quinta-feira, 20 de agosto de 2015

“África Africans" – arte contemporânea africana” – no Museu Afro Brasil - "Os Reis Africanos"; um desfile; a instalação de Dominique Zinkpè (Benin)

África Africans, a maior mostra de arte contemporânea organizada em nosso país, está montada desde 25 de maio no Museu Afrobrasil, que fica no Parque do Ibirapuera (Avenida Pedro Álvares Cabral, Portão 10 - Parque Ibirapuera, São Paulo).
Até 30 de agosto.
De terça a domingo: 10:00 - 17:00. Entrada franca.
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O espaço é muito importante, pois destaca a participação africana e afrodescendente na construção de nossa identidade cultural.
E a mostra também é muito importante por revelar uma arte de vanguarda... E há muito a ser celebrado... Nas várias telas e instalações, a história e costumes dos povos africanos se escancaram aos nossos olhos. Notamos um “quê” de denúncia, mas não é só isso.
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Tudo impressiona... Porém não é possível tratar do todo.
Seguem algumas considerações:
A série de fotografias “Os Reis Africanos” (Alfred Weidinger) revela-nos orgulho... A altivez dos soberanos fotografados está estampada em seus olhares, e não apenas em suas belas vestes, tronos e cetros.
O telão exibe o desfile de modelos trajando produções de cinco estilistas africanos. Entre eles, os celebrados Xuly Bët (Mali) e Imane Ayissi (Camarões)... África do Sul, Nigéria e Quênia também estão representados respectivamente por Palesa Mokubung, Amaka Maki Osakwe e Jamil Walji.
Do lado do espaço onde está o telão (o evento foi realizado no próprio museu) estão expostos alguns vestidos apresentados durante o desfile.
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Mais nomes: Ablade Glover (Gana), Aston (Benin), Bright Ugochukwu Eke (Nigéria), Bruce Clarke (Inglaterra/África do Sul), Dominique Zinkpè (Benin), El Anatsui (Gana), Gérard Quenum (Benin), Hector Sonon (Benin), Joël Andrianomearisoa (Madagascar), Julien Sinzogan (Benin), Kifouli Dossou (Benin), Naomi Wanjiku Gakunga (Quênia), Nnenna Okore (Nigéria), Owusu-Ankomah (Gana), Rémi Samuz (Benin), Soly Cissé (Senegal), Rchif (Benin) Yinka Shonibare Bem (Inglaterra/Nigéria), Yonamine (Angola). Salas especias: Les Arts Premiers, Christian Cravo – Luz & Sombra (Fotografias) e Alfred Weidinger, Os Reis Africanos (Fotografias).
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A imagem selecionada para ilustrar este trecho foi extraída de http://arspublica.com.br/arte-contemporanea-da-africa.
A instalação de Dominique Zinkpè (Benin) faz pensar... Um ambiente escuro... O som das ondas quebrando na praia enche os nossos ouvidos... À direita e à esquerda, a areia... Temos de prosseguir à frente pelo centro da sala...
Sobre a areia estão várias sandálias com nomes de pessoas grafados... Acima das sandálias (arranjados como móbiles) pendem ícones... Eles “flutuam” em direção à beira mar?
O que vemos na parede do fundo é um filme. Há a praia com uma grande cruz fincada... Um a um, vários tipos aparecem crucificados nela (homens, mulheres, negros, brancos...). Entre as imagens de crucificados notamos que alguém (as próprias pessoas?) escreve nomes próprios em sandálias...
É para pensar...
Cada um carrega a sua "cruz existencial"? É isso?
Mas por que o nosso fim estaria naquelas areias? Por que vamos em direção àquelas águas? Será que é porque foi a partir delas que a vida se originou?
O som das ondas quebrando na praia prossegue enchendo os nossos ouvidos.
Deixamos o ambiente sabendo que as águas continuam chegando à praia.
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Para a próxima postagem vamos reservar umas linhas para algumas impressões sobre as obras de Aston e Gérard Quenum (também do Benin) e de Yinka Shonibare Bem (Inglaterra/Nigéria).
Um abraço,
Prof.Gilberto

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