Miguel foi levado a outras instalações da “Pain Control”... Viu a “Cobaia 14” correndo feito um autômato... O Doutor Q.I. gabava-se de ter transformado jovens saudáveis em criaturas sem medo ou “sentido de autopreservação”... A “Pain Control” estava criando seres superdotados, perfeitos heróis.
(...)
A capacidade intelectual e poder de criação simplesmente desapareciam...
O maligno Doutor Q.I. garantia que esses atributos eram prerrogativas apenas da
futura elite dominante, da qual o próprio Miguel faria parte.
No ginásio, o garoto
sentiu-se muito mal em meio às demais cobaias... Todas elas apresentavam ares
idiotizados... Conseguiu avistar Chumbinho, e quase não se conteve de tanta
lamentação por saber que o pequeno estava em condição tão miserável. Tudo por
sua culpa...
Mas aconteceu que Miguel notou que Chumbinho não
estava sob o efeito da Droga da Obediência... Percebeu que o menino estava disfarçando.
É que ele abriu a mão esquerda exibindo a letra “k” que havia desenhado com
caneta, e fez isso bem rapidamente para que ninguém mais além de Miguel notasse.
Depois que a visita àquele ambiente terminou, o funcionário da “Pain
Control” encaminhou Miguel à porta, mas o educado rapaz disse que o tipo podia
sair primeiro... Foi então que ele fechou a porta e trancou-a por dentro.
Ao mesmo tempo em que o funcionário batia contra a
porta e gritava exigindo que Miguel a abrisse, através da tela o Doutor Q.I.
falava sobre a sua decepção em relação à sua decisão... Seria uma pena ter de
eliminar um jovem que considerava dos mais inteligentes, alguém que teria um
brilhante futuro se participasse da seleta equipe que estava organizando.
(...)
O líder dos “karas” não estava para discussões com o seu inimigo...
Provocou dizendo que teriam de pegá-lo, mas o Doutor Q.I. respondeu que em seus
domínios isso não teria a menor
dificuldade... Miguel avançou sobre a fiação que saia da tela de comunicação,
que se apagou imediatamente.
Logo Chumbinho correu para o amigo. Os dois se abraçaram e Miguel queria
saber como ele havia resistido a toda aquela paranoia, e sem tomar a droga... O
menino explicou que procedeu como fazia quando não queria tomar as vitaminas
que a mãe lhe dava, ou seja, deixava a pílula embaixo da língua e a cuspia
depois de fingir que havia engolido.
Mas os dois não tiveram muito tempo para congraçamentos... A porta
estava sofrendo com uma série de golpes de marretas e logo cairia. Então Miguel
chamou a atenção do amigo para a condição daquele ambiente em tudo dependente
da eletricidade, disse que teriam de fazer um estrago geral.
Chumbinho entendeu o plano de Miguel... A porta do ginásio cedeu.
(...)
Temos que saber que o casal
de mendigos que estava na frente da delegacia quando Calu e o doutor Caspérides
foram levados pelo infiltrado detetive Rubens eram, na verdade, Crânio e
Magrí... Eles quase foram atropelados pelo camburão da polícia que saiu em alta
velocidade. Vimos que também o detetive Andrade topou com os dois “karas”
disfarçados.
Andrade agarrou-os
cada um com uma de suas fortes mãos... Crânio gritava que eram apenas pobres
mendigos e exigia que os largasse. Mas o policial dizia para se acalmarem, pois
não lhes faria mal e que os conhecia muito bem.
Chamando-os pelos nomes, Andrade levou-os a uma sala. Depois que o
policial trancou a porta, Magrí se desesperou e disse para ele não se
aproximar, pois sabiam muito bem de seu envolvimento com a quadrilha de
sequestradores...
Magrí e Crãnio se
surpreenderam ao ouvir de Andrade que ele não era nada daquilo e que eles
podiam confiar nele... Mas a menina estava apavorada e exigia falar com o policial
Rubens.
Andrade esclareceu que Rubens havia acabado de escapar, levando o
assaltante Zé da Silva e um garoto ainda não identificado... No mesmo instante,
Crânio disparou que só podia ser Calu... E Andrade perguntou se, afinal, os
três haviam ou não sido sequestrados.
Crânio logo viu que o que pensavam a respeito de
Andrade estava errado... Pois estava claro que, se de fato ele pertencesse à
quadrilha, ele saberia que os três não haviam sido sequestrados.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/07/a-droga-da-obediencia-de-pedro-bandeira_7.html
Leia: A droga da obediência. Editora Moderna.
Um abraço,
Prof.Gilberto