Talvez
seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/03/ei-tem-alguem-ai-de-jostein-gaarder-tia.html antes de ler esta
postagem:
Os dias se passaram e o irmãozinho de Joakim tornou-se
o centro das atenções... A gritaria que iniciava só era acalmada após a chegada
da mãe... A amamentação resolvia tudo bem rápido... Joakim e o pai tinham
dificuldades para acalmá-lo... Quando não dava atenção ao bebê, Joakim
dedicava-se a procurar o coelhinho branco. Sabia que não se importava mais com
o fato de tê-lo perdido, mas ficava intrigado com o sumiço.
Joakim revela (à pequena
Camila) que também continuou a procurar Mika por todo o tempo desde aquela
época... A “revisita” a locais como a “cadeira de pedra”, o ancoradouro ou o “marco
de pedras” (localizado no “montinho”) é momento para as lembranças das
conversas intermináveis que tiveram. O garoto nunca teve coragem de falar aos
pais sobre o amigo espacial, mas houve ocasião em que disse que havia tirado “fotos
engraçadas” quando os dois estavam no hospital... Então ele entregou a máquina
ao pai... Mas ela esteve sem filme durante todo aquele tempo!
O bebê foi batizado com o nome de Mikael pelo simples fato de os pais de
Joakim acharem que o nome combinava com o seu... O menino não se recorda se
teve influência na escolha do nome... Isso era possível... Mas pode ser que os
pais já haviam decidido mesmo antes do nascimento... Nesse caso, uma bela
coincidência.
Na sequência o adulto Joakim
escreve à Camila sobre a realidade dos modernos equipamentos e exames
hospitalares, que permitem aos pais conhecerem antecipadamente o sexo do bebê
que vai nascer... Assim podem escolher seus nomes bem antes do parto... Essas coisas
que não podiam ter ocorrido com os seus pais.
Na sequência ele
esclarece que a tia Helena é avó de Camila... E Karina, mãe de Camila, é filha
de Helena.
Joakim contou que Karina
tinha 14 anos quando Mikael nasceu... O tempo havia passado e agora ela era mãe
de Camila, uma bela menina de 8 anos... Então Joakim revela a importante notícia
que ele tinha para dar, algo a que ele havia feito referência no início de seu
texto... Sua prima Karina havia lhe contado uma semana antes que seria mãe de
mais um bebê dentro de alguns meses. Então decidiu contar a novidade escrevendo
a narrativa sobre o encontro que teve com Mika na época em que tinha a mesma
idade que ela. Essa foi a forma de parabenizar Camila pela chegada do
irmãozinho (ou irmãzinha, já que Karina não havia feito ultrassom).
Joakim contou mais sobre a
festa de batizado do pequeno Mikael... Relatou que fez truques de mágica para
os convidados... Algo bem apropriado, pois o nascimento de um humano é algo
mágico mesmo. Escreveu que usava uma varinha que ganhou e que para ficar mais
elegante usava a cartola do vovô... Sim, aquele velhinho era também avô de
Karina e, portanto, bisavô de Camila...
Então o adulto Joakim
iniciou uma narrativa sobre como tudo começou... Seus avós se conheceram nas
montanhas de Jotunheim (uma bela cadeia de montanhas na Noruega) há muitos
anos... Naquele momento eles nem desconfiavam que teriam uma netinha que, aos
oito anos, ganharia um irmãozinho (ou irmãzinha)... Mas, acrescentou, muita
coisa já havia ocorrido até que o jovem casal de então fizesse aquela escalada...
Uma longa estrada que se iniciou com a ousada saída de um anfíbio do mar...
Aquele pequeno passo foi gigantesco na história da evolução...
Joakim levou em
consideração que a garotinha, depois de ler tanto texto, deveria querer saber
se ele realmente conheceu Mika... Não teria sido um sonho? A esse
questionamento, registra que faz uma reverência... Ele próprio confessa que
muitas vezes já se fez as mesmas perguntas... Sem obter resposta, conclui que o
mais importante foi o encontro... Não importa de onde cada uma veio nem onde
exatamente se encontraram... A sensação que ficou foi a de, pelo menos naquela
noite do nascimento do pequeno Mikael, posicionar-se no “topo do mundo”...
Joakim revela o que
pensa... Acredita mesmo que muitos encontros importantes em nossa vida
acontecem quando estamos dormindo... Ao sonhar nos elevamos, e é como se
saíssemos do vale profundo que é a nossa vida cotidiana... Foi o encontro que
teve com Mika que despertou em Joakim a sua vontade de se tornar astrônomo... E
foi isso que fez... Passou a estudar o céu e as estrelas... E admitiu que
contemplar um bebê recém-nascido é como “fitar as estrelas lá do alto”.
Talvez essa fixação pelo
espaço seja apenas uma necessidade de procurar aquele amigo da noite do
nascimento de Mikael... Joakim se despede admitindo que possa ter esquecido
muitas passagens de sua aventura... E é assim mesmo... É possível que à noite,
quando dormimos, nos esquecemos de muitas experiências, mas ao mergulharmos fundo
em nossos sonhos “entramos num mundo totalmente novo”... Pode ser que sonhamos para “preencher
os espaços vazios de nossa memória”... Mas nossos sonhos “se evaporam logo que
acordamos”... Suas últimas palavras foram sobre isso... Lembrar de um sonho é
bem difícil, é como agarrar um passarinho... Mas algumas vezes acontece de o
passarinho pousar em nosso ombro espontaneamente.
Leia: Ei! Tem alguém aí? Companhia das Letrinhas.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/04/ei-tem-alguem-ai-de-jostein-gaarder.html
Um abraço,
Prof.Gilberto