Fogg e Proctor marcaram o encontro mortal para Plum Creek, a próxima estação.
O inglês retornou ao seu vagão, tranquilizou a jovem Aouda explicando que não se pode temer os tipos que bancam os valentões... Depois trocou palavras com Fix, apenas o suficiente para pedir-lhe que fosse sua testemunha no duelo. O policial aceitou...
Então os três jogadores retornaram às suas partidas de uíste como se nada de grave estivesse para ocorrer... Vemos que Fogg confirmou sua “saída” com o dez de espadas.
(...)
O
trem chegou à estação Plum Creek às 11 horas da manhã...
Phileas Fogg levantou-se
e caminhou pelo corredor em busca da saída... Fix o seguiu e, um pouco mais
atrás, Passepartout encaminhou-se com os dois revólveres que o patrão
utilizaria no combate.
A
jovem Aouda permaneceu onde estava sem que conseguisse disfarçar todo o seu
pavor.
No outro vagão, o
coronel Proctor também dirigiu-se ao corredor e encaminhou-se para a saída. Um
tipo o seguiu. Evidentemente tratava-se de sua testemunha.
Os dois duelistas
estavam prestes a descer da composição quando o condutor apareceu anunciando
aos gritos que ninguém poderia descer à estação. Proctor quis saber o motivo e
o funcionário explicou que estavam com um atraso de vinte minutos...
O trem parou apenas para
o desembarque dos que haviam chegado ao seu destino (e também para que novos
passageiros subissem)... Todos ouviram a sineta que sinalizava a partida
imediata da composição.
O coronel insistiu
que tinha que duelar com o inglês...
O condutor respondeu que lamentava a situação, mas não podia permitir
mais atrasos... Apesar disso, considerou a possibilidade de os dois resolverem
seu entrevero no próprio trem em movimento.
Proctor deu a entender que não fazia nenhuma objeção, todavia
acrescentou que o cavalheiro inglês talvez não concordasse com a solução. No
mesmo instante, Fogg disse que a ideia era “perfeitamente aceitável”.
(...)
Passepartout ouviu a tudo o que disseram e
pensou que o que estava acontecendo devia-se ao fato de estarem em terras da
América. Espantou-se sobretudo com o modo como o condutor remediou a situação
que tanto desagradou os duelistas sem se importar com o fato de a alternativa
sugerida potencializar um homicídio em seu trem.
Formou-se uma “comitiva”...
À frente estava o condutor, que foi seguido pelos duelistas, suas testemunhas e
Passepartout. Eles percorreram os vários vagões em direção ao “fundo do trem”,
onde havia uns doze passageiros.
Tudo o que o condutor teve de fazer foi solicitar às pessoas que
deixassem o vagão livre por um breve instante... Explicou-lhes que dois
cavalheiros tinham de resolver uma “questão de honra”.
Ninguém
objetou. Pelo contrário! Todos os passageiros do último vagão entenderam
perfeitamente a situação e “com grande prazer” retiravam-se para que os dois
cavalheiros resolvessem sua pendenga.
(...)
O último vagão tinha
quinze metros...
Os
duelistas iniciariam sua disputa, cada um numa das extremidades, avançando em
direção ao oponente e disparando suas armas.
Cada um portava dois revólveres... Cada arma havia sido carregada com
seis balaços. Munição mais suficiente para provocar muito barulho.
A
questão não se resumia a saber quantos tiros seriam disparados pelos
contendores. Ao final do tiroteio haveria um vencedor?
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2017/07/a-volta-ao-mundo-em-oitenta-dias-de_29.html
Leia: A
Volta ao Mundo em Oitenta Dias – Coleção “Eu Leio”. Editora Ática.
Um abraço,
Prof.Gilberto