Talvez
seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/03/simon-bolivar-de-gabriela-pellegrino_26.html antes de ler esta
postagem:
A situação de nítida divisão dos venezuelanos
sobre os rumos da emancipação levou Bolívar novamente ao Vice-Reino de Nova
Granada. Ali buscou efetivar a adesão para a causa independentista... Ocorre
que em Bogotá, Cartagena e outras cidades importantes, a situação era a mesma
da Venezuela... Revolucionários e realistas lutavam sem transigir.
Os problemas se tornavam
piores porque em fevereiro de 1814 Fernando VII recuperou o trono... Os
confrontos se agravaram na América e o monarca decidiu enviar tropas chefiadas
pelo general Pablo Morillo para retomar o controle sobre a Venezuela e Nova
Granada. O “terrível general” comandava 15 mil soldados que desembarcaram na
ilha Margarita em abril de 1815, e avançaram sobre as regiões insurrectas.
No mês seguinte, Bolívar
afastou-se do “olho do furacão”, exilou-se no Caribe, onde escreveu o
importante documento Carta da Jamaica,
que apresentava a sua posição em relação aos “horizontes políticos da causa
independentista”. Vale a pena reproduzir o trecho contido no livro:
O véu já foi rasgado,
já vimos a luz, e querem nos devolver às trevas; romperam-se os grilhões, já
fomos livres, e os nossos inimigos pretendem novamente escravizar-nos. Por isso
a América combate desesperadamente, e raras vezes o desespero não acarreta
vitória.
Na continuação do
documento, Bolívar reclama da omissão de Europa e Estados Unidos
(civilizados/ilustrados) perante a complicada situação que se desenrolava na
América... Talvez o povo não estivesse preparado para reclamar seus direitos...
Indivíduos com maior experiência teriam de guiá-lo até a condição de se tornar
autônomo no “universo da política”... Bolívar mostrava que o Federalismo
possibilitava as intrigas e as intenções particulares de poder... Assim, as
leis sofrem sérias ameaças. Então ele declarou sua preferência por governos
centralizados.
A Carta da Jamaica previa que, após a independência, Venezuela e Nova
Granada passariam a integrar um único país chamado Colômbia... Este adotaria o
sistema inglês, porém sem a figura do monarca. Bolívar defendeu um “poder
executivo eleito” (até poderia ser vitalício, mas de modo algum hereditário)...
Um “senado legislativo hereditário” intermediaria os entreveros marcados pelas
demandas populares com o governo... Um “corpo legislativo de livre eleição”
também comporia a gestão.
Em seu final, a Carta da Jamaica conclama a união dos
países da “América hispânica” como forma de possibilitar a prosperidade e
consolidar a independência.
No final de 1815, Bolívar
prosseguiu em sua missão. Da Jamaica seguiu para o Haiti, o país que havia se
libertado do jugo francês alguns anos antes. Lá, conseguiu o apoio do
presidente Pétion para a causa do exército libertador, que devia promover a
libertação dos escravos em todas as regiões que viessem a se emancipar... Esse
foi o compromisso firmado com a “negra República antilhana“.
1816
marcou uma série de avanços das tropas fiéis a Bolívar. Elas avançavam pelo
interior de Nova Granada e da Venezuela... As planícies das margens do Orenoco
(llanos) eram superadas graças ao empenho do general José António Paez... Em
agosto de 1819 ocorreu a batalha de Boyacá, que resultou na vitória dos
revolucionários e a ocupação das montanhas dos arredores de Bogotá.
Continua em https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2013/04/simon-bolivar-de-gabriela-pellegrino.html
Leia: Simón Bolívar. Fundação Memorial da América Latina.
Um abraço,
Prof.Gilberto