quinta-feira, 30 de maio de 2013

“O Guarani”, de José de Alencar – Série Reencontro – Peri, o goitacá, salva Ceci de um acidente com uma enorme pedra; no início, uma amizade não correspondida; a devoção de Peri a Ceci é tão grande que o leva a abandonar o compromisso de chefiar o seu povo

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/05/o-guarani-de-jose-de-alencar-serie_27.html antes de ler esta postagem:

Peri não era qualquer guerreiro. Ele era filho do cacique dos goitacá e, assim sendo, era o legítimo herdeiro da chefia daquele povo... Era tratado pelos seus parentes com toda a honra e consideração dispensada aos príncipes. Ele também tinha o respeito e a admiração de d. Antônio de Mariz... Sobre isso, a adaptação relata o episódio em que o índio salvou a bela Cecília de um desastre.
Certa vez, ao aproximar-se do casarão, Peri notou que a donzela passeava pelo entorno. Ele a observava ao longe, mas ficou preocupado quando percebeu que a moça decidiu deitar-se numa relva não muito distante de uma grande pedra... Peri viu que a pedra estava a ponto de se desprender e rolar em direção à indefesa Ceci... Valente como era, correu em direção do colosso e sustentou a rocha com os seus braços fortes. Gritou em advertência, chamando-a de Iara (que em guarani significa “senhora”) e pedindo que se retirasse imediatamente. D. Antônio entendeu o que se passava e adiantou-se a retirar a filha do local onde pouco depois a gigantesca pedra caiu... E foi assim que Peri salvou a filha de d. Mariz.
Evidentemente o fidalgo tornou-se grato ao índio, que tratava como “filho de Ararê” e o reconhecia como “primeiro de sua tribo”... Mas Cecília estranhava Peri e seu modo de ser... Era certo que o temia... De sua parte, Peri procurava demonstrar a sua afeição e trazia para ela as flores mais perfumadas, favos de mel, frutos e pássaros como presentes. Ele ficava amargurado por perceber que não era correspondido e a chamava de Ceci. Ela quis saber o significado daquela “redução” em seu nome, mas ele mesmo não sabia explicar, então disse que era algo que sentia internamente, já que Ceci era o que estava dentro de sua alma... Foi d. Mariz quem explicou à filha que Ceci quer dizer “doer, magoar”.
A partir de então, Cecília procurou compreender melhor aquele tipo diferente que a salvou... Peri estava integrado ao ambiente onde ela vivia e fez um juramento de nunca abandonar as cercanias... Comprometeu-se a defender com toda a sua força e amor o lugar para que nada de mal ocorresse a Ceci ou aos seus familiares... Ela passou a ser o centro de sua existência.
Aconteceu que certo dia Peri foi visitado por sua velha mãe... Ela falou-lhe que era chegado o momento de assumir o lugar de Arerê porque o seu pai havia morrido... Peri tinha um dever para com o seu povo goitacá.
Mas a devoção de Peri por Ceci era imensa. Então sentenciou que não poderia retornar com a mãe para os goitacá... A velha, que havia perdido o Arerê com quem vivia desde a juventude, demonstrou-se arrasada. Em prantos voltou a pedir que o filho assumisse o lugar de chefe de sua gente. Mas Peri respondeu que “sua senhora” mandou que ele ficasse e a conversa foi encerrada... O jovem índio foi enfático, arrematou falando que sua escolha estava feita e que permaneceria ali para cuidar de Ceci... A velha mãe de Peri terminou dizendo que se algum dia ele retornasse, a encontraria na cabana de Arerê, pronta para recebê-lo. Ela partiu triste, mas aceitou a decisão do filho.
Peri manteve-se assim... Sempre a observar a bela Ceci nos mais diversos momentos de seus dias. Era zeloso e não deixava que nada de mal lhe acontecesse.
Certa manhã ensolarada, Ceci e a prima Isabel percorreram o caminho em direção ao rio, onde se banhariam... Isso de tomar banhos em rios era costume entre os índios, mas Ceci tinha muito gosto pela natureza e era com frequência que se permitia à “extravagância”. À distância, sempre sem ser notado, Peri observava as duas moças. Ele se apavorava ao pensar nos perigos que Ceci corria em meio à mata e tornou-se agitado ao lembrar-se da onça que havia capturado... O felino podia escapar dos laços que o mantinham preso e atacar as duas banhistas! Decidiu que precisava fazer algo para impedir que uma tragédia ocorresse.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/05/o-guarani-de-jose-de-alencar-serie_6304.html
Leia: O guarani. Série Reencontro – Literatura. Editora Scipione.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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