Os companheiros de João Bosco tanto se esforçaram que acabaram encontrando dona Geralda... Ela estava vivendo no bairro Santo Antônio, em Barbacena. Quem a visitou foi Sérgio Luiz, “suboficial da banda da EPCAR (Escola Preparatória de Cadetes do Ar), de Barbacena”... Os bombeiros de Belo Horizonte o contataram na esperança de que a encontrasse.
(...)
Não foi fácil tranquilizar dona Geralda logo que ela ficou sabendo que o
motivo da visita era o filho que não via há mais de quarenta anos... Os amigos
de João Bosco queriam presenteá-lo por ocasião de seu aniversário proporcionando
o encontro com a mãe.
Aos poucos, a mulher conseguiu refletir sobre o
que havia acontecido ao filho... Conversando com o rapaz, ficou sabendo que João
Bosco era um oficial do Corpo de Bombeiros, que estava em Belo Horizonte e que
em breve poderiam se reencontrar.
Depois de algum tempo, a felicidade invadiu o coração de dona Geralda,
que não tinha palavras para agradecer Sérgio... Ele ainda acertou alguns
detalhes a respeito de uma nova visita e sobre a viagem a Belo Horizonte...
O moço se foi... Dona Geralda telefonou para o filho
Décio... Muito emocionada, ela relatou o que acabara de ocorrer. Décio também se
sensibilizou e garantiu que também queria participar do encontro com o irmão.
(...)
Então fizeram uma surpresa para João Bosco.
Na manhã de 21 de outubro de 2011, uma sexta-feira, dia em que
completava 45 anos de idade, ele foi convocado por Edson A. Franco, o
comandante do Corpo de Bombeiros... O caminho que percorreu até o salão nobre
da corporação foi de indagações sobre por que teria sido chamado... Não podia
ser nada relacionado à banda, que estava indo muito bem...
Ao chegar, deparou-se com os músicos devidamente
uniformizados e manipulando máquinas fotográficas e filmadoras... Antes que
pudesse perguntar algo, um telão começou a projetar imagens que faziam
referência à sua vida... As fotografias digitalizadas mudavam enquanto uma narração
elucidava fatos do passado de João Bosco... Ele via e ouvia tudo com atenção e,
assim, recordou os tempos do Patronato Padre Cunha e também da época em que
começou a tocar na banda da Febem em Antônio Carlos.
Em meio a tantos eventos marcados pelo esforço e pela superação do chefe
da banda, anunciou-se o nome de sua mãe... E neste ponto da reunião dona
Geralda apareceu para abraçar o filho...
(...)
Sem dúvida, um encontro emocionante...
Uma longa separação não suprime o amor entre mãe e filho... O gigante
João Bosco desabou perante a pequena dona Geralda... Em seus pensamentos apenas
uma convicção: “nunca mais ficaria sozinho”.
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Então é isso.
Resta bem pouco a se registrar sobre a leitura
de Holocausto Brasileiro.
Para as próximas postagens, vale destacar as
visitas de Michel Foucault e de Franco Basaglia ao Brasil para discussões sobre
o tratamento psiquiátrico, as condições degradantes e métodos desumanos dos
institutos locais.
Leia: Holocausto Brasileiro. Geração Editorial.
Um abraço,
Prof.Gilberto