sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

“Eros e Psique” – a partir de texto de João Pedro Roriz – Afrodite nota que o altar a ela dedicado continua sem oferendas; exige que Eros explique como realizou a missão de enfeitiçar Psique; ele esclarece os episódios e se diz contaminado por dor quase impossível de suportar; segundo a deusa, o acidente com o frasco de água doce faria de Psique um mito admirado por legião de submissos, mas jamais se casaria

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/12/eros-e-psique-partir-de-texto-de-joao_26.html antes de ler esta postagem:

A “revisita” dos príncipes ao castelo resultou em muito perturbadora para a rainha... Para ela algo carecia de maiores explicações, mas é claro que ninguém ali poderia esclarecer-lhe.
Psique correu para o quarto dizendo que jamais seria amada e pôs-se a chorar de modo assustador. O rei irritou-se por saber que mais uma vez não teria como dormir.
(...)
O episódio nos ajuda a entender que o feitiço de Afrodite estava fazendo efeito...
Porém, depois de cinco meses, quando seus jardins encontravam-se floridos, a deusa ainda não estava satisfeita. É que o altar a ela destinado pelos mortais permanecia sem oferendas. Sua indignação era tal que perguntou a Eros se ele havia realizado corretamente a missão que ela lhe incumbira... O deus alado respondeu que fizera exatamente o que ela havia solicitado. Então Afrodite quis que ele confirmasse se o altar em honra a Psique estava esvaziado, mas Eros disse que não sabia responder-lhe... Desconfiada, Afrodite perguntou o que ele andava fazendo todas as noites desde que visitara Psique... Ele respondeu que vivia a realizar o seu trabalho de disparar as “flechas de amor nos mortais”...
Afrodite tinha suas suspeitas em relação a Eros... Disse-lhe que não o via mais nos banquetes dos deuses e que achava que ele parecia Eros respondeu que havia sido contaminado pela “doença” que ele mesmo transmitia aos mortais... E reclamou que aquilo lhe causava dor quase impossível de suportar... A mãe esclareceu que no Olimpo não podia haver adoentados. Então, se Eros estava fragilizado, pediria a Panaceia (deusa da Cura) que o tratasse... Foi com desânimo que Eros respondeu que Panaceia não daria jeito, pois o antídoto para o seu mal só ele mesmo conhecia.triste demais... Estaria doente?
Eros respondeu que havia sido contaminado pela “doença” que ele mesmo transmitia aos mortais... E reclamou que aquilo lhe causava dor quase impossível de suportar... A mãe esclareceu que no Olimpo não podia haver adoentados. Então, se Eros estava fragilizado, pediria a Panaceia (deusa da Cura) que o tratasse... Foi com desânimo que Eros respondeu que Panaceia não daria jeito, pois o antídoto para o seu mal só ele mesmo conhecia.
No mesmo instante, Afrodite manifestou a sua desconfiança... Certamente o filho não realizara satisfatoriamente a missão... Então concluía que, além de sofrer com a disputa com a mortal, teria de suportar as “dores de paixão” do cupido pela rival.
Eros se explicou em relação ao que havia ocorrido e garantiu que Psique não tinha culpa, pois sua beleza o encantara, e foi acidentalmente que se feriu na ponta de uma de suas flechas.
Esse diálogo serviu para Eros esclarecer o que efetivamente fizera do frasco de água amarga. A mãe disse que ele não havia cumprido o que tinham combinado... Ele garantiu que sim, porém considerou que não era certo eliminar a beleza de Psique e foi por isso derramou um frasco de água doce em seu rosto. Relatou que pretendia despejar algumas gotas, mas o acidente fez com que todo o frasco se esvaziasse.
Afrodite sentenciou que Eros era um desastrado que jamais deveria ser encarregado daquela missão... Então ele respondeu que, pelo menos, Psique ainda poderia se casar e ser feliz. A deusa ouvia suas palavras com indignação e esclareceu que o efeito da água doce seria o de transformar Psique em verdadeiro mito... Doravante ela seria cultuada por todos os homens como se fosse uma deusa.
Ela acrescentou também que tamanha beleza afastaria qualquer possibilidade de casamento, pois todos “se sentirão inferiores a ela”. Disso resultaria que Psique teria uma legião de submissos a ela e se tornaria uma rival notória da deusa da Beleza.
(...)
Afrodite quis que Eros entendesse que Psique jamais se casaria... Livre da vida conjugal, a princesa permaneceria jovial e seu altar continuaria receber muitas oferendas... A deusa exigiu que Eros desfizesse o seu erro sob pena de sofrer severo castigo... De sua parte, o deus alado pediu que não o enviasse ao quarto de Psique porque não queria prejudicá-la.
(...)
A deusa lamentou as palavras de seu filho, pois Eros estava demonstrando mais consideração e sentimentos pela mortal do que por ela.
(...)
O jovem simplesmente não conseguia relacionar a sua missão de “divulgar o amor” pelo mundo com a injustiça que sua mãe pretendia provocar.
Leia: Eros e Psique. Coleção Mitológica. Editora Paulus.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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