terça-feira, 26 de novembro de 2013

“Os Mandarins”, de Simone de Beauvoir – Lambert desabafa a respeito do embriagado Vincent, que Nadine chamava de “arcanjo”; Henri quer saber o que Paule queria tratar com ele no dia anterior; nada de mais; no retorno ao apartamento a incerteza tomou a consciência de Henri; Paule adorou a leitura dos manuscritos; Henri comparece à casa de Lucie Belhomme para avaliar a apresentação de Josette

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/11/os-mandarins-de-simone-de-beauvoir_25.html antes de ler esta postagem:

Henri e Lambert retornavam da mansão de Claudie... Pararam no café-charutaria para conversar um pouco. Falavam sobre o episódio com Vincent...
Lambert se mostrava inconformado, e até citou Nadine, que se referia ao alcoólatra como “arcanjo” por se tratar de um tipo “meio impotente”. Para Lambert, Vincent merecia “uns bons eletrochoques”... Henri defendeu o rapaz dizendo que gostava muito dele. Depois esclareceu que não era sobre Vincent que queria conversar, mas sobre o que ele teria tratado com Paule no dia anterior. Então Henri perguntou se não seria algo a respeito de Dubreuilh.
Lambert confirmou que fora chamado por Paule. Disse que não ficou embaraçado (esse era um dos temores de Henri), embora não entendesse bem o que ela queria tratar... Perron imaginou que, talvez, diante de Lambert, Paule tivesse mesmo se comportado. Lambert confirmou que ela não gostava de Dubreuilh, mas isso não o deixou constrangido porque ele também não tinha Robert em boa consideração...
(...)
Depois de se despedir de Lambert, Henri seguiu para o estúdio. Logo encontraria Paule... Pensava no que diria a ela, pois tinha certeza de que a encontraria completamente frustrada por ter se reconhecido na personagem “Yvette” dos manuscritos... Palavras e gestos de Yvette eram inegavelmente retirados de Paule... Ao subir a escada, ele temia pelo pior.
Notou que tudo era silencio no prédio... Henri imaginou inclusive que ela fosse capaz de cometer suicídio... Parou em frente à porta... Mas não demorou e ela convidou-o a entrar. Não estava sozinha... À beira do divã encontrava-se a zeladora do prédio, que lhe contava histórias. Já de saída, a senhora explicou que no dia seguinte “falaria com o proprietário”...
Paule recebeu Henri com alegria, foi explicando que o teto estava “desabando” e que a zeladora era uma simpática conhecedora de histórias incríveis sobre os marginais do quarteirão (elas “dariam um livro”)...
Henri logo imaginou que, se ela passou a tarde a conversar com a mulher, dificilmente teria tido tempo de ler o seu texto. Chegou mesmo a perguntar sobre isso e emendou sua conclusão, arrematando-a com um “foi pena!”. Para a sua surpresa, Paule respondeu que havia lido e considerado o material “magistral”...
Henri começou a sondar perguntando sobre certo Charval, personagem de sua história... Paule respondeu que ele possuía “uma grandeza autêntica”... Depois, sobre a “cena do 14 de julho”, ela explicou que não era das que preferia. Então Henri abriu na página do “rompimento com Yvette” e perguntou o que ela pensou.
Paule surpreendeu novamente e respondeu que considerou “emocionante”... Ela perguntou o motivo de sua admiração e também se era em ambos que pensava quando escreveu o episódio... Tudo o que Henri conseguiu responder foi um “você é tola”. A moça sentenciou que aquele seria o seu melhor livro, e não podia entender por que ele escondia os originais... Henri disse que nem ele mesmo sabia mais os motivos.
(...)
Na sequência vemos Henri numa rica sala da casa de Lucie Belhomme enquanto aguardava a pequena Josette.
Como sabemos, a moça se apresentaria para ele no papel da “Jeanne” de sua peça. Henri a avaliaria...
Ele notou que tudo era muito fino por ali (tapeçaria, cortinas, peles sobre os divãs...) e silencioso também. De repente a moça apareceu com “um vestido cor de âmbar, frágil e muito indiscreto”... Tudo o que veio à mente de Henri foi a frase de Claudie que sentenciava que a moça “não se economiza muito”.
Leia: Os Mandarins. Editora Nova Fronteira.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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