão que fazia sobre as semelhanças entre os dois... Destacou a importância do olfato para distinguir o cheiro das coisas... Lembrou que muitos animais têm olfato privilegiado capaz de detectar a presença de predadores ou farejar comidas a longas distâncias... Joakim conferiu que os dois tinham nariz e lembrou uma ocasião em que estava no barco com a família e foi o primeiro a sentir cheiro de gasolina que vazava do motor e, graças a isso, evitou um acidente... Destacando a maravilha que é o sentido do olfato, Joakim se lembrou também da ocasião em que estava junto aos pés de groselha e que sentiu o cheiro de bolo que exalava da longínqua cozinha... Destacou que chegou em casa antecipando que queria bolo (por que não pão ou waffle?)... Inexplicável e maravilhoso processo que se desenvolve em nossos cérebros...
Os dois refletiam sobre o fato de a possibilidade de terem órgãos de sentidos ser muito valiosa... Tanto para os terráqueos quanto para os mumbos de Eljo... Mas consideravam que podiam não sentir cheiros e gostos da mesma maneira... Podia ser que aquilo que era bom e agradável para Joakim, não fosse tão agradável (ou até venenoso) para Mika. Concluíram que a vida evoluiu de modos diferentes nos dois planetas, mas podia ser que em alguns casos o resultado da evolução fosse muito parecido... Mika notou que os da espécie de Joakim têm pele cobrindo o corpo assim como acontecia com os mumbos de Eljo... Enquanto acariciava um tufo de grama entre as pedras, destacou que a pele é importante porque permite perceber a textura do que é tocado... O tato leva-nos a recuar quando sentimos que o calor excessivo ou espinhos de certas plantas (por exemplo) representam alguma ameaça... As extremidades dos nervos enviam mensagem ao cérebro assim que esse contato se torna iminente, e então nos afastamos do perigo.
Retirando os dedos da grama, Mika mostrou a perfuração feita pelo anzol e destacou que poderia ser pior... Foi graças aos nervos nas pontas dos dedos que ele reagiu imediatamente à pontada do anzol... Concluiu que o sentido do tato deve ser uma vantagem em qualquer parte do universo. E dessa vez foi Joakim quem disse que ali estava outra semelhança entre eles. Mika completou que sentir cócegas na nuca era gostoso...
O menino de Eljo observou e mostrou as gaivotas que gritavam... Perguntou por que agiam daquela forma. Joakim falou que talvez estivessem comunicando umas às outras sobre onde encontrar alimento... Mika ressaltou a importância de poder ouvir... Poder ouvir à distância a aproximação de uma ameaça é muito importante. Poder gritar para alertar as pessoas que gostamos (como os irmãos mais novos) sobre perigos que estejam correndo é digno de louvor, mas é claro que precisamos ouvidos para escutar... Joakim destacou que, assim como ele, Mika também possuía dois ouvidos... Perguntou se apenas um não seria suficiente... O menino do espaço fez a reverência e disse que com os dois ouvidos temos uma melhor noção da posição de onde originam os sons que ouvimos e, assim, podemos escapar com mais eficiência de perigos que nos ameaçam.
Joakim observou os ouvidos de Mika e mais uma vez enfatizou a semelhança entre ambos... Silenciaram... Ouviam as gaivotas e as ondas batendo nas rochas.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/02/ei-tem-alguem-ai-de-jostein-gaarder_24.html
Leia: Ei! Tem alguém aí? Companhia das Letrinhas.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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