segunda-feira, 4 de agosto de 2014

“Os Mandarins”, de Simone de Beauvoir – Henri e Josette deixam a comemoração; Anne caminha e chora; repercussões da estreia; Samazelle, Lambert e Scriassine aparecem para pressionar mais uma vez; Robert inscrito no PC?

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/08/os-mandarins-de-simone-de-beauvoir_1.html antes de ler esta postagem:

Depois que Henri “socorreu” Josette o casal pôde sair aliviado da reunião festiva... Henri ainda brincou com a namorada a respeito de ser o único que poderia ter motivos para demonstrara ciúme, pois Josette havia sido cortejada por muitos durante a recepção. Ela respondeu que tudo aquilo era maçada e que, até que para uma moça bonita, tinha se saído muito bem... Completou o seu pensamento afirmando que eventualmente preferiria ser feia.
Precisavam descansar e Henri não quis que perdessem mais tempo por ali... Enquanto ela se preparava para sair, Henri lamentou ter de passar pelo veredicto das pessoas que assistiram à apresentação.
(...)
No pequeno carro de Josette, Henri refletia se pelo menos aquela noite havia sido de real triunfo para a sua pequena... Enquanto dirigia, passou por Anne e ofereceu-lhe carona... Ela respondeu que preferia prosseguir caminhando... Na sequência, enquanto continuou a dirigir, Henri tentou imaginar por que Anne parecia estar chorando... Difícil saber... Por nada ou por tudo... Lambert desolado, Josette decepcionada... Os amigos, os inimigos presentes ou ausentes... Que noite!
(...)
Depois vemos Henri em seu escritório lendo os jornais que reservavam espaço para a crítica sobre sua peça... Para Vernon, até as desfavoráveis contribuiriam para o sucesso... Não era o caso de Henri, que considerava aquilo tudo vergonhoso... Lembrou-se do que Josette costumava dizer, “a celebridade também é uma humilhação”... A peça o havia exposto de modo dramático e “flores e escarros” eram todos para ele... Mas nem flores ou escarros provavam qualquer coisa significativa.
Ao final de tudo, ele assumia que se reconhecia em seu texto... Doía lembrar-se das palavras de Dubreuilh, “o que você fez de melhor”... E mais essa... Não era mesmo agradável ouvir a todo momento que os seus primeiros escritos são os melhores de sua vida, mas elevar à condição de “melhor produção” a peça “cujas qualidades eram incertas”...
(...)
Samazelle, Luc, Lambert e Scriassine chegaram. Eles eram mesmo aguardados por Henri, que não entendia por que insistiram em se reunir... Ele foi logo explicando que em breve se encontraria com Robert Dubreuilh.
Samazelle explicou que era mesmo necessário falarem com ele antes que se encontrasse com Robert... Na verdade pretendiam que Perron entendesse que Peltov e Scriassine exigiam apressamento sobre as deliberações... Isso parecia não estar de acordo com o pensamento de Dubreuilh, que provavelmente pediria adiamentos.
O rapaz deixou claro que se o “velho” apresentasse protelações, L’Espoir se desvincularia do SRL... Henri respondeu que qualquer que fosse a resposta de Robert, todos deveriam se submeter à decisão do comitê.
Sobre essa defesa, Samazelle sentenciou que o comitê seguiria a opinião de Dubreuilh. Henri disparou que ele próprio seguiria essa indicação... O que não conseguia entender era por que aquela “discussão preliminar” era necessária. Samazelle, que pelo visto era o porta-voz do grupo, explicou que era exatamente por causa da conhecida tendência do “velho” que pretendiam exercer pressão... E acrescentou que ele provavelmente alegaria o referendum e as eleições para “tirar o corpo”.
Henri deixou claro que se manteria solidário ao SRL... Samazelle ironizou perguntando se a agremiação ainda existia... Scriassine emendou que o SRL nada fazia contra a ofensiva dos comunistas e, surpreendentemente, ao mesmo tempo, os jornais comunistas haviam deixado de fazer ataques a Dubreuilh...
Para Scriassine só havia uma explicação: Robert devia estar inscrito no PC.
Leia: Os Mandarins. Editora Nova Fronteira.
Um abraço
Prof.Gilberto

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