Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/09/o-guarani-de-jose-de-alencar-peri_29.html
antes de ler esta postagem:
O conflito de
aventureiros contra o fidalgo e seus homens foi suspenso... Os dois grupos
passaram a se dedicar à defesa em relação aos temíveis aimoré... Mas Loredano
mantinha vivos os seus desejos de destruir d. Antônio e Álvaro, e também o de
se apoderar de Cecília.
O italiano bem sabia que não podia avançar contra o casarão porque isso
o tornaria frágil aos ataques dos selvagens... Esses tinham a dificuldade de
atacar a casa devido à sua “posição inexpugnável” e de acesso apenas pela
escada de pedra... É por isso que d. Mariz não deixava de atacar os aimoré que
se aproximavam por ali...
Loredano conjecturava sobre todas essas situações e
esperava que, sem luta, o fidalgo e seu “estado maior” (Álvaro, Aires Gomes e
Peri) morressem... Depois disso não seria difícil se tornar “senhor do lugar” e
contar com o apoio dos demais. Restaria combater os indígenas, capturar Cecília...
Seria feliz? A possibilidade era remota e o mais provável seria a sua morte...
Ao menos teria “esgotado até ao meio a taça do prazer que seus lábios (nem)
sequer haviam tocado”.
Para a sorte de Loredano,
os aimoré atacavam a parte do casarão onde estavam d. Mariz, seus familiares e
companheiros... O bandido seguia refletindo sobre o desencadeamento desses
acontecimentos quando Martim Vaz se aproximou... Esse tipo havia se tornado o
homem de sua confiança desde as mortes de Soeiro e Simões... Ele era o único
que sabia dos segredos dele, pois Loredano desconfiava que os demais fossem suscetíveis
à influência de d. Mariz.
Vaz explicou-lhe que o ataque à casa possuía um
entrave que não esperavam: uma porta “pregada por dentro”... Ele estava
investigando as possibilidades de um ataque aos inimigos partindo de uma sala
que servia de cozinha e despensa aos aventureiros... Loredano despertou João
Feio para deixá-lo de guarda enquanto seguiu com o outro até a tal porta que dava
acesso à parte utilizada por d. Mariz e sua família.
Aconteceu que no momento em que passava para a sala interior, a luz que
Vaz carregava se apagou... Loredano se queixou e o moço explicou que uma
surpreendente corrente de vento eliminou o fogo... Enquanto Vaz saiu para
providenciar outro fogo, o italiano teve a impressão de ouvir uma respiração
humana. Então se armou com o seu punhal e preparou-se para atacar quem quer que
fosse que por ali estivesse. Apesar de não ouvir mais nada que o incomodasse,
resolveu golpear sua lâmina no ar no momento em que Martim Vaz chegava com o
fogo. Para a surpresa de ambos, o punhal estava ensanguentado... Concluíram que
devia haver algum inimigo escondido... Mas após uma agitação no telhado, um
morcego ferido passou por eles. Isso os tranquilizou.
Após esse episódio, seguiram por uma estreita brecha que deveria dar
para o interior da casa... Mais à frente chegaram a uma varanda que topava com
paredes de cômodos... De um lado o abandonado quarto de Cecília, e do outro o
oratório e o gabinete de armas de d. Mariz. Era na parte em que se localizava o
gabinete que havia uma porta de jacarandá pregada pelo outro lado.
Loredano viu que se tratava de um obstáculo de
difícil transposição... Mas se conseguissem passar por ele teria condições de
assassinar os seus inimigos desprevenidos... Seus pensamentos eram só lamento
até que verificou que havia uma pequena fresta no alto da parede do oratório...
Ele viu que naquele local a construção era de apenas um tijolo. Então a parede
fina, que tinha a função de separar o oratório da varanda (anteriormente os
locais deviam se ligar pelo corredor), se apresentava ideal para o assalto que
desejava realizar... Com a ponta da faca, Loredano tirou o reboco da parede e
notou a viga que a sustentava. Ele calculou que em duas horas conseguiriam
removê-la e, assim, invadir o ambiente de d. Mariz.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/10/o-guarani-de-jose-de-alencar-peri.html
Leia: O guarani. Editora Ática.
Um abraço,
Prof.Gilberto