sexta-feira, 1 de agosto de 2014

“Os Mandarins”, de Simone de Beauvoir – ainda a celebração da estreia; Lambert critica a peça e o seu autor; Volange em momento de decadência etílica; Paule apavora Josette

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/08/os-mandarins-de-simone-de-beauvoir.html antes de ler esta postagem:

Lambert concordou com Henri... Aquela reunião de celebração à estreia da peça só podia ser comparada a um “parque de diversão”... Para ele, a bem da verdade, uma das metades ali presente gostaria de massacrar a outra.
Mais uma vez Henri foi provocado... Lambert disse que ele mesmo havia causado aquele constrangimento ao decidir “agradar a gregos e troianos”... Isso era uma referência à interpretação que fazia da peça... Henri quis saber se era assim mesmo, então aquilo equivalia a dizer que ele teria descontentado a todos? Lambert respondeu que o “gênero de escândalo” era só publicidade, e que o mais grave era o fato de o autor ter “descido a esse gênero de triunfo”... Os instintos mais baixos do público pareciam ser o que mais importava.
Lambert insistiu que se esperava mais do autor... Henri manifestou irritação... Todos esperavam algo dele! Uns que ele combatesse o PC; outros que ele ingressasse no partido... Lambert quis saber se, já que era assim, ele não poderia ser julgado. O protesto de Henri foi sobre o julgamento que faziam sobre as suas abstenções, e não sobre o que efetivamente ele fazia... O rapaz respondeu que ele não precisava se preocupar porque a crítica sobre a peça seria positiva.
(...)
Só depois de mais essa conversa “atravessada” é que Henri conseguiu chegar até Marie-Ange.
O inconveniente Louis Volange discursava fazendo referências a ela... Dizia que a moça ia para a cama “com todo mundo”, pintava o rosto e se exibia para excitar os homens, no entanto, fazia-se de difícil bancando a “Santa Virgem”...
Marie-Ange estava mesmo acuada... Respondia que tinha o direito de dormir com quem bem entendesse... Volange riu em desprezo àquele “direito”, pois em sua opinião ela nem tinha sentimentos. Ele mesmo tomava-a por vadia, e dizia isso na presença de todos!
Ao ouvir aqueles disparates, Anne protestou querendo saber onde ele havia conquistado o direito de incomodar aos demais... Volange rebateu a crítica dizendo que Anne falava das mulheres como se essas fossem divindades, mas elas não passavam de tipos comuns que tinham as mesmas necessidades de todo mortal.
Enfim ocorreu a intervenção de Henri... Ele disse que o tipo havia bebido demais e que estava falando grosserias. Volange reclamou que Henri respeitava e defendia as mulheres, mas seu interesse para com elas se iniciava com os beijos tão desejados pelos demais.
Depois de pequeno bate-boca, Volange se afastou... Anne sentenciou que ele apenas revelou uma de suas faces, já que trocava de máscaras constantemente. Era certo que naquela ocasião específica estivesse “morrendo de inveja de Henri”.
(...)
Como sabemos, Josette estava sendo acuada por Paule. Antes de topar com Lambert e discutir com Volange, Henri estava com a intenção de intervir porque notou que sua atriz aparentava semblante aflito... Ele se aproximou dizendo que havia muita seriedade ali...
Paule explicou que era uma conversa “de mulher para mulher”... Josette revelou que a outra garantia que não a odiava, mas ela mesma nunca pensara nada semelhante... Então Paule disse que detestava equívocos, dessa forma estava apenas se esforçando para deixar as coisas bem claras. Ela se retirou depois que Henri garantiu que não havia nenhum equívoco a ser esclarecido.
Enquanto Paule se encaminhava para a porta, Josette desabafou com o namorado sobre o medo que havia sentido... Disse que queria que ele a socorresse, mas viu que ele estava a cortejar “uma morena de cabelos pretos”. Henri brincou com aquela afirmação e pediu a Josette que fizesse uma comparação entre ela e Marie-Ange...
Josette Belhomme disse que era difícil entender os homens, principalmente porque tinha acabado de ouvir a “velha gorda” (referia-se a Paule) dizer que ele lhe pertencia.
Leia: Os Mandarins. Editora Nova Fronteira.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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