terça-feira, 26 de março de 2013

“Símon Bolívar”, de Gabriela Pellegrino Soares, em “Coleção Fundadores da América Latina”, coordenada por Maria Ligia Coelho Prado – Francisco Miranda e sua trajetória revolucionária; a Junta Governativa e a independência de 1811; reação e “Segunda República”

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/03/simon-bolivar-de-gabriela-pellegrino_25.html antes de ler esta postagem:

No mesmo ano que Napoleão decretou o Bloqueio Continental (1806) contra a Inglaterra, a Venezuela passou por duas insurreições lideradas por Francisco Miranda... Elas deram em fracasso... Francisco Miranda era um venezuelano que desde cedo se envolveu em eventos revolucionários e políticos em várias partes do mundo. A lista de episódios dos quais participou não é pequena: independência dos Estados Unidos; conflitos revolucionários na Rússia ao tempo de Catarina II; como general entre os girondinos franceses...
Voltando ao contexto de 1810... Madri foi tomada pelas tropas francesas. Ocorreu a resistência... Na América, os cabildos demonstraram lealdade a Fernando VII. Tanto é que em Caracas formou-se uma Junta que governou em nome dele... Essa reação deu-se a 19 de abril de 1810.
Por essa ocasião Símon Bolívar estava em San Mateo, onde exercia a função de juiz principal de Yare e cuidava dos negócios da família. A Junta de Caracas solicitou seus préstimos... E foi assim que partiu com Andrés Bello para Londres numa missão que envolvia assuntos de economia. Foi na Inglaterra que Bolívar entrou em contato com Miranda. O velho revolucionário estava em busca de apoio de Willian Pitt, primeiro ministro britânico, para as lutas de libertação das colônias espanholas na América...
Bolívar foi conquistado pelos ideais e engajamento de Miranda... Aos poucos os seus anseios por independência tornaram-se mais fortes. Na “Junta Governativa das Províncias da Venezuela” não havia esse consenso... A emancipação em relação ao império espanhol gerava insegurança... E Miranda nem era bem visto pelos pares de Bolívar...
Mas a Junta de Governo acabou declarando a independência, que se deu a 5 de julho de 1811. Um triunvirato havia sido nomeado (Cristóbal Mendoza, Juan de Escalona e Baltasar Padrón)... A ideia de Bolívar de elevar Miranda à condição de líder do movimento emancipacionista foi aprovada. Para que isso se tornasse realidade a atuação da Sociedade Patriótica (influenciada pelos dois) foi de fundamental importância.
Porém a independência do 5 de julho não efetivou a emancipação que se esperava. Nas diversas províncias houve fortes reações contra o sistema federativo e a ideia do triunvirato (com a rotatividade do exercício do poder entre os três membros) também não era aceita... As críticas vinham de todas as partes... Os clérigos associaram um terremoto que ocorreu na sexta-feira santa de 1812 às mudanças radicais que tomaram palco em Caracas... A catástrofe, diziam, “só podia ser castigo divino”. De qualquer modo, o terremoto prejudicou principalmente as áreas controladas por rebeldes... Isso favoreceu a reação.
Havia muitos que se posicionavam contra a emancipação. Entre esses estavam os que esperavam a restauração de Fernando VII. O espanhol Domingo Monteverde, capitão da Marinha, liderou os descontentes e conseguiu prender Miranda... A primeira República da Venezuela teve duração de apenas um ano... Os republicanos, com a aprovação de Bolívar, entregaram Miranda a Monteverde, que o enviou para a Espanha... Em 1816 Miranda morreu na prisão.
Houve repressão... Bolívar conseguiu se retirar (graças a um salvo-conduto) do cenário que lhe era muito desfavorável... Seguiu para Curaçao e depois para Cartagena, no Vice-Reino de Nova Granada... Foi lá que Bolívar procurou reverter a condição adversa dos emancipacionistas republicanos. Organizou um pequeno exército para retomar Caracas... E no dia 7 de agosto de 1813 foi isso mesmo o que aconteceu... O episódio de sua entrada na capital marca o início da “Segunda República Venezuelana”.
Mas as divisões permaneciam. De um lado estavam os realistas, do outro estavam os revolucionários... Os criollos apoiavam Bolívar... José Tomás Boves, um realista, conseguiu aglutinar as ansiedades de mestiços, que chegaram a invadir Caracas e provocaram a fuga aterrorizada da população...
Como se vê, a concretização da causa emancipacionista era tarefa das mais complexas.
Continua em https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2013/03/simon-bolivar-de-gabriela-pellegrino_28.html
Leia: Simón Bolívar. Fundação Memorial da América Latina.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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