quarta-feira, 24 de abril de 2013

“Os Mandarins”, de Simone de Beauvoir – Nadine e Lambert retornam; os jovens estão se entendendo; não há sinal de que haverá financiamento para o L’Espoir; Dubreuilh insiste para que Anne responda positivamente a Romieux; o jantar festivo em Saint-Martin; Anne se decide

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/04/os-mandarins-de-simone-de-beauvoir-o_24.html antes de ler esta postagem:

Nadine e Lambert retornaram alguns dias depois... Anne revela que os dois trouxeram ares alegres, já que se apresentaram bem diferentes de todos em Paris... Estavam bronzeados e risonhos... “Acanhados como casadinhos” recentes... Lambert era só elogios a Nadine, que daria uma “repórter de primeira”. A moça por sua vez garantia que o trabalho de repórter era mesmo divertido...
Os dois surpreenderam ao revelar a descoberta de uma casa de campo (necessitando vários reparos) há uns trinta quilômetros de Paris, que bem podia ser aquela que Anne imaginava para umas férias ao lado de Robert... Ela apreciou o panorama e ficou alegre com o envolvimento de Nadine e Lambert nos reparos e decoração. A moça não se demonstrava impaciente para voltar ao trabalho de secretária na Vigilance... Ali, em Saint-Martin, o jovem casal se instalou.
Certa ocasião Nadine convidou os pais para um jantar, mas Robert recusou porque não aceitava que Lambert o atacasse constantemente... Isso o irritava demais... Anne levava em consideração o fato de não serem poucas as pessoas que, perante o seu marido, encenavam algum tipo de afetação... Lambert era agressivo com ele, e também por isso Anne via Robert como um tipo solitário... É que os outros enxergavam nele um personagem em vez da pessoa que ele era de verdade.
À véspera do jantar, Dubreuilh perguntou se ela estava tranquila a respeito do engajamento da filha. Nadine parecia ter se encontrado, e Lambert tinha o mérito de ajudá-la... Anne concordou com isso, então Robert lembrou-lhe que, então, não havia motivo para não responder a Romieux a respeito do congresso nos Estados Unidos... Ela disse que até o início do próximo ano muita coisa ainda poderia ocorrer... É claro, Anne falou que tinha vontade de fazer a viagem, mas no momento estava ponderando a situação de Robert e, por causa disso, não tinha vontade de deixar Paris... Explicou que as preocupações dele a angustiavam.
O pensamento de que a sua ausência significaria mais dificuldades para Robert não era saudável... Anne bem sabia que ele se viraria muito bem sem ela... Dubreuilh a incentivou, pediu que afastasse os seus escrúpulos e que escrevesse a carta antes que fosse tarde demais. Como que encerrando o assunto, Anne sentenciou que faria isso após retornar de Saint-Martin, se tudo estivesse bem...
Na sequência ela perguntou sobre a conversa com Mauvanes... Robert contou que o outro sairia de férias e que novidades sobre financiamento a L’Espoir só apareceriam em outubro... Antecipou que era quase certo que teriam dinheiro, pois Mauvanes também era do tipo que procurava se “proteger com a esquerda”. A notícia deixou Anne aliviada porque considerava que Mauvanes não era volúvel como Trarieux... Em relação a Henri, Robert disse que não tinha motivos para tratar sobre aqueles assuntos com o amigo porque, já que era o responsável pela situação desagradável, sentia-se no dever de resolvê-la sozinho... Ambos se recolheram... Anne refletiu sobre os seus dramas em relação à viagem aos Estados Unidos... No fundo ela sabia que Nadine e Robert não eram os motivos de sua angústia... A indecisão em relação à resposta a Romieux estava dentro dela mesma.
(...)
Então Anne partiu para o jantar em Saint-Martin. Encontrou ambiente festivo. O jovem casal divertia-se com o estrago que Lambert provocou na maionese que fazia, “sua especialidade”... Anne entrou no clima amistoso e, enquanto ajudava a reparar o erro culinário do rapaz, bebeu vinho branco com ele (duas garrafas)... O moço ficou mais alegre... Nadine mostrou-se protetora, contendo-o em seu impulso etílico.
A conversa girou em torno dos projetos jornalísticos dos dois... De motocicleta atravessariam o Saara... Nadine insistia que ela mesma pilotaria a máquina... Lambert se pôs a cantar... Anne animou-se com o ambiente e a alegria dos jovens... Decidiu que naquela noite responderia o sim a Romieux, aos três meses que permaneceria numa grande cidade do outro lado do oceano, distante dos amigos e família... Livre... “Viver, afinal é, ininterruptamente, recomeçar a viver”.
Leia: Os Mandarins. Editora Nova Fronteira.
Um abraço,
Prof.Gilberto

Páginas