terça-feira, 25 de julho de 2017

“A Volta ao Mundo em Oitenta Dias”, de Júlio Verne – da “Coleção eu Leio” – o trem avançou pela estrada na fronteira do Wyoming com o Colorado; chegando ao território de Nebraska; curiosidades da inauguração da ferrovia em 1887; o amanhecer após o 101º meridiano; o uíste prosseguiu até o coronel Proctor surgir atrás do banco de Fogg

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2017/07/a-volta-ao-mundo-em-oitenta-dias-de_88.html antes de ler esta postagem:

Depois de atravessar (e derrubar) a ponte de Medicine Bow, o trem seguiu sem maiores problemas ... À noite, passou pelo forte Sauders e o desfiladeiro Cheyenne Pass. Na sequência alcançou o de Evens e atingiu a maior altitude do trecho (2450 metros).
Ao ultrapassar a área, vastas planícies abriram o caminho em direção ao Atlântico. A composição chegou ao entroncamento de Denver, a “mais importante cidade do Colorado”, região até então conhecida pelas minas de ouro e prata e, por isso mesmo, de considerável urbanização.
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Desde que partira São Francisco, o trem já havia percorrido 2224 quilômetros em três dias e três noites. Phileas Fogg estava tranquilo em relação às suas previsões. Sua planilha não acusava “perda de tempo”. Calculava que mais uma noite e um dia seriam necessários para atingirem Nova York.
O trem avançou e deixou para trás Camp Walbah. Percorreu a região fronteiriça dos estados de Wyoming e Colorado... Por um tempo a paisagem foi a do riacho Lodgepole. Por volta das onze da noite a composição entrou em contato com o território de Nebraska... Depois de passar por Sedgewick alcançou Julesburg (cidade do estado do Colorado) localizada “junto à ramificação sul do rio Plate”.
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Verne esclarece que foi naquela localidade que, em 23 de outubro de 1887, ocorreu a inauguração da Union Pacific Road. Na ocasião estiveram presentes J. M. Dodge, general que foi o engenheiro responsável pela obra, e o vice-presidente da empresa, Thomas C. Durant... Nove vagões repletos de convidados foram rebocados por duas modernas locomotivas.
Houve queima de fogos, discursos e uma apresentação de índios sioux e pawnies que simularam uma batalha... Uma gráfica móvel possibilitou a primeira publicação de “Railway Pioneer”.
O evento marcava a conclusão de uma obra fabulosa... A ferrovia era resultado do “progresso e da civilização”... Trens puxados por potentes locomotivas dotadas de apitos mais poderosos do que “a lira de Anfião” fariam surgir muitas cidades onde antes havia apenas o deserto.
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O dia amanheceu e às oito horas o trem de Phileas Fogg passou pelo forte McPherson, localizado em território do Nebraska e 575 quilômetros distante de Omaha.
As curvas do rio Plate foram acompanhadas pela ferrovia, assim o trem seguiu um belo trecho sinuoso da ramificação sul... Uma hora depois chegou a North Plate, importante cidade concebida entre os dois cursos d’água. A partir dela as águas se encontram e formam um dos afluentes do Missouri.
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Fogg, Fix e Aouda retomaram o uíste...
Entre eles não havia quem reclamasse da demora da viagem ou das acomodações... O policial havia vencido algumas partidas na noite anterior e era dos mais animados. Todavia o recomeço parecia favorecer Fogg, pois ele estava conseguindo “trunfos” e as cartas mais valiosas.
Aconteceu que em certo momento da partida, quando estava prestes para “jogar espadas”, alguém se aproximou por trás de seu banco e ousou dar um palpite dizendo “Se fosse eu, jogava ouros”...
Os três jogadores levantaram os olhos no mesmo instante e viram o coronel Stamp W. Proctor.
Fogg e Proctor se reconheceram no mesmo momento. O tipo estranhou a presença do inglês e exclamou a sua surpresa... Na sequência disse em tom de desaprovação que o viu querendo jogar espadas.
Phileas Fogg respondeu que não só queria como de fato jogava uma carta de espadas... Disse isso e soltou um 10 do referido naipe. Proctor irritou-se e vociferou dizendo que queria que fosse uma de ouros... Deu a entender que retiraria a carta lançada por Fogg e sentenciou que o desafeto não entendia nada do jogo.
O patrão de Passepartout não deixou por menos, levantou-se e provocou ao dizer que talvez fosse mais habilidoso com outro tipo de jogo.
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Pelo visto, o coronel americano entendeu a provocação porque respondeu no mesmo instante que “jogar o outro tipo de jogo” só dependia do inglês, a quem chamou de “filho de John Bull”*.
                  * John Bull é personagem fictício, de cartola, fraque e bengala; a personagem simbolizava a Inglaterra.
Leia: A Volta ao Mundo em Oitenta Dias – Coleção “Eu Leio”. Editora Ática.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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